Pintor espanhol, Salvador Dalí nasceu em Figueras, na Catalunha, a 11 de Maio de 1904 e aí morreu a 20 de Janeiro de 1989. Filho de um prestigiado notário daquela cidade, frequentou a Academia de Belas-Artes de Madrid de 1921 a 1926. Foi aqui, durante a sua estadia na residência de estudantes, que Dalí conheceu e se tornou amigo do poeta Federico García Lorca e do cineasta Luis Buñuel, com os quais viria, mais tarde, a desenvolver alguns projectos. Depois de estudar em Madrid, rumou para Paris onde se instalou e se tornou membro oficial do grupo surrealista. As simpatias de Dalí pelos regimes de extrema-direita terão levado, mais tarde, Breton a exclui-lo do grupo. Datam desta altura algumas das suas obras mais representativas do surrealismo, como, por exemplo, "A Persistência da Memória", "O Jogo Lúgubre" e "Grande Masturbador". Em 1929 conheceu Helena Diakonova, conhecida por Gala Éluard, uma jovem russa que, tendo sido companheira de Paul Éluard, viria a tornar-se na modelo e companheira inseparável de Dalí.
Entre 1928 e 1930, colaborou com Buñuel nos filmes Un Chien Andalou e L'âge d'Or. Os primeiros quadros surrealistas foram expostos em 1929 e sugerem a influência de De Chirico. A mistura do real com o irreal é uma característica que se tornará frequente no seu trabalho. Elaborou um método a que chamava "crítico-paranóico", que implicava o recurso ao inconsciente, na interpretação livre de "associações delirantes". Possuía uma técnica magistral, que colocou ao serviço de uma imaginação transbordante alimentada pela leitura cuidada de Freud. As imagens oníricas e os claros símbolos sexuais não impediram o público de assimilar a sua obra, que obteve um sucesso enorme, sobretudo depois da Segunda Grande Guerra.
Nos Estados Unidos da América, para onde Dalí e Gala viajaram em 1940 e onde permaneceram durante cerca de oito anos, o artista fez, no Museu de Arte Moderna de Nova York, a sua maior exposição. Escreveu ainda A Vida Secreta de Salvador Dalí e trabalhou por diversas vezes para o cinema, teatro, ópera e bailado. Em 1974 inaugurou o Teatro-Museu de Figueras, onde se encontra exposta uma grande parte da sua obra, e, em 1983, criou a Fundação Gala-Salvador Dalí, uma instituição que gere, protege e divulga o seu legado artístico e intelectual.
Morreu em 1989, sete anos depois de Gala, e foi sepultado, como era seu desejo, no Teatro-Museu que o próprio Dalí criou e ao qual deu o seu nome.
Como referenciar este artigo:
Salvador Dalí. In Infopédia [Em linha]. Porto: Porto Editora, 2003-2004. [Consult. 2004-07-03].
Nas duas primeiras décadas do século XX, os estudos psicanalíticos de Freud e as incertezas políticas criaram um clima favorável para o desenvolvimento de uma arte que criticava a cultura européia e a frágil condição humana diante de um mundo cada vez mais complexo. Surgem movimentos estéticos que interferem de maneira fantasiosa na realidade.
O surrealismo foi por excelência a corrente artística moderna da representação do irracional e do subconsciente. Suas origens devem ser buscadas no dadaísmo e na pintura metafísica de Giorgio De Chirico.
Este movimento artístico surge todas às vezes que a imaginação se manifesta livremente, sem o freio do espírito crítico, o que vale é o impulso psíquico. Os surrealistas deixam o mundo real para penetrarem no irreal, pois a emoção mais profunda do ser tem todas as possibilidades de se expressar apenas com a aproximação do fantástico, no ponto onde a razão humana perde o controle.
A publicação do Manifesto do Surrealismo, assinado por André Breton em outubro de 1924, marcou historicamente o nascimento do movimento. Nele se propunha a restauração dos sentimentos humanos e do
instinto como ponto de partida para uma nova linguagem artística. Para isso era preciso que o homem tivesse uma visão totalmente introspectiva de si mesmo e encontrasse esse ponto do espírito no qual a realidade interna e externa são percebidas totalmente isentas de contradições.
A livre associação e a análise dos sonhos, ambos métodos da psicanálise freudiana, transformaram-se nos procedimentos básicos do surrealismo, embora aplicados a seu modo. Por meio do automatismo, ou seja,
qualquer forma de expressão em que a mente não exercesse nenhum tipo de controle, os surrealistas tentavam
plasmar, seja por meio de formas abstratas ou figurativas simbólicas, as imagens da realidade mais profunda do
ser humano: o subconsciente.
O Surrealismo apresenta relações com o Futurismo e o Dadaísmo. No entanto, se os dadaístas propunham apenas a destruição, os surrealistas pregavam a destruição da sociedade em que viviam e a criação de uma nova, a ser organizada em outras bases. Os surrealistas pretendiam, dessa forma, atingir uma outra realidade, situada no plano do subconsciente e do inconsciente. A fantasia, os estados de tristeza e melancolia exerceram grande atração sobre os surrealistas, e nesse aspecto eles se aproximam dos românticos, embora sejam muito mais radicais.
Artista francês, Marcel Duchamp nasceu em Blainville, França, a 28 de julho de 1887, e morreu em Nova York, EUA, em 2 de outubro de 1968. Irmão do pintor Jacques Villon (Gastón Duchamp) e do escultor Raymond Duchamp-Villon. Freqüentou em Paris a Academie Julian, onde pinta quadros impressionistas, segundo ele, "só para ver como eles faziam isso".
"L.H.O.O.Q."
Em 1911-1912 suas obras "O rei e a rainha cercados de nus" e "Nu descendo uma escada" estão na confluência entre o Cubismo e o Futurismo. São quadros simultaneistas, análises do espaço e do movimento. Mas já se destacam pelos títulos, que Duchamp pretende incorporar ao espaço mental da obra.
Entre 1913-1915 elabora os "ready-made", isto é, objetos encontrados já prontos, às vezes acrescentando detalhes, outras vezes atribuindo-lhes títulos arbitrários. O caso mais célebre é o de "Fonte", urinol de louça enviado a uma exposição em Nova York e recusado pelo comitê de seleção. Os títulos são sugestivos ou irônicos, como "Um ruído secreto" ou "Farmácia". Detalhe acrescentado em um "ready-made" célebre: uma reprodução da Gioconda, de Leonardo da Vinci, com barbicha e bigodes.
Segundo o crítico e historiador de arte Giulio Carlo Argan, os "'ready-mades' podem ser lidos como gesto gratuito, como ato de protesto dessacralizante contra o conceito 'sacro' da 'obra de arte', mas também como vontade de aceitar na esfera da arte qualquer objeto 'finito', desde que seja designado como 'arte' pelo artista".
Esses "ready-mades" escondem, na verdade, uma crítica agressiva contra a noção comum de obra de arte. Com os títulos literários, Duchamp rebelou-se contra a "arte da retina", cujos significados eram só, segundo ele, impressões visuais. Duchamp declarou preferir ser influenciado pelos escritores (Mallarmé, Laforgue, Raymond Roussel) - e não pretendia criar objetos belos ou interessantes. A crítica da obra de arte se estendia à antítese bom gosto-mau gosto.
Entre 1915 e 1923 o artista dedicou-se à sua obra principal, "O grande vidro", pintura a óleo sobre uma placa de vidro duplo dividido em duas seções. A parte superior chamou de "A noiva desnudada pelos seus celibatários, mesmo"; e a inferior, "Moinho de chocolate". Toda a obra é um pseudomaquinismo: a "noiva" é um aparato mecânico, assim como os "celibatários". Contendo vários níveis de significação, várias hipóteses foram formuladas pela crítica para descobrir o sentido de sua complicada mitologia.
Para Giulio Carlo Argan, "O grande vidro" foi desenvolvido "em torno de significados erótico-místicos, joga com a transparência do espaço, com o significado alquímico e simbólico, com o conceito de 'andrógino', inato em todos os indivíduos".
Coincidir arte e vida
Após "O grande vidro", Duchamp dedicou-se aos mecanismos ópticos - que chamou de "rotorrelevos". Em 1941 executa uma "caixa-maleta", contendo modelos reduzidos de suas obras, e, em 1943, a "Caixa verde", contendo fotos, desenhos, cálculos e notas.
A partir de 1957 vive em Nova York, dedicando-se à sua paixão pelo jogo de xadrez. Seu silêncio parece uma redução da capacidade inventiva, mas após sua morte descobre-se que o artista estivera trabalhando secretamente na construção de um "ambiente": um quarto fechado onde repousa uma figura em cera, cercada de vegetações. O ambiente só pode ser visto, por determinação do artista, por um orifício da porta.
A obra de Duchamp, reduzidíssima, foi menos obra do que uma atitude, um gesto crítico radical, mas em muitas declarações o artista recusou-se a ser visto como um destruidor. A atitude crítica de Duchamp ainda repercute, tantos anos depois de suas criações radicais.
Na opinião de Giulio Carlo Argan, "talvez a obra de Duchamp alquímica por excelência seja toda a sua vida, que serve de modelo para todas as novas vanguardas do segundo pós-guerra, do 'New Dada' às experiências de recuperação do corpo como expressão artística, na intenção de fazer coincidir arte e vida".
Movimento artístico e literário com um pendor niilista, que surgiu por volta de 1916, em Zurique, acabando por se espalhar por vários países europeus e também pelos Estados Unidos da América. Embora se aponte 1916 como o ano em que o romeno Tristan Tzara, o alsaciano Hans Arp e os alemães Hugo Ball e Richard Huelsenbeck seguiram novas orientações artísticas e 1924 como o final desse caminho, a verdade é que há uma discrepância de datas respeitantes, quer ao início, quer ao final deste movimento, ou como preferem os seus fundadores, desta «forma de espírito» («Manifesto Dada», in Dada-Antologia Bilingue de Textos Teóricos e Poemas, 1983).
O movimento Dada (os seus fundadores recusam o termo Dadaísmo já que o ismo aponta para um movimento organizado que não é o seu) surge durante e como reacção à I Guerra Mundial. Os seus alicerces são os da repugnância por uma civilização que atraiçoou os homens em nome dos símbolos vazios e decadentes. Este desespero faz com que o grande objectivo dos dadaístas seja fazer tábua rasa de toda a cultura já existente, especialmente da burguesa, substituindo-a pela loucura consciente, ignorando o sistema racional que empurrou o homem para a guerra. Dada reivindica liberdade total e individual, é anti-regras e ideias, não reconhecendo a validade, nem do subjectivismo, nem da própria linguagem. O seu nome é disso mesmo um exemplo: Dada, que Tzara diz ter encontrado ao acaso num dicionário, ainda segundo o mesmo Tzara, não significa nada, mas ao não significar nada, significa tudo. Este tipo de posições paradoxais e contraditórias são outra das características deste movimento que reclama não ter história, tradição ou método. A sua única lei é uma espécie de anarquia sentimental e intelectual que pretende atingir os dogmas da razão. Cada um dos seus gestos é um acto de polémica, de ironia mordaz, de inconformismo. É necessário ofender e subverter a sociedade. Essa subversão tem dois meios: o primeiro os próprios textos, que embora sejam concebidos como forma de intervenção directa, são publicados nas numerosas revistas do movimento como Der Dada, Die Pleite, Der Gegner ou Der blutige Ernst, entre muitas outras. O segundo, o famoso Cabaret Voltaire, em Zurique, cujas sessões são consideradas escandalosas pela sociedade da época verificando-se frequentes insultos, agressões e intervenções policiais.
Não é fácil definir Dada. Os próprios dadaístas para isso contribuem: as afirmações contraditórias não permitem um consenso já que, enquanto consideram que definir Dada era anti-Dada, tentam constantemente fazê-lo. No primeiro manifesto, por ele próprio intitulado dadaísta, Tristan Tzara afirma, que «Ser contra este manifesto significa ser dadaísta!» («Manifesto Dada», in Dada-Antologia Bilingue de Textos Teóricos e Poemas, 1983) o que confirma a arbitrariedade e a inexistência de cânones e regras neste movimento. Tentam mesmo dissuadir os críticos de o definir: Jean Arp, artista plástico francês ligado ao movimento de Zurique, ridiculariza a metodologia crítica escrevendo, que não era, nem nunca seria credível qualquer história deste movimento já que, para ele não eram importantes as datas, mas sim o espírito que já existia antes do próprio nome; além disso Tzara afirma ser «contra sistemas. O sistema mais aceitável é, por princípio, não ter nenhum.» (Dada and Surrealism,1972). São conscientemente subversivos: ridicularizam o gosto convencional e tentam deliberadamente desmantelar as artes para descobrir em que momento a criatividade e a vitalidade começam a divergir. Desde o início que é destrutivo e construtivo, frívolo e sério, artístico e anti-artístico.
Embora se tenha espalhado por quase toda a Europa, o movimento Dada tem os núcleos mais importantes em Zurique, Berlim, Colónia e Hanôver. Todos eles defendem a abolição dos critérios estéticos, a destruição da cultura burguesa e da subjectividade expressionista reconhecendo, como caminhos a seguir, a dessacralização da arte e a necessidade do artista ser uma criatura do seu tempo, no entanto, há uma evolução diferenciada nestes quatro núcleos. O núcleo de Zurique, o mais importante durante a guerra, é muito experimentalista e provocatório, embora mais ou menos restrito ao círculo do Cabaret Voltaire. É aqui que surgem duas das mais importantes inovações dadaístas: o poema simultâneo e o poema fonético. O poema simultâneo consiste na recitação simultânea do mesmo poema em várias línguas; o poema fonético, desenvolvido por Ball, é composto unicamente por sons, com predominância de sons vocálicos. Nesta última composição a semântica é completamente posta de parte: já que o mundo não faz sentido para os dadaístas, a linguagem também não terá de fazer. Ball considera ser esta uma época onde « Um universo desmorona-se. Uma cultura milenar desmorona-se.» («A Arte dos Nossos Dias», in Dada-Antologia Bilingue de Textos e Poemas, 1983). Estes tipos de composições, juntamente com o poema visual, também assente em princípios simultaneístas, e a colagem, primeiro utilizada nas artes plásticas, são as grandes inovações formais deste movimento. O grupo de Berlim, mais activo depois da guerra, está profundamente ligado às condições socio-políticas da época. Ao contrário do anterior realiza intervenções politizantes, próximas da extrema esquerda, do anarquismo e da “Proletkult” (cultura do proletariado). Apesar de tudo, os próprios dadaístas têm consciência que são demasiado anarcas para aderir a um partido político e que a responsabilidade pública que daí advinha era inconciliável com o espírito dadaísta. Colónia e Hanover são menos significativos, sendo no entanto de salientar o desenvolvimento da técnica da colagem no primeiro e a inovadora utilização de materiais casuais e subalternos, como jornais e bilhetes de autocarro, na pintura do segundo.
Estes autores destacam-se da sociedade em que estão inseridos pela revolta, pelos valores expressos nas suas obras, pelas convicções que defendem e pelas contradições que apresentam, muitas vezes exemplo da vitalidade e humor dos criadores.
Dada tornou-se muito popular em Paris, para onde Tzara vai viver depois da guerra. Na capital francesa, ao contrário de Berlim e Nova Iorque, o movimento Dada desenvolve-se bastante no campo literário. Esta ligação foi muito importante para a génese do surrealismo que acaba por absorver o movimento no início da década de vinte. As fronteiras entre os dois movimentos são ténues, embora se oponham: o surrealismo mergulha as suas raízes no simbolismo, enquanto Dada se aproxima mais do romantismo; o primeiro é nitidamente politizado, enquanto o segundo é, na generalidade apolítico (com excepção do grupo de Berlim, como já foi referido). É também possível encontrar vestígios dadaístas na poesia de Ezra Pound e T. S. Elliot e na arte de Ernst e Magritte.
Pieter Cornelis Mondrian, nasceu em Amersfoort na Holanda e entrou para a carreira artística apesar de todas as objeções da sua família. Estudou na Academia de Belas Artes de Amsterdão de 1892 a 1895 e depois começou a pintar. Os primeiros trabalhos de Mondrian, na sua grande maioria, eram pinturas de calmas paisagens em tons de suaves cinzentos, cor de malva e verdes escuros. Por volta de 1908, sob a influência do pintor holandês Jan Toorop, começou a experimentar cores mais brilhantes no intuito de transcender a natureza, criando uma série de pinturas de árvores e flores nas quais desenvolveu um estilo cada vez mais abstrato.
Mudou-se para Paris em 1912, e foi então que Mondrian tomou contato com pintores cubistas, rendendo-se às suas idéias e mudando progressivamente de seminaturalista para a crescente abstração. Mondrian encontrou novos caminhos. Durante a primeira guerra mundial, Piet pintou na Holanda, e ajudou a fundar uma revista de artes De Stijl, que influenciou a pintura, o design e a arquitetura européia.
Composição com vermelho, amarelo e azul, ano de 1921, óleo sobre tela, coleção Haags Gemeentemuseum, Haia.
O princípio do século XX ficou marcado pela tentativa de representar a realidade das maneiras mais abstratas, onde a pintura é um exemplo por excelência desse novo olhar. O pintor holandês levou a abstração até ao máximo dos seus limites.
Muitos foram os artistas que deram novas representações ao real, mas Mondrian foi para além deles. Ele começou a formular as suas próprias teorias estéticas. Ao seu estilo e princípios artísticos chamou de Neoplasticismo.
Nas suas últimas composições, Mondrian evitou qualquer sugestão de reprodução do mundo material, usando linhas pretas verticais e horizontais que delimitam blocos de puro branco, vermelho, amarelo ou azul. Mondrian exprimiu uma concepção, que revelou ser um expoente elevado de harmonia e de beleza.
Foi esta procura constante da harmonia e da beleza que levou Piet Mondrian a encontrar a matemática. Mondrian descobriu o famoso número de ouro e com ele chegou ao retângulo de ouro. Partilhou com Da Vinci a idéia de que a arte deveria ser sinônimo de beleza e movimento contínuo, por isso ambos utilizaram o retângulo de ouro. A razão de ouro exprime movimento, pois mantém-se em espiral até ao infinito, e o retângulo de ouro exprime a beleza, pois é uma forma geométrica agradável à vista. Assim, o retângulo de ouro passou a ser presença constante em suas pinturas.
13/12/1944, Neuilly-sur-Seine, França
Kandinsky foi um dos principais representantes da arte abstrata. Nascido em Moscovo, passou parte da infância em Odessa. Entre 1886 e 1892 estudou economia e direito na Universidade de Moscov, onde leccionou após a graduação.
Aos 30 anos decidiu estudar arte em Munique, na Alemanha, onde foi aluno de Franz von Stuck. Passou cerca de quatro anos em outros países e, em 1909, tornou-se presidente da Nova Associação de Artistas de Munique.
Na década de 1910 desenvolveu seus primeiros estudos não-figurativos, inaugurando a pintura abstrata. Junto a Piet Mondrian e Kasimir Malevich, faz parte do "trio sagrado" da abstração, sendo ele o mais famoso.
Para proporcionar uma nova base intelectual para a arte, fundou em Munique, em 1911, com Franz Marc, Der Blaue Reiter (O Cavaleiro Azul), uma associação de artistas que proclamavam, no manifesto "Do Espiritual na Arte" (1912), a superioridade do espírito sobre os objetos concretos.
Quando do advento da Revolução Russa, Kandinsky voltou a sua cidade natal, onde ocupou uma cátedra na Academia de Arte de Moscou. Desentendeu-se, no entanto, com as teorias da arte oficiais e regressou à Alemanha em 1921, quando iniciou um processo de geometrização em suas obras.
Passou a lecionar na famosa escola Bauhaus, em Weimar, a convite de Walter Gropius. Em 1928 adquiriu a nacionalidade alemã. Em 1933, a escola foi fechada pelo governo nazista. Kandinsky mudou-se em seguida para Paris, na França, onde viveu até o final de sua vida.
Primeira aquarela abstrata, do pintor russo Wassili Kandinsky, de 1910, é uma obra inaugural Rompendo com a arte acadêmica
Segundo os dicionários, arte abstrata é aquela que procura transmitir a qualidade ou propriedade de uma coisa, sem representá-la sob uma forma definida. Ou seja, é uma forma de arte que não representa objetos ou figuras concretas, próprias da nossa realidade.
Quando a significação de um quadro depende essencialmente da cor e da forma, quando o pintor rompe os últimos laços que ligam a obra à realidade visível, aquela passa a ser chamada de abstrata.
O abstracionismo surgiu a partir das experiências das vanguardas européias, que procuravam romper com o rigor formal da arte acadêmica, no início do século 20. O cubismo foi, muitas vezes, denominado como arte abstrata porque, ainda que suas obras fossem representativas e figurativas, buscavam sintetizar os elementos da realidade natural, fugiam da simples imitação daquilo que era "concreto".
O russo Wassili Kandinsky (1866 - 1944) pode ser considerado um dos pioneiros na realização de pinturas não-figurativas.
Fases
Existem várias fases na arte abstrata:
•Abstracionismo sensível ou informal: nessa fase, juntamente com Kandinsky, podemos citar o nome de Franz Marc (1880-1916). As cores e as formas são a expressão maior desse período.
•Tachismo: manchas colocadas dentro de certo limite (o braço do artista, por exemplo).
•Grafismo: todo abstracionismo formado por conjunto de signos gráficos (linhas, curvas, traços, pinceladas, etc.).
•Orfismo: ligado à música. Tem como principal artista Sonia Delaunay.
•Raionismo: raios estanques e riscos com luminosidade.
•Abstracionismo geométrico ou formal: as formas e cores são organizadas de forma a resultar na expressão de uma concepção geométrica. Essa fase possui duas subdivisões: 1) Neoplasticismo (principal artista: Piet Mondrian, 1872-1944); e 2) Suprematismo (principal artista: Kazimir Malevitch, 1878-1935).
•Action Paiting ou pintura de ação gestual: criada por Jackson Pollock (1912-1956) nos anos de 1947 a 1950. Tem como características: a compreensão da pintura como meio de emoções intensas, a execução agressiva e espontânea, sem utilização dos meios tradicionais, como pincéis, espátulas, etc. É a pintura direta na parede, no chão ou em telas enormes.
Giacomo Balla nasceu em Turim, na Itália, em 1871. Em 1910 declarou publicamente sua filiação ao movimento futurista do qual se afastou em 1931. Morre no ano de 1958, em Itália.
Obra
O pintor italiano durante a sua obra tentou endeusar os novos avanços científicos e técnicos por meio de representações totalmente desnaturalizadas, sem chegar a uma total abstracção. Mesmo assim, mostrou grande preocupação com o dinamismo das formas, com a situação da luz e a integração do espectro cromático. A sua formação académica restringiu-se a um curso nocturno de desenho, de dois meses de duração, na Academia Albertina de Turim, sua cidade natal. Em 1895 o pintor mudou-se para Roma, onde apresentou regularmente suas primeiras obras em todas as exposições da Sociedade dos Amadores e Cultores das Belas-Artes.Cinco anos mais tarde, fez uma viagem a Paris, onde entrou em contacto com a obra dos impressionistas e neo-impressionistas e participou em várias exposições. Na volta a Roma, conheceu Marinetti, Boccioni e Severini. Um ano mais tarde, junta-se a eles para assinar o Manifesto Técnico da Pintura Futurista.Preocupado, como seus companheiros, em encontrar uma maneira de visualizar as teorias do movimento, apresentou em 1912 seu primeiro quadro futurista intitulado Cão na Coleira ou Cão Atrelado.Dissolvido o movimento, Balla retornou às suas pinturas realistas e voltou-se para a escultura e a cenografia. Embora em princípio Balla continuasse influenciado pelos divisionistas, não demorou a encontrar uma maneira de se ajustar à nova linguagem do movimento a que pertencia. Um recurso dos mais originais que ele usou para representar o dinamismo foi a simultaneidade, ou desintegração das formas, numa repetição quase infinita, que permitia ao observador captar de uma só vez todas as sequências do movimento.
Pintor e escultor italiano nascido no dia 19 de Outubro de 1882, em Reggio di Calabria, e falecido no dia 16 de Agosto de 1916, em Sorte (Verona), em consequência de uma queda de cavalo durante manobras militares. Foi um dos representantes máximos do movimento futurista que defendia o progresso acidental, a máquina e o estilo de vida ruidoso e agitado da vida urbana. Em 1901 mudou-se para Roma para estudar acabando por fazer amizade com outros pintores pertencentes a este movimento. No início, mostrou-se interessado na pintura impressionista, principalmente na obra de Cézanne. Fez então algumas viagens a Paris, São Petersburgo e Milão. Regressando em 1910 entrou em contacto com Carrá, Russolo y Marinetti e um ano depois encontrava-se entre os autores do "Manifesto Futurista de Pintura", do qual foi um dos principais teóricos. Foi com a intenção de procurar as bases dessa nova estética que viajou para Paris, onde se encontrou com Picasso e Braque. Ao retornar, em 1912, publicou o "Manifesto Técnico da Pintura Futurista", no qual foram registados os princípios teóricos da arte futurista: condenação do passado, desprezo pela representação naturalista, indiferença em relação aos críticos de arte e rejeição dos conceitos de harmonia e bom gosto aplicados à pintura. Nesse mesmo ano participou da primeira exposição futurista mas as suas obras ainda deixavam transparecer a preocupação do artista com os conceitos propostos pelo cubismo.
Os retratos deformados pelas sobreposições de planos ainda não conseguiam expressar com clareza a sua concepção teórica. Um ano mais tarde, com sua obra Dinamismo de um Jogador de Futebol, Boccioni conseguiu finalmente fazer a representação do movimento por meio de cores e planos desordenados, como num pseudofotograma.
Em 1911 inicia a sua actividade como escultor com obras menos numerosas que as suas pinturas mas mais livres e atrevidas e onde sempre afloram elementos neo-impressionistas, assim como por outro lado consegue um intercâmbio surpreendente entre o côncavo e o convexo, superando as experiências cubistas. Nas suas obras escultóricas, que combinam madeira, ferro e cristal, Boccioni pretende ilustrar a interacção que se estabelece entre um objecto em movimento e o espaço que o rodeia.
Apesar de tudo, permaneceu sempre muito ligado a uma concepção romântica e tradicional do movimento e do quadro como janela. Em 1915 participou como voluntário na Primeira Guerra Mundial, e é nesta altura que começa a distanciar-se do futurismo, isto é, da velocidade e do dinamismo, aproximando-se de uma análise das imagens plásticas, isto é, dos volumes arredondados e mais estáticos, influenciado por Cézanne.
MARINETTI (Filippo Tommaso), escritor italiano (Alexandria, 1876 - Bellagio, 1944), iniciador do movimento futurista, cujo manifesto publicou no jornal parisiense Le Figaro (20 de fevereiro de 1909).
Esta corrente nasceu em Itália e foi um movimento que se manifestou primeiramente na literatura para, mais tarde, se estender às artes plásticas, à arquitectura, à música, ao cinema, etc. O seu surgimento, datado de 1909, foi marcado pelo Manifesto Futurista do poeta Filippo Marinetti. Nesse texto, o autor apresentava como pontos fundamentais a recusa da harmonia e do bom gosto, do geometrismo intelectual dos cubistas, bem como do sensualismo cromático dos fauvistas, propondo uma nova poética que combatia qualquer forma ligada à tradição e fazia a exaltação da civilização industrial com tudo o que ela comportava – o movimento da máquina e da velocidade -, fazendo uma total assunção da sociedade moderna e industrial.
«Os elementos essenciais da nossa poesia serão o valor, a ousadia e a rebelião. Declaramos que o esplendor do mundo se enriqueceu com uma nova beleza: a beleza da velocidade. Um automóvel de corridas é mais bonito que a Vitória de Samotrácia.»
Marinetti, Primeiro Manifesto Futurista, 1909
Características fundamentais
Apologia da máquina, da velocidade, da luz e da própria sensação dinâmica;
Libertação e exaltação das energias;
Exaltação do presente, da velocidade e das formas dinâmicas produzidas pela civilização, reflectindo a vida moderna;
Alternância de planos e sobreposição de imagens, ora fundidas, ora encadeadas, para dar a noção de velocidade e dinamismo;
Arabescos contorcidos, linhas circulares emaranhadas, espirais e elipses;
Geometrização dos planos em ângulo agudo, mais dinâmico, abolindo totalmente os ângulos rectos cubistas na organização espacial, permitindo a sugestão da fragmentação da luz;
Cores muito contrastadas, em composições violentas e chocantes.
GEORGES BRAQUE
13/5/1882, Argenteuil-sur-Seine, França
31/8/1963, Paris, França
GEORGES BRAQUE
Assim Braque definiu seu trabalho: "Amo a regra que corrige a emoção. Amo a emoção que corrige a regra". Junto com Pablo Picasso, ele inventou o cubismo, revolucionando a pintura.
Georges Braque era filho e neto de pintores. Foi criado em Le Havre e, ali, estudou na École des Beaux-Arts de 1897 a 1899.
Mudou-se para Paris e estudou com um mestre decorador em 1901.
Seu estilo inicial era impressionista. Entre 1902 e 1904, foi aluno da Academie Humbert, também em Paris. Lá, fez amizade com Marie Laurencin e Francis Picabia. Em 1907, depois de alguns meses em Antuérpia, participou de uma exposição do Salão dos Independentes (Paris), apresentando obras mais próximas do fauvismo.
Fez sua primeira exposição individual em 1908. No ano seguinte, trabalhou com Picasso no desenvolvimento do cubismo. Em 1911, casou-se com Marcelle Lapré. Em 1912, Braque e Picasso começaram a incorporar em suas pinturas a técnica da colagem. A parceria duraria até 1914, quando estourou a Primeira Guerra Mundial e Braque, convocado, partiu para a frente de batalha. Em 1915, foi ferido em combate.
Após a guerra, a obra de Braque foi adquirindo liberdade, tornando-se menos esquemática. Em 1922, expôs no Salão de Outono (Paris), o que lhe rendeu fama. Fez ainda a cenografia para dois balés de Sergei Diaghilev.
Em 1925, mandou construir uma casa, chamando o arquiteto Auguste Perret (o mesmo do teatro dos Champs-Élysées). No fim da década, sua obra foi ficando mais realista.
Em 1930, comprou casa de campo em Varengeville, na Normandia, onde passou a morar boa parte do tempo, usando seu ateliê de pintura e escultura. Em 1931, elaborou as primeiras gravuras e começou a utilizar motivos mitológicos. Sua pintura tornou-se então mais lírica.
Em 1933, Braque realizou a primeira retrospectiva de peso, num museu da Basiléia (Suíça). Quatro anos depois, ganhou o primeiro prêmio na mostra Carnegie International, em Pittsburgh (EUA).
Durante a Segunda Guerra Mundial, recolheu-se a Varengeville e trabalhou com litogravura, gravura em metal e escultura.
A partir do fim da década de 1940, pintou pássaros, paisagens e marinhas. Em 1954, desenhou os vitrais da igreja de Varengeville e, em 1958, participou da Bienal de Veneza, que lhe dedicou uma sala especial.
Nos últimos anos de vida, mesmo com problemas de saúde, Georges Braque continuou atuante, dedicando-se à pintura, à litografia e à joalheria.
Pablo Diego José Francisco de Paula Juan Nepomuceno María de los Remedios Cipriano de la Santísima Trinidad Ruiz y Picasso, que depois de consagrado como pintor assinaria só com o apelido materno, nasceu em Málaga no seio de uma família vinculada à pintura. Foi na Corunha que começou os seus estudos de Belas-Artes, mas foi em Barcelona, para onde a famíla se mudou em 1895, que completou a sua formação e iniciou a sua carreira de pintor. Devido à excepcionalidade dos seus dotes artísticos, obteve uma menção honrosa em ciência e caridade (1897).
Após este período, Picasso integra-se na boémia barcelonesa de fim de século, que era então um centro artístico de grande vitalidade. Frequenta a cervejaria de 4 Gats onde conhece todos os artistas catalães dessa época.
Em 1900 viaja pela primeira vez a Paris e em 1901 faz a primeira exposição francesa. Instala-se em 1904 no mítico Bateau-Lavoir de MontMartre. Dividindo a sua obra entre Paris e Barcelona, passa a primeira fase da sua obra, os chamados Períodos Azul e Rosa que se prolongam até 1906.
Les demoiselles d'Avignon: Pablo Picasso Em 1906, o interesse pela escultura ibérica e pelas máscaras africanas do Museu de Trocadero remete para uma nova alteração das suas obras; é o ponto de viragem para o Cubismo. Este período desenvolve-se entre 1909 e 1914.
No período entre guerras continua a aprofundar o cubismo, através da pintura, da collage e da escultura, regressando eventualmente a uma figuração classicista e mediterrânica. A Guerra Civil Espanhola impõe trouxe uma nova marcação na sua vida e obra.
Em 1937, a viação alemã, aliada dos subelevados, bombardeia a cidade de Guernica, provocando um autêntico massacre da população civil.
Após a 2.ª Guerra Mundial, Picasso instala-se no Sul de França, que visita desde os anos vinte.
Período Azul e Rosa
Entre 1900 e 1906, coincidindo com a sua tomada de contacto com a cena artística francesa, Picasso inicia a primeira fase pessoal da sua carreira artística. O peso de Barcelona arte-novista ainda se nota em alguns quadros de ar decadente e simbolista, muito de acordo com o gosto da época. As figura de porte monumental sobre ssaiem sobre fundos monocromáticos em que predominam o azul e o rosa, que dão nome a estas duas fases.
Não é fácil estabelecer a fronteira entre a época Azul e a Rosa, embora na primeira sejam mais frequentes os temas compassivos e desolados: mendigos, mães em que se adivinha a miséria, velhos decrépitos e tristezas interiores povoam estes quadros nos quais se aprecebe se precebe e inflência de Nonell e El Greco, cuja pintura começa a estar na moda no ínicio do século. Na época Rosa, em contrapartida, são frequentes os feirantes e artistas de circo, aos quais os pintores de Montmartre estavam muito apegados. Pela segunda vez, Picasso, ainda muito jovem mostra que é capaz de evoluir nele com desenvoltura antes de abandoná-lo para dar de novo um salto no vazio.
Cubismo
Em alguns quadros da chamada época rosa Picasso mostrara o seu interesse pela solidez dos volumes. É evidente que por trás desta preocupação está a pintura de Cézanne. Se a isso acrescentarmos o exemplo de representação não imitativa da realidade que pôde contemplar na esculturta ibérica e especialmente nas estatuetas e máscaras africanas expostas no Museu de Trocadero, teremos todos os elementos que determinam a evolução da sua pintura em 1906, que culmina no ano seguinte em As Meninas de Avinhão.
O quadro Tête de femme (ao lado) é também exemplo do período cubista.
Para os artistas espanhóis residentes em Paris, como Miró ou o próprio Picasso, as décadas de 30 e 40 são uma etapa de emoção contínua devido à guerra civil e Segunda Guerra Mundial.
A aviação alemã bombardeou Guernica em 26 de Abril de 1937, produzindo um verdadeiro massacre entre a população civil. Em 1 de Maio, Picasso recebe as primeiras informações e fotografias, que lhe causam tal impressão que em pouco mais de um mês tem o quadro acabado, depois de inúmeros esboços e estudos prévios.
Uma série de figuras resumem emblematicamente o horror do acontecimento: o touro, o cavalo ferido - que simboliza o povo como vitíma inocente -, o guerreiro decapitado, o grito telúrico da mãe com o filho morto nos braços. Os processos utilizados na composição do espaço são de característica cubista, como o tratamento de muitas das figuras. A renúncia à cor tem também uma função expressiva. Nunca antes desde A Morte de Marat, de David, ou Os Massacres de Quios, de Delacroix, a pintura conseguira semelhante expressão do dramatismo contemporâneo com carácter universal.
O Cubismo foi uma tendência artística moderna, surgida em 1906, segundo a qual, o quadro (ou escultura) devem ser considerados como factos plásticos independentes da imitação directa das formas da Natureza.
A denominação de Cubisme tem origem numa observação feita por Matisse junto de um quadro de uma paisagem de Georges Braque no Salão de Outono de 1908. Cézanne, que nunca renunciara completamente ao uso da perspectiva tradicional, nem a pintar de outro modo que não fosse a partir da Natureza, tinha como princípio que tudo na Natureza podia ser traduzido (abstraído) pelas formas geométricas básicas, como o cilindro, a esfera e o cone. Georges Braque inspirara-se neste princípio, para se exprimir no seu quadro, através de planos fortemente acusados e sem recorrer à técnica do modelado. Matisse referira-se a “petits cubes”, junto ao crítico de arte Louis Vauxcelles, que, viria a utilizar num artigo o termo Cubisme, pela primeira vez.
Pablo Picasso, por seu lado, havia pintado desde 1906/7, sob influência da Arte Negra, Les Demoiselles d’Avignon, uma pintura de simplificações violentas e elementares. (A Arte Negra havia sido descoberta por Maurice Vlaminck e propagandeada pelos Fauves.)
A Origem do Cubismo:
“Grupe du Bateau-Lavoir”, o grupo de artistas do Bateau-Lavoir (o lavadouro-flutuante) constituiu-se numa casa da praça Ravignan, em Paris, no bairro de Montmartre, tinha uma escadaria em madeira e no interior algumas particularidades que lhe valeram este nome.
Picasso tinha-a alugado desde 1904.
Picasso, Braque, Juan Gris, Max Jacob e Van Dongen habitaram esta casa onde se deu a invenção do Cubismo.
Fernand Leger juntou-se ao grupo em 1908.
De 1908 a 1914 aí se encontravam também os poetas e os artistas amigos de Guillaume Apollinaire. Guillaume Apollinaire, 1880/1918, foi um poeta e escritor francês que publicou revistas, livros e romances, e ensaios e críticas sobre pintura como les Peintres cubistes em 1913. Publicara em 1911, o “Cortège de Orphée”.
Apollinaire esteve á cabeça das vanguardas do cubismo literário e do cubismo artístico. Introduziu algumas audacias formais, como a supressão da pontuação nos seus poemas e adoptou curiosas disposições tipográficas. Viria a ser precursor do Surrealismo. É considerado o primeiro dos poetas modernos franceses, tendo as suas obras influenciado profundamente a poesia moderna.
Nascido Henri-Émile Benoît Matisse foi um destacado pintor, escultor e artista gráfico francês. Filho de Émile Hippolyte Matisse, um comerciante de grãos e de Anna Heloise Gerard, pintora de porcelanas.Formou-se em Direito, em 1887, mas não exerceu a função pois achava as leis um assunto um tanto entediante. Aos 22 anos, mudou-se para Paris para estudar arte e matriculou-se na Academie Julian, onde foi aluno de William-Adolphe Bouguereau, e depois no ateliê do pintor Gustave Moreau.Em 1894 nasceu sua filha Marguerite, fruto do relacionamento que teve com a modelo Caroline Joblau. Marguerite serviu como modelo para Matisse durante vários anos.Em 1898, aos 28 anos casa-se com Amélie Noellie Parayre que dá grande incentivo à sua vida artística. Desse casamento nascem dois filhos: Jean, em 1899 e Pierre, em 1900.
FauvismoDepois de anos de estudos, de 1900 a 1905 participou da mostra Salão dos Independentes e Salão de Outono, em Paris, e integrou o grupo dos pintores fauvistas que se caracterizava pela simplificação das formas, o uso das cores de forma aleatória e que não correspondiam à realidade, redução do nível de graduação das cores sem nuances, até o uso da cor pura, sem misturas. Predominava temas leves sem intenções críticas, a não ser a da representação. O fauvismo, derivado de "fauve" (animal selvagem) contou também com a participação de outros artistas, entre eles, André Derain, Maurice de Vlaminck, Raoul Dufy, , Henri Manguin, Albert Marquet, Jean Puy e Emile Othon Friesz.Em sua primeira fase, Matisse assumia claramente influências de , como na obra "Nu no Estúdio" (1898), onde, em pinceladas fortes, especialmente, a figura humana se destacava num fundo difuso. Mas assume também outras influências, como as de e , com a valorização da massa de cor como um elemento representativo da composição, tanto quanto o motivo representado e essa concepção que seria desenvolvida mais tarde, teria grande importância na sua arte. A partir de 1906 até 1912 empreende diversas viagens. Da Argélia volta influenciado pelo uso decorativo da arte islâmica e introduz o decorativismo na sua pintura. Viaja também para o Marrocos. Dessa época, as pinturas "Harmonia em Vermelho" (1908), "A Dança" (1909) e "A Música" (1910), se destacam pelo uso de cores fortes, movimento e linhas, além de florais decorativos.A partir daí passa a ser um artista bastante divulgado e considerado e a influenciar a arte de seu tempo, com um estilo que se caracterizava pelo uso de cores em tonalidades fortes, mas ao mesmo tempo, combatida por uma parcela da burguesia francesa apreciadora de arte, que a consideravam como uma diluição da arte. Matisse cria um estilo simplificado em que o uso da cor chapada, sem nuances, é limitada pelo traço e desaparecem os volumes. Para Matisse, o desenho, a cor e a composição eram uma síntese e nenhum dos três elementos se destacariam, mas formavam um todo.Matisse e desenvolvem, a partir de 1907, uma estreita relação de amizade que duraria até a velhice dos dois, e freqüentemente trocavam quadros entre si. Essa amizade também revelou uma sutil competição entre os dois artistas.
Os "papiers collés"Em 1920 mudou-se para Nice, e passou a pintar quadros de grande riqueza cromática como na série das Odaliscas, em que aparecem mulheres semivestidas com roupas exóticas, em ambientes decorados, com flores. Exemplo disso são as telas "Odaliscas com Magnólias" (1924) e "Duas Odaliscas" (1928). A sensualidade feminina passa a ter grande importância e presença na sua obra.Quando em 1930, o uso da tinta óleo se tornou proibido, por problemas de saúde, começou a trabalhar com recortes de papel, técnica que continuou praticando até o fim da vida. Passa a usar também o carvão, como em "Tete de Femme" (1931). Nessa época, o trabalho de Matisse torna-se cada vez mais arte gráfica, em contraposição a arte plástica. Exemplo disso é a técnica de "papiers collés", como ilustrações do livro Jazz (1947) e a série "Nu bleu" (1952), papel pintado a guache, recortado e colado. Exerceu atividades de desenhista e ilustrador, com destaques para a edição de Poesies de Stephane Mallarme (1932), Ulisses, de (1935) e Les Fleurs du Mal, de (1944), usando a técnica da água-forte, xilografia e litografia.Em 1941 é vítima de câncer e operado passa depender de uma cadeira de rodas para se locomover.Entre 1948 e 1951 dedicou-se à decoração da capela do Rosário em Saint-Paul, perto de Vence, no sul da França. Matisse, concebeu todos os detalhes, dos vitrais ao mobiliário, onde pode desenvolver a sua concepção religiosa das formas, com a presença dos florais em arabescos nos vitais. Ficou tão satisfeito com o resultado desse trabalho que, apesar de tudo o que realizou, passou a considerá-lo como a sua melhor obra.Nesse ano de 1948 é apresentada uma retrospectiva de seu trabalho no Museu da Arte Moderna, de Nova York.A colagem "Tristeza do Rei" (1952) na técnica de "papiers collés" é uma das suas últimas obras. Nela, a figura do rei, em negro com uma viola entre as mãos, seria a tristeza do próprio Matisse, adoentado, preso a uma carreira de rodas, desde 1941 e que viria a falecer em 3 de novembro de 1954, de ataque cardíaco, aos 84 anos de idade. (AAR)
Esta corrente, Fauvismo, constituiu a primeira vaga de assalto da arte moderna propriamente dita. Em 1905, em Paris, no Salon d’Automne, ao entrar na sala onde estavam expostas obras de autores pouco conhecidos, Henri Matisse, Georges Rouault, André Derain, Maurice de Vlaminck, entre outros, o crítico Louis de Vauxcelles julgou-se entre as feras (fauves).As telas que se encontravam na sala eram, de facto, estranhas, selvagens: uma exuberância da cor, aplicada aparentemente de forma arbitrária, tornava as obras chocantes. Caracteriza-se pela importância que é dada à cor pura, sendo a linha apenas um marco diferenciador de cada uma das formas apresentadas. A técnica consiste em fazer desaparecer o desenho sob violentos jactos de cor, de luz, de sol.
Características fundamentais
Primado da cor sobre as formas: a cor é vista como um meio de expressão íntimo;Desenvolve-se em grandes manchas de cor que delimitam planos, onde a ilusão da terceira dimensão se perde;A cor aparece pura, sem sombreados, fazendo salientar os contrastes, com pinceladas directas e emotivas;Autonomiza-se do real, pois a arte deve reflectir a verdade inerente, que deve desenvencilhar-se da aparência exterior do objecto;A temática não é relevante, não tendo qualquer conotação social, política ou outra.Os planos de cor estão divididos, no rosto, por uma risca verde. Do lado esquerdo, a face amarela destaca-se mais do fundo vermelho, enquanto que a outra metade, mais rosada, se planifica e retrai para o nível do fundo em cor verde. Paralelos semelhantes podemos ainda encontrar na relação entre o vestido vermelho e as cores utilizadas no fundo.A obra de arte nasce, por isso, autónoma em relação ao objecto que a motivou.dos temas mais característicos do autor, onde sobressaem os padrões decorativos.A linguagem é plana, as cores são alegres, vivas e brilhantes, perfeitamente harmonizadas, não simulando profundidade, em total respeito pela bidimensionalidade da tela.A cor é o elemento dominante de todo o rosto. Esta é aplicada de forma violenta, intuitiva, em pinceladas grossas, empastadas e espontâneas, emprestando ao conjunto uma rudeza e agressividade juvenis.Estudo dos efeitos de diferentes luminosidades, anulando ou distinguindo efeitos de profundidade.
Edvard Munch foi um importante artista plástico norueguês. É considerado, por muitos estudiosos das artes plásticas, como um dos artistas que iniciaram o expressionismo na Alemanha.
- Edvard Munch nasceu na cidade de Løten (Noruega) em 12 de dezembro de 1863.
- Teve uma vida familiar muito conturbada, pois sua mãe e uma irmã morreram quando Munch ainda era jovem. Uma outra irmã tinha problemas mentais. O pai de Munch tinha uma vida marcada pelo fanatismo religioso. Para complicar, Munch ficou muito doente durante a infância.
- Já adulto, começou a apresentar um quadro psicológico conturbado e conflituoso. Alguns estudiosos afirmam que Munch, provavelmente, possuia transtorno bipolar.
- Munch estudou artes plásticas no Liceu de Artes e Ofícios da cidade de Oslo (capital da Noruega).
- Em 1885, viajou para Paris onde entrou em contato com vários movimentos artísticos. Ficou muito atraído pela arte de Paul Gauguin.
- Entre os anos de 1892 e 1908 viveu na cidade de Berlim (Alemanha).
- Em 1892 participou de uma exposição artística em Berlim. Porém, a mesma foi cancelada em função do grande choque que provocou na sociedade alemã.
- Em 1893, pintou sua obra de arte de maior importância: O Grito. Esta obra tornou-se um dos símbolos do expressionismo.
- Em 1896, começou a fazer gravuras e apresentou várias inovações nesta técnica artística.
- Em 1908, voltou para a Noruega para viver em seu país natal definitivamente.
- No final da década de 1930 e início da década de 1940 passou por uma forte decepção. O governo nazista ordenou a retirada de todas as obras de arte de Munch dos museus da Alemanha por considerá-las esteticamente imperfeitas e por não valorizar a cultura alemã.
- Munch morreu em 23 de janeiro de 1944, na cidade de Ekely (próximo a Oslo).
Estilo artístico - Abordagem de temas relacionados aos sentimentos e tragédias humanas (angústia, morte, depressão, saudade).
- Pintura de imagens desfiguradas, passando uma sensação de angústia e desespero.
- Forte expressividade no rosto das personagens retratadas.
- Pintura de figuras marcadas por fortes atitudes.
Principais obras de Munch: - Spring Day on Karl Johan (1891)
- Evening on Karl Johan (1892)
- Melancolia (1892)
- A Voz (1892)
- O Grito (1893) - Vampira (1893-94)
- Anxiety (1894)
- A Madona (1894-1895)
- Jealousy (1895)
- Puberdade (1895)
- Self-Portrait with Burning Cigarette (1895)
- A menina doente (1895-1896)
- Lady From the Sea (1896)
- A dança da vida (1899-1900)
- A Morte da Mãe (1899-1900)
- Meninas no Jetty (1901)
- Crianças na rua (1907)
- Atração (1908)
- Assassino na Alameda (1919)
- Reunião (1921)
- Entre o Relógio e a Cama (1940-1942)
O Expressionismo designa um movimento cultural que se manifestou nos mais diversos campos artísticos como as artes visuais, o teatro, a literatura e o cinema. Nas artes plásticas (pintura, escultura, fotografia) e na arquitectura, esta tendência, de dimensão internacional desenvolveu-se a partir dos finais do século XIX, tendo conhecido uma importante expansão na Alemanha, no contexto de angústia e de agitação social que antecedeu a Primeira Guerra Mundial.
O Expressionismo apresentou-se em oposição tanto ao sentido cientista do Impressionismo como à vocação decorativa da Arte Nova e caracteriza-se pela procura de formas artísticas que exprimissem mais livre e subjectivamente os sentimentos do artista em relação à realidade. Os quadros tornaram-se o retrato intenso de emoções, transmitidas através de cores violentas e de pinceladas vincadas e as esculturas apresentavam formas agressivas, modelações vincadas e texturas rudes.
As primeiras manifestações que se podem considerar precursoras do movimento expressionista datam de meados de 1880. Entre estas contam-se as obras do pintor holandês Vincent Van Gogh, marcante pelo uso intenso dos valores cromáticos e texturais, e do francês Toulouse-Lautrec, nomeadamente pelos temas abordados e pela liberdade e espontaneidade do desenho. Os pintores Edvard Munch, expoente do Expressionismo nórdico, e James Ensor representaram outro momento de afirmação dos fundamentos da estética expressionista, como temas dramáticos e obcessivos e pela violência das fomas e da cor.
Todas estas referências vão cruzar-se no contexto artístico da Alemanha de inícios do século, encontrando eco em artistas que procuram afirmar novos caminhos.
A primeira corrente organizada dentro no interior do movimento expressionista foi o grupo Die Brücke (A Ponte), formado em Dresden em 1905, por Ernst-Ludwig Kirchner, Karl Schmidt-Rottluff, Emil Nolde (1867-1956) e Max Pechstein (1881-1955) entre outros, com objectivo de agregar as várias tendências de vanguarda, rejeitando o academismo, o Impressionismo, o Jugendstil e a Secessão. Procurava, através de uma expressão directa, emotiva e muitas vezes violenta, a representação da realidade social e política desse período.
Mais tarde, em 1912, é formado em Munique o grupo Der Blaue Reiter (O cavaleiro azul) pelos pintores Wassily Kandinsky e Franz Marc, que reúne um vasto número de artistas alemães, suíços e russos, constituindo um novo período de afirmação do Expressionismo, mais ligado às manifestações do inconsciente e à atenção aos valores cromáticos e formais.
A corrente Nova Objectividade (Die Neue Sachlichkeit ) formada no período entre as duas guerras mundiais, num clima de intensos problemas sociais e de desilusão e decadência de determinadas formas da cultura e da civilização ocidental, assumiu a recuperação e o ressurgimento do Expressionismo, após a interrupação ditada pela Primeira Guerra Mundial. Teve com protagonistas os pintores Otto Dix (1891-1969), George Grosz (1893-1959) e Max Beckmann (1884-1950), cujos trabalhos denunciam uma atitude eminentemente satírica e de crítica social.
A expansão internacional do Expressionismo acentua-se precisamente nesta altura, destacando-se os trabalhos de artistas como Oskar Kokoschka (1886-1980) e Arnold Schoenberg (1874-1951) na Áustria, e de Georges Rouault (1871-1958) e Chaïm Soutine (1894-1943), em França.
A pintura expressionista foi uma das principais precursoras do movimento do Expressionismo Abstracto e do Informalismo, surgidos respectivamente nos Estados Unidos da América e na Europa nas décadas de quarenta e cinquenta.
A escultura expressionista foi grandemente impulsionada pela obra do francês Auguste Rodin. De facto, um dos principais representantes deste movimento no campo da escultura foi Antoine Bourdelle (1861-1929), um dos discípulos do mestre francês. Destacam-se ainda alguns trabalhos do americano Jacob Epstein (1880-1959) e do alemão Ernst Barlach (1870-1938), representando geralmente figuras humanas de carácter maciço, às quais imprimem diferentes tipos de distorção e uma modelação livre e intencionalmente imperfeita.
Como referenciar este artigo:
Expressionismo. In Infopédia [Em linha]. Porto: Porto Editora, 2003-2009. [Consult. 2009-11-25].
Gustav Klimt
Artista austríaco, Gustav Klimt nasceu a 14 de Julho de 1862, em Baumgarten, próximo de Viena, e morreu a 6 de Fevereiro de 1918, em Viena, vítima de apoplexia.
Gustav Klimt
Estudou na Escola de Artes e Ofícios de Viena entre 1876 e 1883. Nesse mesmo ano fundou, juntamente com o irmão Ernst Klimt e com Franz Matsche, um atelier de pintura, especializando-se na execução de murais, pinturas para tectos ou para cenários.
O seu trabalho inicial consistiu essencialmente em grandes murais para teatros, num estilo naturalista, de entre os quais se destacam o tecto do Burgtheater de Viena (1886-1888) e as pinturas da escadaria do Museu de História de Arte, também em Viena (1890-1892). Neste trabalho, Klimt procurou fazer uma síntese da história da arte, pintando cada personagem num estilo diferente, conforme ao período que encarnava. A partir de 1894 executou grandes pinturas alegóricas para o tecto da Sala Magna da Universidade de Viena, enveredando por uma linguagem mais ornamental e linear, próxima dos ideais estéticos do movimento da Arte Nova. Estes trabalhos, "A Filosofia", "A Medicina" e "O Direito", foram tão fortemente criticados pelas correntes mais tradicionalistas, que se abandonou a intenção de os colocar nos locais previstos. Confrontado com esta hostil reacção crítica do público, Klimt retirou-se da vida pública.
Em 1897, Klimt foi um dos membros fundadores do grupo da Secessão de Viena(um movimento de reacção contra o conservadorismo académico burguês), tornando-se seu presidente até 1905, ano em que abandonou o movimento para formar o Grupo Klimt. Nesta altura colaborava no periódico Ver Sacrum, para o qual realizou um conjunto de ilustrações de carácter alegórico.
A partir de 1898, o seu trabalho tornou-se mais original e inovador, ganhando um carácter simultaneamente mais simbólico e decorativo. Em 1902 executa, para a sede da Secessão, um edifício projectado por Olbrich, o Friso de Beethoven, uma grande pintura mural, cuja influência sobre as gerações mais jovens foi considerável. Este friso foi, tal como a 9.ª Sinfonia de Beethoven, realizado em três fases, dividindo-se em "Aspiração à Felicidade", "As Forças Inimigas" e "Hino à Alegria".
Os seus trabalhos mais famosos, datados do último período artístico do pintor, foram O retrato de Fritza Riedler (1906) e os murais e mosaicos realizados para o Palácio Stoclet (1905-1909) em Bruxelas, uma grande casa desenhada pelo arquitecto austríaco Joseph Hoffmann, também ele membro da Secessão Vienense. Nas suas pinturas, Klimt revelou a tendência para eliminar o efeito de profundidade e de volume, transformando as figuras num conjunto de superfícies decorativas, com carácter abstracto, de onde se destacavam os pormenores figurativos das mãos e dos rostos.
Neste período, Klimt colabora com muitos dos artistas dos Wiener Werstätten (ateliers vienenses), fundados em 1902 por Hoffmann, realizando aí inúmeros trabalhos de artes aplicadas.
Apesar de ser contestado no seu país natal até 1917 (ano em que foi eleito membro de honra da Academia de Viena), em 1910 a sua obra foi alvo de uma recepção entusiástica na Bienal de Veneza.
Pintou essencialmente a mulher feminina e fatal, enfatizando a sexualidade, nomeadamente através da representação das senhoras da sociedade de Viena. Os seus quadros compõem-se de mosaicos, cores quentes, motivos florais e animalescos e, claro, de mulheres sensuais de corpos desnudados.
As suas obras pictóricas mais conhecidas são O Beijo, uma pintura a óleo sobre tela datada de 1907-1908, onde o artista pinta um par romântico ornado por uma composição de mosaicos e elementos vegetalistas; e o Abraço, um projecto para a decoração da casa Stoclet, concebido entre 1905 e 1909.
A pintura de Klimt, um dos mais importantes pintores vienenses de inícios do século, teve significativas repercussões na obra de alguns artistas do movimento expressionista, tais como o alemão Egon Schiele e o austríaco Oskar Kokoschka.
Como referenciar este artigo:
Gustav Klimt. In Infopédia [Em linha]. Porto: Porto Editora, 2003-2009. [Consult. 2009-11-25].
Estilo artístico ornamental (também conhecido por Art Nouveau e Jugendstil, entre outros nomes) que surgiu na Europa e nos Estados Unidos da América entre cerca de 1860 e 1910. A estética da Arte Nova constitui uma tentativa de modernidade e de criar um estilo livre das imitações históricas que tinham caracterizado o século XIX. Afirma-se principalmente no campo decorativo, empregando curvas e contracurvas, excêntricas e assimétricas, e estilizações florais. É visível na arquitectura, no desenho de interiores, na joalharia, no desenho em vidro e na ilustração. Entre os seus principais cultores encontram-se William Morris, Antoni Gaudí, Charles Rennie Mackintosh, Henry Clemens van de Velde, Gustav Klimt e René Lalique.
Como referenciar este artigo:
Arte Nova. In Infopédia [Em linha]. Porto: Porto Editora, 2003-2009. [Consult. 2009-11-25].
CONTEXTUALIZAÇÃO
Ao longo da segunda metade do século XX, o mundo ocidental passou por transformações políticas e económicas, com já vimos. Estas abriram caminho a mudanças na mentalidade e a grandes alterações na sociedade e na cultura.
Neste período verificou-se um crescimento dos centros urbanos, os sectores da indústria e do comércio cresceram e o da agricultura diminuiu. As classes médias destacam-se, adquirindo cada vez maior importância. Ao mesmo tempo, a cultura torna-se acessível às diferentes camadas sociais. A arte reflecte a mudança; os progressos técnicos e a afirmação de uma nova mentalidade põem em causa as concepções tradicionais e abrem caminho a outras inovações.
Mendes Cabeçadas (1883 - 1965)
Aquando da entrada em funções do primeiro governo da ditadura militar, Bernardino Machado demitiu-se e transmitiu todos os poderes a José Mendes Cabeçadas Júnior. Ele foi o Presidente da República entre 30 de Maio e 17 de Junho de 1926.
Gomes da Costa
(1863 - 1929)
Gomes da Costa General e Presidente da República 1863 – 1929
Gomes da Costa afastou Mendes Cabeçadas da Presidência da República e assumiu os seus poderes até 9 de Julho de 1926, enquanto não foi designado um novo Chefe de Estado.
Marechal Óscar Carmona, Presidente da República de 1928 a 1951
Óscar Carmona
(1869 - 1951)
Oficial de cavalaria, tomou uma posição de destaque na defesa e absolvição dos implicados no golpe de Abril de 1925. Foi nomeado ministro dos Negócios Estrangeiros do primeiro governo saído do 28 de Maio. Ao chefiar o golpe que conduz ao afastamento de Gomes da Costa, tornou-se o líder máximo da ditadura, institucionalizando-a e colocando à sua frente um homem que progressivamente ganhou uma posição de relevo: Salazar. Em 1928 apresentou-se como único candidato às eleições presidenciais, cargo que iria ocupar sucessivas vezes até à sua morte.
Militar português, Manuel de Oliveira Gomes da Costa nasceu a 14 de Janeiro de 1863, em Lisboa, e morreu a 17 de Dezembro de 1929. Oficial do Exército, foi nas colónias que decorreu parte significativa da sua carreira militar, tendo vindo mais tarde a publicar obras de História militar fundamentadas quer no estudo do passado quer na sua experiência pessoal. Participou em operações militares primeiro na Índia, depois em Moçambique, neste último caso sob as ordens de Mouzinho de Albuquerque, de quem se afirmaria discípulo e admirador. Foi ainda naquela colónia que assumiu funções de carácter político-administrativo, durante o período de governo de Freire de Andrade. Implantada a República, continuou a sua carreira de militar colonial em postos de chefia em Angola e São Tomé e Príncipe. Após o desencadear do conflito mundial, em que Portugal se viu envolvido, regressou à metrópole e incorporou-se, como voluntário, no Corpo Expedicionário que combateu na frente europeia, tendo-lhe sido atribuído o comando da 1.a Divisão daquele Corpo. Nesta sua decisão de avançar para a frente de combate foi motivado por uma razão em que comungavam os republicanos e os seus adversários: a intenção de preservar a integridade do Império. Terminada a guerra, já com a patente de general a que fora promovido pelo seu comportamento exemplar na Flandres, envolveu-se em actividades políticas conspirativas contra a República, a que na realidade nunca aderira, dadas as suas convicções monárquicas. Associou-se a políticos de tendências diversas, contando-se entre eles desde adversários declarados do regime, como os Integralistas Lusitanos, a republicanos desiludidos, como Machado Santos, o herói da Rotunda, um dos símbolos da revolta vitoriosa do 5 de Outubro de 1910. Militar prestigiado e condecorado ao mais alto nível, a sua irrequietude política fê-lo entrar em choque com as autoridades, o que lhe valeu a prisão por mais de uma vez e uma espécie de exílio disfarçado (missão de inspecção às forças militares no Oriente, o que se traduziu no seu afastamento dos centros de decisão e dos ambientes conspirativos). Depois do seu regresso, a ligação a movimentos conspirativos não esmoreceu, tendo-se envolvido na preparação do movimento político e militar que iria traduzir-se no golpe de 28 de Maio de 1926 e na consequente instauração da Ditadura Militar. Vitorioso o golpe, os vencedores envolveram-se em disputas internas: Gomes da Costa dirigiu um golpe que derrubou Mendes Cabeçadas e foi por sua vez deposto num novo golpe encabeçado pelo General Sinel de Cordes, numa vertiginosa sucessão de conflitos. A 9 de Julho triunfou o golpe de Sinel de Cordes, e apenas dois dias depois, a 11, Gomes da Costa, que recusara a opção de permanecer como Presidente da República e renunciar ao poder executivo, partiu para o exílio nos Açores, onde recebeu a promoção a marechal (o governo restabeleceu aquele grau honorífico expressamente para o homenagear) ainda no mesmo ano. Ainda exerceu algumas funções de natureza política, mas com valor protocolar apenas. Quando faleceu, em Dezembro de 1929, encontrava-se totalmente desligado do poder.
Como referenciar este artigo: Gomes da Costa. In Infopédia [Em linha]. Porto: Porto Editora, 2003-2009. [Consult. 2009-11-11].
Costuma designar-se assim o período da História contemporânea de Portugal que se estende de 1926 a 1933. Inicia-se com o golpe militar de 28 de Maio, que põe termo ao regime democrático parlamentarista (por ordem dos militares chegados ao poder, o Parlamento é encerrado a 31 de Maio). Trata-se de um período conturbado, que continua a instabilidade política típica dos últimos anos da República derrubada.
Podemos considerar a existência de três fases distintas nestes sete anos de vida política nacional:
1. O biénio 1926-1928, em que os militares ocupam as posições-chave nos órgãos de governação, envolvendo-se por vezes em conflitos de maior ou menor gravidade (a destituição do general Gomes da Costa é seguramente o sinal mais gritante de desinteligências internas entre os militares), surgindo o discreto general Óscar Carmona como factor de equilíbrio, enquanto árbitro entre facções e interesses e elemento unificador do Exército. Às dificuldades económicas herdadas da República somam-se as que uma administração incompetente vai produzindo, o que leva o Governo a encarar a necessidade de obter um vultoso empréstimo externo, que vem a ser rejeitado por duas ordens de razões: por um lado, porque as condições impostas para a sua concretização foram tidas por vexatórias; por outro, porque se avolumou o receio de perda das colónias para satisfação das dívidas acumuladas. Este problema financeiro virá a tomar grande importância política, obrigando a substituir a gestão financeira de militares incompetentes por uma figura de técnico competente e dotado de autoridade: será António de Oliveira Salazar a preencher essas condições. Mas não só no seio dos militares no poder surgiam dificuldades e crises. A Oposição, alguma da qual continuava a mover-se na legalidade, movimentou-se tanto no exterior (movendo as suas influências políticas para obstar ao empréstimo, desde logo) como no interior (desencadeando a revolta de Fevereiro de 1927, que redundou numa curta mas mortífera guerra civil, tendo falhado pela acção conjugada da iniciativa do ministro da Guerra e da deficiente organização da revolta, mal liderada e descoordenada).
2. Um novo biénio (1928-1930), quase exclusivamente marcado pela actuação de Salazar ao leme do potentíssimo Ministério das Finanças, através do qual exerce um severo controle sobre todo o aparelho de Estado. No fim deste biénio, é-lhe creditado o saneamento das finanças públicas; efectivamente, consegue estabilizar a moeda e os preços, equilibrar o orçamento do Estado e reduzir a dramática dívida externa (antes dele, na República, apenas Afonso Costa conseguira semelhantes resultados). Este sucesso, apesar da controvérsia que suscitou, colocou Salazar na posição de líder indiscutível do regime.
3. Segue-se mais um período conturbado, em que o regime tem de enfrentar um recrudescimento das conspirações e revoltas dos oposicionistas (na Madeira, em 1931, por exemplo), com um pesado saldo de mortos e feridos, seguidos de deportações e prisões, a que se juntam manifestações de tendências autonomistas nas colónias (Angola, 1930) e o receio de que a proclamação da República na vizinha Espanha (1931) venha dar novo ânimo aos oposicionistas ou conduza mesmo à perda da independência. Dentro do Governo, o poder de Salazar vai crescendo (junta o Ministério das Colónias ao das Finanças). Para consolidar os apoios ao Governo e ao regime e evitar um recrudescimento das tentativas de restauracionismo monárquico, é criada em 1931 a União Nacional. Sob a direcção cada vez mais forte de Salazar, que ascende à cadeira de primeiro-ministro (mas não sem oposição interna e externa), o regime desmilitariza-se progressivamente e vai sendo criado um regime centralizado, nacionalista e colonialista. O coroamento deste edifício político é a aprovação por plebiscito da Constituição de 1933, que institucionaliza o Estado Novo, e a aprovação do Estatuto do Trabalho Nacional, que corporativiza os sindicatos.
Como referenciar este artigo:
Ditadura Militar. In Infopédia [Em linha]. Porto: Porto Editora, 2003-2009
1. A Constituição da República determina, no seu artigo 11º, nºs. 1 e 2:
1 – A Bandeira Nacional, símbolo da soberania da República, da independência, da unidade e integridade de Portugal é a adoptada pela República instaurada pela Revolução de 5 de Outubro de 1910.
2 – O Hino Nacional é A Portuguesa.
2. No que se refere à legislação ordinária, importa mencionar o Decreto-Lei nº 150/87, de 30 de Março, diploma que veio regular a utilização da bandeira em todo o território nacional, ressalvando apenas as normas específicas do âmbito militar e marítimo. Prevê-se o uso da bandeira em todo o território nacional (artigo 2º, nº 1), determinando-se que ela deve ser apresentada de acordo com o «padrão oficial» (o definido no artigo 11º da Constituição) e preservada em bom estado (artigo 2º, nº 2), devendo ainda ser hasteada «aos domingos e feriados, bem como nos dias em que se realizem cerimónias oficiais ou outros actos ou sessões solenes de carácter público» (artigo 3º, nº 1). Além disso, o Governo, os órgãos de governo próprio das regiões autónomas, os governadores civis, os órgãos executivos das autarquias locais e os dirigentes de instituições privadas poderão ordenar que a Bandeira Nacional seja hasteada (artigo 3º, nº 2). Por fim, nos edifícios-sede dos órgãos de soberania a Bandeira Nacional poderá ser arvorada diariamente, por direito próprio (artigo 3º, nº 3). A Bandeira Nacional deverá permanecer hasteada entre as 9 horas e o pôr do Sol e, quando permanecer hasteada durante a noite, deverá, sempre que possível ser iluminada por meio de projectores (artigo 6º, nºs. 1 e 2). Durante os períodos de luto nacional, a Bandeira será colocada a meia haste (artigo 7º, nº 1). Por fim, cumpre referir que a Bandeira Nacional, quando desfraldada com outras bandeiras, portuguesas ou estrangeiras, ocupará sempre o lugar de honra (artigo 8º).
3. Os símbolos nacionais são bens jurídicos considerados dignos de tutela penal. Logo em 1910, o artigo 3º do decreto com força de lei de 28 de Dezembro veio determinar que «aquele que, de viva voz ou por escrito publicado ou por outro meio de publicação, ou por qualquer acto público, faltar ao respeito devido à bandeira nacional que é o símbolo da Pátria, será condenado na pena de prisão correccional de três meses a um ano e multa correspondente e, em caso de reincidência, será condenado no mínimo de pena de expulsão do território nacional, fixado no § único, do artigo 62º, do Código Penal». Actualmente, o artigo 332º do Código Penal pune com pena de prisão até dois anos ou com pena de multa até 240 dias «quem publicamente, por palavras, gestos ou divulgação de escrito, ou por outro meio de comunicação com o público, ultrajar a República, a bandeira ou o hino nacionais, as armas ou emblemas da soberania portuguesa»; no caso de símbolos regionais, a pena é de prisão até um ano ou multa até 120 dias.
Bandeira Nacional
Bandeira Portuguesa
Significado dos símbolos e cores da bandeira:
(- As 5 quinas simbolizam os 5 reis mouros que D. Afonso Henriques venceu na batalha de Ourique.
- Os pontos dentro das quinas representam as 5 chagas de Cristo. Diz-se que na batalha de Ourique, Jesus Cristo crucificado apareceu a D. Afonso Henriques, e disse: "Com este sinal, vencerás!". Contando as chagas e duplicando as chagas da quina do meio perfaz-se a soma de 30, representando os 30 dinheiros que Judas recebeu por ter traído Cristo.
- Os 7 castelos simbolizam as localidades fortificadas que D. Afonso Henriques conquistou aos Mouros.
- A esfera armilar simboliza o mundo que os navegadores portugueses descobriram nos séculos XV e XVI e os povos com quem trocaram ideias e comércio.
- O verde simboliza a esperança.
- O vermelho simboliza a coragem e o sangue dos Portugueses mortos em combate.)
O cromatismo verde-rubro, tal como veio a ser adoptado pelo governo republicano em 1910, remonta ao movimento do 31 de Janeiro de 1891. Em 5 de Outubro, foi utilizado por Machado Santos na Rotunda e, depois, em todos os quartéis e no alto do Castelo de São Jorge (ainda que a disposição das cores fosse diversa da actual, com o vermelho junto à tralha e a parte maior a verde).
A questão dos símbolos nacionais constituiu uma das primeiras prioridades do Governo Provisório formado na sequência do 5 de Outubro de 1910.
Por Decreto de 15-10-1910, o Governo nomeou uma comissão, a que foi integrada por personalidades como Columbano Bordalo Pinheiro, Abel Botelho e João Chagas. Poucos dias depois, em 29 de Outubro, a comissão apresenta um primeiro projecto, que correspondia à bandeira do 5 de Outubro com a importante diferença de a disposição das cores vir agora invertida em relação àquela, com a cor verde junto à tralha. Quanto às armas, a comissão propôs a esfera armilar, «padrão eterno do nosso génio aventureiro», e o escudo branco com quinas azuis «da fundação da nacionalidade». Apresentado um segundo projecto, que mantinha o cromatismo verde-rubro, o Governo aprova-o em 29 de Novembro de 1910.
A Assembleia Nacional Constituinte, na sua sessão de abertura, do mesmo passo que decretou a abolição da Monarquia, sancionou o projecto aprovado pelo Governo para a Bandeira e para o Hino Nacionais (cfr. Actas da Assembleia Nacional Constituinte de 1911, Lisboa, 1986, p. 15).
O Decreto de 19-6-1911, da Assembleia Nacional Constituinte, veio dispor:
«1º- A Bandeira Nacional é bipartida verticalmente em duas cores fundamentaes, verde escuro e escarlate, ficando o verde do lado da tralha. Ao centro, e sobreposto à união das duas côres, terá o escudo das Armas Nacionaes, orlado de branco e assentando sobre a esfera armilar manuelina, em amarello e avivada de negro. As dimensões e mais pormenores de desenho, especialização e decoração da bandeira são os do parecer da commissão nomeada por decreto de 15 de outubro de 1910, que serão immediatamente publicados no Diario do Governo.
2º - O hymno nacional é A Portuguesa» (cfr. Diário do Governo, nº 141, de 20-6-1911, p. 2601).
Dias depois, era publicado o parecer técnico sobre as medidas e proporções da bandeira nacional, como das bandeiras regimentais e do Jack para os navios (cfr. Diário do Governo, nº 150, de 30-6-1911, pp. 2756-2757).
Hino Nacional
O Hino Nacional é o outro símbolo nacional definido pelo artigo 11º da Constituição. Com música da autoria de Alfredo Keil e letra de Henrique Lopes de Mendonça, A Portuguesa foi composta no rescaldo emocional do Ultimatum e tornou-se a marcha dos revoltosos do 31 de Janeiro. Certamente por esse motivo, foi proibida pelo regime monárquico. A revolução de 5 de Outubro acabaria por recuperá-la e, logo em 17 de Novembro, o Ministério da Guerra determinava que, sempre que se executasse o hino A Portuguesa, todos os militares presentes, quando fardados, fizessem continência e, estando à paisana, se descobrissem, conservando-se de pé, em ambos os casos, até ao final da execução.
Contudo, a aprovação da versão oficial só se viria a dar-se em 1957, através da resolução do Conselho de Ministros publicada no Diário do Governo, 1ª série, nº 199, de 4-9-1957. Em consequência, foi elaborada a versão para grande orquestra sinfónica, da autoria de Frederico de Freitas, e, a partir desta, a versão para grande banda marcial, pelo major Lourenço Alves Ribeiro, inspector das bandas militares.
A Portuguesa
Heróis do mar, nobre povo,
Nação valente, imortal,
Levantai hoje de novo
O esplendor de Portugal!
Entre as brumas da memória,
Ó Pátria, sente-se a voz
Dos teus egrégios avós,
Que há-de guiar-te à vitória!
Às armas, às armas!
Sobre a terra, sobre o mar,
Às armas, às armas!
Pela Pátria lutar
Contra os canhões marchar, marchar!
Composição
Alfredo Keil, Henrique Lopes de Mendonça
O ESCUDO
O decreto de 22-5-1911 reformou profundamente, sob o ponto de vista técnico, o sistema monetário que vigorava em Portugal, alterando a denominação de todas as moedas, o material, o peso, e as dimensões das moedas de bronze e substituiu, pelo escudo de ouro, o real.
Dividido em 100 partes iguais, denominadas centavos, o escudo correspondia, quer no valor, quer no peso de ouro fino, à moeda de 1 000 réis.
Como múltiplos, criaram-se moedas de ouro, que nunca se cunharam, de 2, 5 e 10 escudos e, como submúltiplos, moedas do valor legal de 10, 20 e 50 centavos e moedas subsidiárias de bronze-níquel de valor legal de 4, 2, 1 e ½ centavos, as quais, com excepção desta última, vieram todas a ser cunhadas.
1.Coloca uma imagem sobre o 25 de Abril de 1974, tua preferida, no blogue.
Trabalho feito até 2/4
TAREFA: 2º PERÍODO: ENTREVISTA
FAZER NO BLOGUE A ENTREVISTA 1 Mensagem
TRABALHO INDIVIDUAL –
Agora vais entrevistar os teus familiares com mais de 45 anos. Para fazeres as entrevistas guia-te pelas seguintes perguntas/tópicos
Alimentação
– Qual era a base da alimentação?
-Onde eram feitas as compras?
-Preços?
Moda
– Onde se comprava a roupa?
- Quanto durava um casaco? E um par de sapatos?
- Quem ditava a moda?
Namoros
– Como se namorava?
- Diferenças entre a vida dos rapazes e raparigas?
Saúde
– Onde se ia quando se ficava doente?
- Vacinas?
- Mais ou menos doenças?
Escola
– Como era a escola?
- Como eram os professores? Como castigavam?
- O que era preciso para passar de ano?
- Quem seguia os estudos?
- Eram da Mocidade portuguesa? Como era?
Tempos livres
– Tinham férias? Onde iam de férias?
- Tinham fins-de-semana?
-O que costumavam fazer?
- Quais eram os divertimentos?
Transportes
– Como iam para o emprego?
-Como eram os transportes?
Emprego
– Tinham subsídios?
-Tinham assistência?
-Com que idade começaram a trabalhar?
-Alguém emigrou? Para onde e porquê?
Guerra
– Alguém foi à Guerra?
Comunicação social
– Como sabiam o que se passava no país e no mundo?
- Notavam que havia censura?
25 de Abril de 1974
-Como foi viver o 25 de Abril de 1974
-Como sentiram o dia 25 de abril?
-O que mudou?
NOME DO ENTREVISTADO
DATA DE NASCIMENTO
LOCAL
Trabalho feito até 2/4
Tarefa: 2º Período
FAZER NO BLOGUE
1 Mensagem
1.Campos de Concentração nazi
Foto+Texto+Video
Janeiro
Tarefa: 2º Período: BIOGRAFIAS
REGIMES TOTALITÁRIOS:
FAZER NO BLOGUE AS BIOGRAFIAS
5 Mensagens
1.BENITO MUSSOLINI-ITÁLA
2.ADOLFO HITLER-ALEMANHA
3.FRANCISCO FRANCO-ESPANHA
4.ANTÓNIO SALAZAR-PORTUGAL
5. JOSÉ ESTALINE-URSS
Inserir videos
Trabalho feito até 30/01 Janeiro
TAREFA: 2º PERÍODO: 2ª GUERRA MUNDIAL
LÍDERES DA II GUERRA MUNDIAL
FAZER NO BLOGUE AS BIOGRAFIAS
7 Mensagens
ALIADOS
1.WINSTON CHURCHIL: INGLATERRA
2.FRANKLIN DELANO ROOSEVELT: E.U.A.
3.CHARLES DE GAULLE: FRANÇA
4.JOSEF ESTALINE: URSS
EIXO
5.ADOLF HITLER: ALEMANHA
6.BENITO MUSSOLINI: ITÁLIA
7.HIROHITO: JAPÃO
Inserir videos
Trabalho feito até 03/04 Abril
TAREFA: 1º PERÍODO
SUBTEMA I.3.: SOCIEDADE E CULTURA NUM MUNDO EM MUDANÇA
FAZER NO BLOGUE
Definir e caracterizar o estilo artístico e escolher um pintor emblemático descrever a vida e obras do artista.
SUBTEMA I.2: PORTUGAL: DA 1ª REPÚBLICA À DITADURA MILITAR.
CARTAZ: TRABALHO DE GRUPO
1ª REPÚBLICA PORTUGUESA
Elabora um cartaz com o teu grupo.
Material: Cartolina/Cola/Marcadores/Tesoura
TAREFAS: GRUPOS E TEMAS
1º GRUPO:IMPLANTAÇÃO DA REPÚBLICA PORTUGUESA
2º GRUPO:PRESIDENTES DA 1ª REPÚBLICA PORTUGUESA
3º GRUPO:REALIZAÇÕES DA 1ª REPÚBLICA
4º GRUPO: SÍMBOLOS DA REPÚBLICA
5º GRUPO:DIFICULDADES DA ACÇÃO GOVERNATIVA DA 1ª REPÚBLICA
Entrega dos trabalhos: 4/10/2010
Montagem da Exposição: 4/10/2010
TAREFA: 1º PERÍODO:OS LOUCOS ANOS 20
Anos 20
Vamos realizar um trabalho de grupo sobre o tema englobante "Novos hábitos e mentalidades nos anos 20". Cada grupo, constituído por três elementos, poderá seleccionar um dos cinco subtemas propostos: "A moda", "A música", "A dança", "O cinema" ou "Os movimentos feministas".
Deverão gerir o tempo da forma mais adequada de maneira a cumprirem todas as tarefas solicitadas:
1. Pesquisa na Internet para obtenção de informação (nos sites propostos e/ou em outros);
2. Elaboração do trabalho (em Word, com um máximo de duas páginas, incluindo textos e imagens);
3. Envio do trabalho por e-mail, no final da aula e devidamente identificado, para o endereço electrónico indicado no blogue.
BOM TRABALHO!
Ensinos básico e secundário
1.º Período
Início
Entre 8 e 13 de Setembro de 2010
Termo
17 de Dezembro de 2010
2.º Período
Início
3 de Janeiro de 2011
Termo
8 de Abril de 2011
3.º Período
Início
26 de Abril de 2011
Termo
9 de Junho de 2011 para o 9.º, 11.º e 12.º anos e 22 de Junho de 2011 para os restantes anos de escolaridade
Interrupções lectivas para os ensinos básico e secundário
Interrupções
Datas
1.ª
De 20 a 31 de Dezembro de 2010, inclusive
2.ª
De 7 a 9 de Março de 2011, inclusive
3.ª
De 11 a 21 de Abril de 2011, inclusive
Por volta de 290 a.C., quando os habitantes da ilha de Rodes conseguiram expulsar o exército de Demétrio Poliorcetes, general que mais tarde se tornou rei da Macedónia, decidiram fazer uma grande comemoração. Assim, entre 292 a.C. e 280 a.C. construíram uma majestosa estátua a Hélio, o deus grego do sol. Feita pelo escultor Carés, da cidade de Lindos, a estátua media cerca de 30 m de altura, tinha setenta toneladas de bronze (apesar de ser oca) e «guardava» a entrada do porto da cidade de Lindos. O material utilizado na escultura foi obtido a partir da fundição dos armamentos que os macedónios ali abandonaram. Era tão grande que qualquer barco que entrasse no porto passaria entre as suas pernas, com um pé em cada margem do canal. Na mão direita segurava um farol que guiava as embarcações à noite. Comenta-se que era uma estátua tão majestosa que um homem de estatura normal não conseguiria abraçar o seu polegar. Foi destruída num terramoto em 224 a.C., apenas 55 anos após a sua construção, e ficou no fundo da baía de Rodes. Sabias que, mesmo assim, havia muitas pessoas a visitá-la? Mas ninguém teve coragem de a reerguer porque pensavam que ela tinha sido derrubada pelo deus que se tinha ofendido com os habitantes da cidade. Algumas centenas de anos depois de ter sido derrubada, os fragmentos da estátua foram vendidos como sucata de metal pelos árabes, já no século VII. Para se ter uma ideia do seu tamanho, há registos de que foram necessários 900 camelos para transportar todo o bronze usado para construir a estátua.
Farol de Alexandria - Sete Maravilhas
A palavra «farol» deriva de Pharos, uma ilha próxima de Alexandria, uma cidade portuária do Egipto, onde há mais de 2280 anos, foi erguido o farol mais famoso da Antiguidade. A sua construção, em 280 a.C. pelo arquitecto e engenheiro grego Sóstrato, foi um grande sucesso da tecnologia e um modelo para todos os faróis desde então. As descrições dizem que o Farol de Alexandria era uma gigante torre em mármore branco de 130 metros de altura (corresponde a um prédio de 45 andares). Dividia-se em três partes construídas sobre uma plataforma de pedra: a inferior, quadrada, com 60 metros de altura; a do meio, com oito faces e 20 metros de altura; e a superior, cilíndrica com sete metros de altura. Uma rampa em caracol elevava-se até ao topo, onde, à noite, brilhava o fogo, reflectido num potente espelho, formando um clarão que podia ser visto a mais de 50 quilómetros de distância. Durante muitos séculos, o Farol de Alexandria foi usado para assinalar o porto, advertindo os navegantes da presença de recifes, usando fogo à noite e reflectindo os raios solares durante o dia. Diz-se que estava equipado com sinais de alarme accionados a vapor que se faziam ouvir durante o mau tempo, bem como com um elevador que permitia o acesso ao cimo da torre de pessoas e que permitia levar lenha para a fogueira. Na Idade Média, quando os árabes conquistaram o Egipto, substituíram o farol por uma pequena mesquita, uma vez que admiravam a sua imponência. No entanto, não viram interessem em substituir o seu espelho quando este se quebrou. Sem contar com a Grande Pirâmide, o Farol de Alexandria foi a «Maravilha» que mais tempo durou. Foi abalado por vários terramotos ao longo de centenas de anos e acabou destruído por um terramoto em 1375. As suas ruínas foram encontradas em 1994 por mergulhadores, o que depois foi confirmado por imagens de satélite.
Templo de Artemisa (ou Diana) em Éfeso - Sete Maravilhas
O templo de Artemisa, construído para a deusa grega da caça e protectora dos animais selvagens, foi o maior templo do mundo antigo. Localizado em Éfeso, actual Turquia, o templo foi construído em 550 a.C. pelo arquitecto da ilha de Creta Quersifrão e pelo seu filho, Metagenes. Começou por ser um pequeno templo, mas foi sendo sempre renovado e aumentado. Assim, em pouco tempo, tornou-se uma grande atracção turística (dentro do possível na época) com visitantes de diversos lugares entregando oferendas. Era composto por 127 colunas de mármore, com quase 20 metros de altura cada uma (correspondendo a um prédio de 6 andares). Era famoso pelas suas obras de arte, entre elas a escultura da deusa Artemisa. Em 356 a.C., um homem chamado Heróstrato incendiou-o, acreditando que destruindo o templo de Artemisa teria o seu nome espalhado por todo o mundo. Sabendo disso, os habitantes da cidade não revelaram o seu nome. Só mais tarde um historiador grego o revelou em escritos seus. Alexandre, o Grande ofereceu-se para restaurar o templo, mas só o começou a fazer em 323 a.C. Mais tarde, no ano 262 da nossa era, o templo foi destruído para sempre durante a invasão dos godos, um povo da Germânia. Com a conversão dos cidadãos ao Cristianismo, o templo foi perdendo importância e hoje existe apenas um pilar da construção original nas suas ruínas. Restaram apenas algumas esculturas e objectos do templo, que estão expostos em Londres. Existem também cópias da famosa estátua de Artemisa, que apenas nos dão uma ideia da sua beleza. A original era feita de ébano, ouro, prata e pedra preta. A parte superior do corpo estava nua e as vestes que cobriam as pernas e os quadris eram ornamentadas com relevos de abelhas, vacas e outros animais.
Mausoléu de Halicarnasso, situado na Ásia Menor - Sete Maravilhas
O Mausoléu de Halicarnasso foi mandado construir há mais de 2360 anos pela rainha Artemísia, viúva do Rei Mausolus. Quando Mausolus morreu, em 353 a.C., Artemísia contratou arquitectos gregos para construírem o mais majestoso dos monumentos sobre o túmulo do seu marido. Artemísia decidiu que nenhuma despesa seria poupada na construção do túmulo. Contratou arquitectos, escultores e centenas de artesãos. O responsável pela obra foi Scopas. A tumba foi erguida numa colina de onde se avistava toda a cidade. Uma escadaria, ladeada por leões de pedra, conduzia ao topo da plataforma. Ao longo da parede exterior havia muitas esculturas de mármore com cenas da mitologia, isto é, cenas das histórias fabulosas dos deuses e heróis do mundo antigo. Como telhado foi construída uma enorme pirâmide suportada por centenas de colunas, todas elas enfeitadas com esculturas em mármore. No total, o monumento tinha 50 metros de altura (que corresponde a um prédio de 16 andares). A cada canto, guerreiros de pedra, montados a cavalo, defendiam o conjunto. Por cima do túmulo em si estava o mais espectacular trabalho de escultura: Quatro cavalos que puxavam uma carruagem com imagens de Mausolus e Artemísia. Dois anos depois da morte do marido, Artemísia morreu também, deixando o trabalho inacabado. Foi sepultada ao lado do seu marido, mas os artesãos decidiram terminar a tumba em homenagem aos dois. A tumba de Mausolus tornou-se tão conhecida que «mausoléu» passou a significar um monumento em memória dos que morriam e deveriam ser lembrados, como Mausolus. Esta obra sobreviveu durante muitos séculos, mesmo depois da destruição da cidade. Provavelmente caiu devido a um terramoto entre os séculos XI e XV. As suas pedras foram reutilizadas em construções locais.
Estátua de Zeus, em Olímpia - Sete Maravilhas
A Estátua de Zeus foi feita pelo grande escultor Fídias, no século V a.C., na cidade grega de Olímpia, para ser homenageada durante os Jogos Olímpicos da Antiguidade, dedicados a este Deus. Zeus era o senhor do Olimpo, a morada das divindades, por essa razão tinha que ser representado com a maior sumptuosidade que o Homem jamais tinha visto. Supõe-se que a construção da grandiosa estátua, que se encontrava sentada, dentro do templo dedicado a Zeus, tenha levado cerca de oito anos. Era feita de marfim e ébano e tinha mais de 12 metros de altura (que corresponde, mais ou menos, a um prédio de cinco andares). Os olhos de Zeus eram decorados com pedras preciosas e o seu manto e sandálias eram feitos de ouro. Fídias esculpiu Zeus sentado no seu trono feito de cedro, com uma coroa na cabeça. Na mão direita tinha a estatueta de Nikê, a deusa da vitória, e na esquerda um ceptro (bastão de rei) com uma esfera sobre a qual se debruçava uma águia (que representava esta divindade). Pensa-se que, como em representações de outros artistas, o Zeus de Fídias também mostrasse o sobrolho franzido. A lenda dizia que quando Zeus franzia a testa todo o Olimpo tremia. Mas, ao que parece, Olímpia estava a ser destruída por terramotos, cheias e incêndios. Assim, quando já tinha 800 anos de existência, a estátua foi levada para Constantinopla, hoje Istambul, na Turquia. Duzentos anos depois, no ano 462, foi destruída num incêndio. Hoje, nada resta do velho templo, excepto rochas e ruínas, a fundação do prédio e colunas em destroços. A única ideia que se tem da Estátua de Zeus vem das moedas de Elis, que se supõem ser uma representação da escultura original.
Jardins Suspensos da Babilónia - Sete Maravilhas
Os Jardins Suspensos da Babilónia foram construídos pelo Rei Nabucodonosor II no século VI, a.C., na Babilónia, onde é hoje o sul do Iraque. Foram construídos para agradar à rainha Amytis, esposa do rei, que sonhava com os campos e as montanhas verdes da sua terra natal, muito diferentes do local onde fora morar quando casou. É talvez uma das maravilhas relatadas sobre que menos se sabe. Fala-se muito sobre as suas possíveis formas e dimensões, mas nunca se encontrou nenhuma descrição detalhada ou vestígio arqueológico que sejam coincidentes. Por exemplo, foram encontrados vestígios que podem corresponder aos Jardins Suspensos e à cidade do Rei Nabucodonosor II, mas as suas dimensões são muito inferiores às descritas pelo escritor grego Heródoto. Segundo as descrições de Heródoto, o monumento foi construído com seis montes de terra artificiais e terraços arborizados apoiados em colunas de 25 a 100 m de altura (que corresponde a um prédio de quase 30 andares). Os terraços foram construídos uns em cima dos outros e os jardins eram irrigados pela água bombeada do Rio Eufrates, um dos mais importantes da região da Mesopotâmia. Aliás, o que faz crer que se encontrou as suas ruínas é um poço fora do comum que parece ter sido usado para bombear água. Nos terraços estavam plantadas árvores, flores tropicais e alamedas de altas palmeiras. Dos Jardins podia ver-se a beleza da gigantesca cidade que ficava logo abaixo. Sabias que a cidade era uma das maiores da época? Tinha a Torre de Babel, com 250 m de altura, os Jardins Suspensos e um canal de defesa ligando os rios Tigre e Eufrates, a 40 km da Babilónia, cercado por um muro em toda a sua extensão (o Muro dos Medas), com mais de 100 m de altura. Não se sabe quando os Jardins foram destruídos. Suspeita-se que tenha ocorrido na mesma época da destruição do palácio de Nabucodonosor II, pois há relatos de que os jardins tenham sido construídos sobre o seu palácio.
Grande Pirâmide de Gizé - Sete Maravilhas
A Grande Pirâmide de Gizé está situada na margem esquerda do rio Nilo, no Egipto. É um dos monumentos mais famosos do mundo e é a única Maravilha que permanece até aos dias de hoje. Por curiosidade, é também a mais antiga. Sabias que existe um provérbio árabe que diz: «O Homem teme o tempo e o tempo teme as pirâmides»? Só prova que realmente são antigas! Foi construída pelo faraó Quéops em 2550 a.C., há mais de 4500 anos, para servir como sua sepultura. Foram construídas depois duas pirâmides mais pequenas ao lado: as dos faraós Quéfrem e Miquerinos (filho e neto de Quéops). A Grande Pirâmide, que é a maior de todas as 80 pirâmides do Egipto, tem 230 metros de cada lado na base e 147 metros de altura (o que equivale a um prédio de 49 andares). Sabias que foi a mais alta construção feita pelo Homem durante mais de quatro mil anos, sendo superada apenas no final do século XIX (precisamente em 1900), com a construção da Torre Eiffel, em Paris? As medidas matematicamente correctas da pirâmide demonstram como os antigos egípcios eram avançados na matemática e engenharia. Ao contrário do que se pensa, as pirâmides não foram só construídas por escravos, mas também por cidadãos comuns que consideravam uma honra e um dever religioso trabalharem na Grande Pirâmide. Além disso, a maior parte do trabalho na pirâmide ocorreu durante os quatro meses do ano quando o rio Nilo inundava as terras e não havia trabalho para ser feito na agricultura. Por isso, foram necessários 100 mil pessoas a trabalhar durante mais de 20 anos para construir a Grande Pirâmide. Foram usados mais de 2 milhões de blocos de pedra, cada qual pesando em média duas toneladas e meia.
AS SETE MARAVILHAS DO MUNDO ANTIGO
AS SETE MARAVILHAS DE PORTUGAL
SETE MARAVILHAS DE PORTUGAL
SETE MARAVILHAS DE PORTUGAL
Mosteiro de Alcobaça
A Abadia de Alcobaça é um dos mais importantes mosteiros cistercienses medievais. O mosteiro foi fundado em 1153 por doação do nosso primeiro monarca a Bernardo de Claraval.
O Mosteiro de Santa Maria de Alcobaça (também conhecido como Mosteiro de Alcobaça), é a primeira obra plenamente gótica erguida em solo português. Foi fundado em 1178 pelos monges de Cister. É considerado património mundial pela UNESCO, e em 7 de Julho de 2007 foi eleito como uma das sete maravilhas de Portugal.
Mosteiro dos Jerónimos
O Mosteiro dos Jerónimos é uma obra fundamental da arquitectura manuelina. O risco inicial é de Boitaca (1502), que lançou os fundamentos da igreja e do claustro, e cuja campanha de obra inclui os arranques do portal principal, actualmente abrindo para um nártex abobadado formado pelo varandim coberto que estabelece ligação com as arcadas do corpo fronteiro (onde está sediado o Museu Nacional de Arqueologia).
Palácio Nacional da Pena
O Palácio Nacional da Pena constitui uma das expressões máximas do Romantismo aplicado ao património edificado no séc. XIX em Portugal. Este extraordinário Monumento Nacional deve-se inteiramente à iniciativa de D. Fernando de Saxe Coburgo-Gotha, que casou com a Rainha D. Maria II, em 1836.
O Palácio Nacional da Pena constitui uma das expressões máximas do Romantismo aplicado ao património edificado no séc. XIX em Portugal. Este extraordinário Monumento Nacional deve-se inteiramente à iniciativa de D. Fernando de Saxe Coburgo-Gotha, que casou com a Rainha D. Maria II, em 1836. Dotado de uma educação muito completa, o futuro D. Fernando II enamorou-se rapidamente de Sintra e, ao subir a Serra pela primeira vez, avistou as ruínas do antigo convento de frades hieronimitas, originalmente construído no reinado de D. João II e substancialmente transformado com D. Manuel I que, ao cumprir uma promessa, o mandou reconstruir, em pedra, em louvor de Nossa Senhora da Pena, doando-o novamente à ordem dos monges de S. Jerónimo.
Mosteiro da Batalha
O Mosteiro da Batalha é o mais importante símbolo da Dinastia de Avis. Construído por iniciativa de D. João I, na sequência de um voto à Virgem, caso vencesse a Batalha de Aljubarrota. Ao longo do século XV, praticamente todos os monarcas aqui deixaram a sua marca.
O Mosteiro da Batalha é o símbolo mais marcante da Dinastia de Avis. Construído por iniciativa de D. João I, na sequência de um voto à Virgem, caso vencesse a Batalha de Aljubarrota (1385), as obras iniciaram-se logo no ano seguinte, sob direcção do arquitecto português Afonso Domingues. Dessa fase resultou grande parte das estruturas da Igreja e duas alas do Claustro de D. João I.
Castelo de Óbidos
São ainda obscuras as origens da fortaleza. Ao que tudo indica, a sua posição dominante em relação à extensa lagoa a ocidente, favoreceu a instalação de um primitivo reduto fortificado de origem romana. A Alta Idade Média não deixou vestígios aparentes da sua presença e será apenas na viragem para o século XII, que Óbidos voltará a merecer referências documentais precisas.
No contexto da Reconquista cristã da península, as forças do rei D. Afonso Henriques (1112-85), após as conquistas de Santarém e de Lisboa (1147), encontraram viva resistência para conquistar a povoação e seu castelo, o que finalmente através de um ardil (10 de Janeiro de 1148). O castelo encontra-se referido documentalmente em 1153.
Torre de Belém
A Torre de Belém foi construída em homenagem ao santo patrono de Lisboa, S. Vicente, no local onde se encontrava ancorada a Grande Nau, que cruzava fogo com a fortaleza de S. Sebastião.
A Torre de Belém foi construída em homenagem ao santo patrono de Lisboa, S. Vicente, no local onde se encontrava ancorada a Grande Nau, que cruzava fogo com a fortaleza de S. Sebastião. O novo baluarte perpetuou assim, e em pedra, essa estrutura de madeira. O arquitecto da obra foi Francisco de Arruda, que iniciou a construção em 1514 e a finalizou em 1520, ao que tudo indica sob a orientação de Boitaca. Como símbolo de prestígio real, a decoração ostenta a iconologia própria do Manuelino, conjugada com elementos naturalistas.
Castelo de Guimarães
Paradigma das origens da nacionalidade e da própria figura de D. Afonso Henriques, o Castelo de Guimarães é um dos monumentos mais representativos do imaginário medieval português.
A sua construção inicial remonta ao tempo de Mumadona Dias, que o mandou edificar no século X, com o objectivo de defender dos ataques muçulmanos e normandos o mosteiro que tinha fundado para se recolher quando enviuvou.
SIGNIFICADO DOS NOMES DOS MESES
JANEIRO: Januarius era uma homenagem ao deus Jano, o senhor dos solstícios, encarregado de iniciar o inverno e o verão.
FEVEREIRO: O nome se referia a um rito de purificação, que em latim se chamava februa. Logo, Februarius era o mês de realizar essa cerimônia realizada pelos romanos, sacrificando animais em homenagem aos deuses do panteão.
MARÇO: Dedicado a Marte, o deus da guerra. A homenagem, porém, tinha outra motivação. Martius era o mês da semeadura nos campos.
ABRIL: Pode ter surgido para celebrar a deusa do amor, Vênus. Outra hipótese é a de que tenha se originado de aperio, “abrir” em latim. Seria a época do desabrochar da primavera.
MAIO: Homenagem a Maia, uma das deusas da primavera. Seu filho era o deus Mercúrio, pai da medicina e das ciências ocultas. Maio era chamado por Ovídio de “o mês do conhecimento”.
JUNHO: Faz alusão a Juno, a esposa de Júpiter. Se havia uma entidade poderosa no panteão romano, era ela, a guardiã do casamento e do bem-estar de todas as mulheres.
JULHO: Chamava-se Quinctilis e era simplesmente o nome do quinto mês do antigo calendário romano. Até que, em 44 a.C. o senado romano mudou o nome para Julius, em homagem a Júlio César.
AGOSTO: Antes era sextilis, “o sexto mês”. De acordo com o historiador Suetônio, o nome Augusto foi adotado em 27 a.C., em homenagem ao primeiro imperador romano, César Augusto (63 A.C. – 14 d.C.).
SETEMBRO A DEZEMBRO: Para os últimos quatro meses do ano, a explicação é simples: setembro vem de Septem, que em latim significa “sete”. Era, portanto, o sétimo mês do calendário antigo. A mesma lógica se repete até o fim do ano. Outubro veio de October (oitavo), novembro de November (nono) e dezembro de December (décimo mês). DEZEMBRO. Vem do latim December, 10º e último mês do ano romano; tornou-se o 12º quando da reforma de Numa. É apenas o último mês do ano moderno desde 1564.