07/02/2010

SUBTEMA K.2. AS TRANSFORMAÇÕES DO MUNDO CONTEMPORÂNEO

Aula de Mundo Contemporâneo, Parte 1/2

Entenda os conflitos no Oriente Médio, as Revoluções Cubana e Mexicana, a desagregação do Bloco Socialista e outras problemáticas do Século XX.

Aula de Mundo Contemporâneo, Parte 2/2

SUBTEMA K.2. AS TRANSFORMAÇÕES DO MUNDO CONTEMPORÂNEO

Aula de Neocolonialismo e Descolonização, Parte 1/2


Saiba como foi o Neocolonialismo nos séculos XIX e XX. Entenda os conflitos da época como a Revolta dos Cipaios , Guerra do Ópio e Revolta dos Boxers. E o que seria a Era Meiji do Japão? Atente-se ao contexto que propiciou a descolonização da Ásia e da África.

Aula de Neocolonialismo e Descolonização, Parte 2/2

04/02/2010

TEMA K: Do segundo após-guerra aos desafios do nosso tempo

K.Do segundo após-guerra aos desafios do nosso tempo

K.1. O mundo saído da guerra

K.2. As transformações do mundo contemporâneo

K.3. Portugal: do autoritarismo à democracia

SUBTEMA J.3.: A 2ª GUERRA MUNDIAL: FICHA FORMATIVA

1.Lê os documentos A e B com atenção.

Documento A “ O objectivo da política alemã é a defesa da comunidade racial alemã. Ela é formada por 85 milhões de pessoas que, embora vivendo em territórios diferentes, possuem fortes laços de união entre si. O futuro da Alemanha depende, portanto, da questão territorial.
O equipamento do exército, da marinha de guerra e da aviação, tal como a formação do corpo de oficiais, encontram-se praticamente concluídos. O material e o armamento foram completamente modernizados.(…) Não podemos esperar muito mais tempo para agir.”
Adolfo Hitler, Discurso de 5 de Novembro de 1937

Documento B “Não temos tempo a perder.(…) Silenciosamente, abandonada à sua sorte, a Checoslováquia afunda-se na sombra. (…) É preciso que o nosso povo saiba a verdade. (…) É preciso que saiba que sofremos uma derrota sem fazermos a guerra. (…) E isto é apenas o começo, (…) a primeira etapa de um calvário que teremos de sofrer, a não ser que, por um supremo esforço nos decidamos a defender a liberdade”
Winston Churchill, Discurso na Câmara dos Comuns. 5 de Outubro de 1938 (após a assinatura do Pacto de Munique)

1.1. Explica o significado das seguintes expressões de Hitler e de Churchill, quanto aos respectivos projectos. a) “ O futuro da Alemanha depende, portanto, da questão territorial” (doc. A):

b) “ Não podemos esperar muito mais tempo para agir.” (doc. A):

c) “Não temos tempo a perder.” (doc. B):

1.2. Explica o sentido profético do discurso de Churchill: “E isto é apenas (…) a primeira etapa de um calvário”.
2. Observa a imagem.

Pearl Harbour, 7 de Dezembro, 1941













2.1. Avalia a importância do ataque japonês a Pearl Harbour para o desenrolar do conflito.

3. Observa a imagem.

O “Dia D” desembarque aliado na Normandia 
3.1. Refere o significado do “Dia D” para a Europa.

4. Observa a imagem.

Bomba atómica em Hiroxima 
4.1. Avalia as consequências da utilização deste novo tipo de armas.
5. Observa a imagem.

Judeus num campo de concentração 
5.1. Redige um pequeno texto subordinado ao tema “Holocausto”.

6. Lê o documento A, com atenção .
Documento A
“ Decidimos criar, o mais rapidamente possível, juntamente com os nossos aliados, uma organização destinada a garantir a paz e a segurança entre as nações. Estamos firmemente convencidos de que se trata de uma questão vital para o Mundo, não apenas para evitar futuras agressões como também para prevenir, através de uma estreita e permanente colaboração entre todos os povos da Terra, as verdadeiras causas políticas, económicas e sociais da guerra (…)
Concordámos também em convocar uma conferência que terá lugar no dia 25 de Abril de 1945 em S. Francisco, com o objectivo de preparar a Carta dessa organização.”
Declaração de Ialta, Fevereiro de 1945


6.1. Refere a importância da ONU no contexto das relações internacionais.

02/02/2010

SUBTEMA J.3.: 2ª GUERRA MUNDIAL:SÍNTESE

SÍNTESE: 2ª GUERRA MUNDIAL
ANTECEDENTES: -Fracasso da Sociedade das Nações
-A Grande Depressão dos anos 30
-O surgimento dos regimes ditatoriais
-O sentimento de humilhação dos Alemães, após o Tratado de Versalhes
-A tendência militarista e expansionista dos Estados fascistyas e nazi
MOMENTOS DA ECLOSÃO DO CONFLITO -A luta pela posse de Danzing (território polaco)
-A Polónia não cede à pressão alemã
-A Alemanha invade a Polónia
-A França e a Inglaterra (aliadas da Polónia) declaram guerra à Alemanha
FASES DA 2ª GRANDE GUERRA
-1ª fase (1940/41)-Guerra relâmpago
-2ª fase (1942/43)- Guerra Total
3ª fase (1944/45)- Vitória dos Aliados
CONSEQUÊNCIAS HUMANAS
-Genocídio
-Bomba atómica
-Cerca de 60 milhões de vítimas
-Destruição de cidades, indústrias e vias de comunicação
CONSEQUÊNCIAS POLÍTICAS -Formação de duas grandes áreas de influência:
URSS----BLOCO DE LESTE
EUA---- BLOCO OCIDENTAL
-Julgamento dos autores dos crimes de guerra (Tribunal de Nuremberga)
-Formação da ONU

RESUMO:
- AS ditaduras fascistas e nazi empreenderam uma vaga expansionista.
-A Alemanha invadiu a Polónia, o que originou a declaração de guerra por parte da Inglaterra e da França.
-O conflito desenrolou-se em três fases: a primeira, guerra-relâmpago, dominada pelos alemães e pela resistência inglesa. (Dunquerque -Batalha de Inglaterra)
-A segunda fase foi marcada pela mundialização do conflito e a participação americana (Pearl Harbor)
-Na terceira fase assistiu-se ao desembarque da Normandia (DIA D) e à vitória das forças aliadas, com a rendição alemã.
-No Oceano Pacífico, os EUA sofreram um ataque aéreo desencadeado pelos Japoneses à base naval americana de Pearl Harbor. No final, os Americanos accionaram um bombardeamento atómico sobre as cidades de Hiroshima e Nagasaki.
-As consequências materiais e humanas da guerra foram graves.
-Nas Conferências de IALTA e POTSDAM, estabeleceu-se a divisão da Alemanha em quatro zonas e Berlim em quatro zonas.
-No médio Oriente, assistiu-se à criação do Estado de Israel.
Em 1945, os países vencedores, redigiram a Carta das Nações Unidas, que estabeleceu os fundamentos da ONU.
O principal objectivo deste organismo deve assegurar a paz e mediar situações de conflito entre os países. Da lógica de acção desta organização, nasceu o texto da Declaração Universal dos Direitos Humanos.
Bandeira da Vitória: Bandeira Soviética hasteada sobre o Prédio Reichstag em 1º de maio de 1945, após a Batalha de Berlim (Segunda Guerra Mundial)


SUBTEMA K.1.: O MUNDO SAÍDO DA GUERRA-GUERRA FRIA: BLOCOS

GUERRA FRIA:BLOCOS
Em junho de 1941, a União Soviética era invadida pelas tropas de Adolf Hitler. O objetivo era aniquilar o que Hitler chamava de "cancro comunista". Depois de três anos de guerra em solo soviético e quase trinta milhões de mortos, o Exército Vermelho de Josef Stalin reverteu a situação e iniciou sua marcha rumo a Berlim, a capital da Alemanha na época da Segunda Guerra Mundial. Os soviéticos foram os primeiros a ocupar Berlim, em abril de 1945. Cercado pelos comunistas, o führer cometeu suicídio, em 30 de abril. Dois dias depois, Berlim capitulou.
Com o triunfo militar, a União Soviética ficou em boa posição para sentar-se à mesa de negociações, junto com a Grã-Bretanha e os Estados Unidos. Os líderes das potências vitoriosas tomaram para si a tarefa de reorganizar a estrutura geopolítica, económica e financeira do mundo. Entre muitas decisões vitais para o planeta estava o futuro da região situada entre a Alemanha e a União Soviética, mais tarde chamada de Europa do Leste, ou Europa Oriental. Uma região de fundamental importância durante todo o período da Guerra Fria.

Conferência de Potsdam: formação do bloco socialista

Josef Stalin, da União Soviética, Harry Truman, dos Estados Unidos, e Winston Churchill, da Grã-Bretanha, reuniram-se na Conferência de Potsdam, no subúrbio de Berlim, de 17 de julho a 2 de agosto de 1945. Durante o encontro, Churchill foi substituído por Clement Attlee, do Partido Trabalhista inglês, vencedor das eleições e novo primeiro-ministro britânico. Na cúpula de Berlim, o mundo foi partilhado entre comunistas e capitalistas, dando
origem aos blocos da Guerra Fria. O líder soviético, Josef Stalin, apresentou um fato consumado: seu país já ocupava toda a região da Europa a leste da Alemanha. Na conferência, a área foi formalmente reconhecida como de influência soviética.
De um modo geral, a ocupação da Europa do Leste pelo Exército Vermelho e a imposição da política de Moscovo aconteceram sem grandes resistências. As instituições políticas e as organizações sociais haviam sido desmanteladas pelas tropas de Hitler. Na Albânia e na Jugoslávia, no entanto, a União Soviética encontrou lideranças e instituições mais sólidas.
Na Jugoslávia havia uma estrutura comunista bem organizada por Josip Broz Tito. O dirigente, após anos de resistência contra o ocupante nazista, decidiu não compartilhar com Stalin as decisões sobre os destinos de seu país. Até sua morte, em 1980, manteve uma política independente de Moscovo.
Na Albânia aconteceu um processo semelhante. O líder comunista Enver Hodja havia estruturado um forte grupo de resistência ao ocupante italiano, e assumido o poder após a derrota do Eixo, em 1945. Hodja também ficaria no poder até morrer, em 1985. Mas, diferentemente de Tito, manteve boas relações com Stalin.
No final de 1948, Moscovo estendia seu domínio até a Europa Central, numa vasta região que englobava a Polónia, a Hungria, a Checoslováquia, a Roménia e a Bulgária.
Alemanha: divisão complexa
 
A inclusão da Alemanha no bloco socialista foi mais complicada, porque o país estava dividido em dois.
A parte oriental sob influência de Moscovo, e a parte ocidental subdividida entre a França, os Estados Unidos e a Grã-Bretanha. A capital Berlim, situada na área controlada pelos soviéticos, adquiriu uma configuração bizarra: a parte oeste da cidade tornou-se uma ilha capitalista cercada de socialismo por todos os lados. As negociações foram difíceis por causa das tensões provocadas pelo Plano Marshall, um programa de ajuda aos países europeus ocidentais elaborado pelo secretário de Estado norte-americano George Marshall, em 1947. Os Estados Unidos passaram a injetar dinheiro na Alemanha e apoiaram a convocação de uma assembléia constituinte nas zonas ocidentais, marcada para setembro de 1948.
Os soviéticos, por sua vez, decidiram retirar seu representante do Conselho de Controle Interaliado, que administrava a Alemanha desde a Conferência de Potsdam. Com a saída soviética, a Grã-Bretanha, a França e os Estados Unidos realizaram uma reforma monetária na Alemanha. Surgiu uma nova moeda, o Deutche Mark, desvinculada da moeda emitida no leste pela União Soviética. Em pouco tempo, o novo dinheiro invadiu o setor oriental, criando instabilidade na economia socialista e gerando a primeira crise berlinense.
Em junho de 48, Stalin ordenou o bloqueio de Berlim, proibindo a entrada de trens e camiões de suprimentos no sector capitalista da cidade. Em reação, os países ocidentais organizaram uma grande ponte aérea, que por quase um ano abasteceu os dois milhões de habitantes do lado oeste de Berlim.
O bloqueio foi suspenso em maio de 49. Em seguida, foi anunciada a criação da República Federal da Alemanha, ou Alemanha Ocidental, com capital em Bona. Em outubro de 49, foi proclamada a República Democrática Alemã, ou Alemanha Oriental, com capital em Berlim Oriental.
Nos primeiros anos do pós-guerra, o mundo estava se acomodando à nova ordem económica e política, regida pelas duas maiores potências, Estados Unidos e União Soviética. Com a divisão formal da Alemanha, em 1949, estava configurada a Cortina de Ferro, como Churchill referia-se ao bloco socialista. E, com ela, o cenário definitivo da Guerra Fria na Europa.

Plano Marshall: reação ocidental Àquela altura o Plano Marshall estava em plena execução, com grandes investimentos americanos na Europa. O Plano Marshall havia surgido a partir da Doutrina Truman, lançada em 1947 pelo presidente americano Harry Truman. Segundo a doutrina, os Estados Unidos não mediriam esforços para conter o expansionismo soviético.
Definida a nova configuração da Europa, e sedimentada a concepção dos blocos econômicos, as tensões internacionais só viriam a aumentar, com demonstrações de hostilidade mútua por parte das superpotências.

A criação da OTAN Em abril de 49, antes mesmo do fim do bloqueio de Berlim, os Estados Unidos criaram a OTAN, Organização do Tratado do Atlântico Norte, com a participação do Canadá, França, Grã-Bretanha, Bélgica, Dinamarca, Islândia, Itália, Luxemburgo, Holanda, Noruega e Portugal. A Grécia e a Turquia ingressariam em 52, a Alemanha Ocidental em 55 e a Espanha em 82.
Uma das principais resoluções da OTAN garantia a defesa em bloco no caso de um ataque armado a qualquer país membro da organização. Os Estados Unidos queriam assegurar a hegemonia militar na Europa capitalista, e também garantir um ataque rápido e eficiente no caso de um confronto com a União Soviética.
No momento de criação da OTAN, tropas soviéticas e americanas realizavam manobras provocativas nas fronteiras da Alemanha. Eram tensas as relações entre Washington e Moscou.
Em março de 53, Stalin morria sem ter presenciado qualquer turbulência mais séria num país sob influência soviética. O primeiro conflito aconteceria logo em seguida, em junho, quando uma greve de operários de Berlim Oriental seria reprimida com violência pelo exército da Alemanha socialista.
Com a morte de Stalin, teve início uma guerra surda na cúpula do Partido Comunista soviético. Em setembro de 53, Nikita Khruschev foi eleito primeiro-secretário do Partido. Mas o novo líder consolidaria seu poder somente em 1955. Para se fortalecer no Partido e isolar os adversários, Khruschev adotou uma linha reformista e rompeu com o stalinismo, denunciando os crimes de Stalin durante o Vigésimo Congresso do Partido Comunista, em 1956. Na área da política externa, o novo líder propôs o diálogo e a coexistência pacífica.
A criação do Pacto de Varsóvia
Ao mesmo tempo, Khruschev tornava-se o principal arquiteto do Pacto de Varsóvia, um organismo militar criado em maio de 1955 como resposta à adesão da Alemanha à OTAN. O Pacto teve, no início, a participação da União Soviética, Albânia, Alemanha Oriental, Bulgária, Tchecoslováquia, Romênia, Polônia e Hungria. Em 1956, aconteceu na Hungria a primeira intervenção das forças do Pacto. No primeiro semestre, o país viveu um período liberal,
sob o comando do dirigente Imre Nagy. A União Soviética acompanhou os acontecimentos a distância. Em outubro, Nagy decidiu retirar a Hungria do Pacto de Varsóvia, o que provocou a reação imediata de Moscou. Tanques do próprio Pacto entraram em Budapeste, pondo fim à iniciativa. Dois anos depois, Imre Nagy seria executado como traidor.
Também em 56, os operários polacos, influenciados pela Igreja Católica, iniciaram uma série de protestos que o Partido Comunista reprimiu antes da intervenção do Pacto.

Anos 60: ergue-se o Muro de Berlim
Em agosto de 1961, Khruschev determinou a construção do Muro de Berlim. Surgiu na capital da Alemanha Oriental uma barreira de 45 quilômetros de extensão e 3 metros de altura, com diversos postos de vigilância policial, dividindo os lados leste e oeste da cidade.
A União Soviética queria conter o êxodo de milhares de professores, intelectuais e trabalhadores alemães-orientais para o outro lado, atraídos pela propaganda capitalista. E queria também controlar a entrada de dinheiro e mercadorias do Ocidente, fatores de instabilidade na economia da Alemanha Oriental. Além do aspecto econômico, havia também questões de estratégia envolvidas. O lado ocidental de Berlim era considerado um portão de entrada de
espiões para o mundo socialista. O muro serviria para diminuir um pouco esse fluxo. Era, em resumo, um conjunto de fatores que poderia levar as superpotências a um impasse perigoso para o futuro do planeta. Nesse sentido, o Muro de Berlim pode ter evitado um mal pior, que seria um confronto aberto entre Estados Unidos e União Soviética.
De qualquer maneira, o Ocidente soube explorar bem a existência do Muro para efeito de propaganda política. Em 1962, o presidente Kennedy faria referências ao tema num de seus mais famosos discursos, durante uma visita à Alemanha.
O assunto Muro de Berlim foi deslocado para segundo plano com o abrupto afastamento do dirigente Nikita Khruschev do comando da União Soviética, em 1964. O mundo viveu momentos de dúvida e apreensão sobre os novos rumos da política de Moscou.
Anos 60: Brejnev endurece a política externa soviética Em 15 de outubro de 64, Alexei Kossíguin assumiu o cargo de primeiro-ministro da União Soviética. Mas o posto principal de comando foi para as mãos do novo primeiro-secretário do Partido Comunista, Leonid Brejnev. O dirigente mostrou um estilo mais duro que o de Khruschev. Em 1968, agiu com vigor ao enfrentar uma crise com a Checoslováquia. Sob o governo de Alexander Dubcek, o país iniciava um programa de reformas conhecido como Primavera de Praga.
Para Brejnev, qualquer distúrbio num país do Pacto de Varsóvia representava uma ameaça potencial à aliança. Na Tchecoslováquia, no entanto, não havia distúrbios, mas um movimento interno de liberalização política. A Primavera de Praga terminou em agosto, quando tropas do Pacto de Varsóvia tomaram as ruas da capital checa.
Ainda em 68, a Albânia, aliada do líder chinês Mao Tsé-tung, decidiu sair do Pacto de Varsóvia. Nesse caso, Brejnev não reagiu. A decisão albanesa não valia um confronto com a China. Além disso, a atitude do dirigente Enver Hodja apenas tornava oficial um afastamento que já existia desde 62.
Nos anos 70, praticamente não se viu qualquer tipo de contestação política nos países socialistas. O maior problema de Brejnev foi outro: o surgimento do eurocomunismo na Itália, França e Espanha. Se por um lado a chamada "causa socialista" ganhava força na Europa Ocidental, por outro lado, e para o descontentamento de Brejnev, os partidos comunistas francês, espanhol e italiano não seguiam à risca as orientações ideológicas de Moscou. Com essa independência, os partidos buscavam maior sintonia com a opinião pública e com a própria identidade de seus países. Não fosse pelo eurocomunismo, a década de 70 teria reservado pouco destaque para o socialismo na Europa. Mas dois fatos importantes estavam por vir, no início dos anos 80: o surgimento do sindicato independente Solidariedade, na Polónia, e a morte do marechal Tito, na Jugoslávia.

Anos 80: crise política na Jugoslávia e na Polónia

O desaparecimento do dirigente Josip Broz Tito, em maio de 1980, pôs fim a um período de estabilidade inaugurado em 1945 com a proclamação da República Popular da Jugoslávia. Após a morte de Tito, um líder carismático e centralizador, as aspirações separatistas ganharam força nas repúblicas integrantes da Federação jugoslava. Os movimentos nacionalistas viriam a radicalizar suas posições durante toda a década de 80, até a eclosão da guerra civil, em 1991.
Também em 1980, no mês de setembro, surgiu na Polónia o sindicato independente Solidariedade, sob o comando do líder metalúrgico Lech Walesa. Era a primeira entidade civil de natureza política e social num país socialista a escapar do controle do Partido Comunista. Mesmo os movimentos da Hungria, em 1956, e da Checoslováquia, em 68, reprimidos por Moscovo, foram liderados por comunistas, o húngaro Imre Nagy e o tcheco Alexander Dubcek. No caso do Solidariedade, ocorreu o oposto: o líder Lech Walesa era anticomunista e contava com a simpatia do Vaticano, na figura do próprio Papa João Paulo II, também polaco. Um apoio decisivo para a combatividade do sindicato. O
Solidariedade passou a organizar greves e passeatas contra o governo. A crise econômica estimulava as atividades sindicais. Multiplicaram-se os panfletos, jornais, livros e revistas contestando o regime. O sindicato chegou a criar uma estação de rádio, num desafio aberto a Moscovo. Em dezembro de 81, o governo polaco pôs os tanques nas ruas e decretou a ilegalidade do Solidariedade. O sindicato passou a atuar na clandestinidade, com apoio de parcela expressiva da população.
Crise económica no bloco socialista
A época era de crise econômica nos países socialistas, a começar pela União Soviética. O país enfrentava problemas como desemprego, falta de alimentos, prostituição e consumo de drogas. No Cáucaso soviético, o desemprego atingia cerca de um terço da população economicamente ativa. A não ser pelos progressos do setor militar e espacial soviético, a indústria no mundo socialista não acompanhava os avanços tecnológicos do Ocidente. O obsoletismo do parque industrial refletia-se no abastecimento da população. Na União Soviética, o racionamento de alimentos e a escassez de produtos como sabonete, roupas e calçados provocavam grandes filas nas principais cidades.
Em oposição ao quadro de crise, uma camada da população, formada pelos funcionários da burocracia do Estado e do Partido Comunista, tinha acesso a bens e serviços fora do alcance do cidadão comum. Nos anos 80, sob o governo de Brejnev, mais do que em outras épocas, o conceito de socialismo foi deturpado pelos próprios dirigentes da União Soviética. A opinião pública ocidental tomou conhecimento de denúncias de corrupção generalizada na cúpula do poder de Moscovo, garantida pela repressão da KGB, a polícia política soviética.

Acompanhando esses fatos, fica mais fácil entender a força do Solidariedade na Polónia durante a década de 80. Depois dele, diversos grupos de oposição brotaram em toda a Europa do Leste, organizando os movimentos sociais que culminariam no desmantelamento do bloco socialista, em 1989.

A ascensão de Gorbatchev
Mas foi em abril de 1985 que surgiu um fato novo, decisivo para o futuro da Europa do Leste. Mikhail Gorbatchev chegava ao poder na União Soviética, com um amplo programa de reformas democráticas em seu país. Um empreendimento que em poucos anos mudaria sensivelmente a disposição geopolítica do planeta. O programa de Gorbatchev foi anunciado em 86, durante o 27° Congresso do Partido Comunista.
Nos primeiros anos de governo, o líder tomou medidas de impacto. Declarou moratória nuclear unilateral, abrandou a censura à imprensa, libertou os presos políticos e, em 1988, iniciou a retirada das tropas soviéticas do Afeganistão, depois de 9 anos de intervenção militar. No âmbito da política externa, Gorbatchev revogou a chamada "doutrina Brejnev", esvaziando as funções do Pacto de Varsóvia e desmilitarizando o teor das conversações internacionais sobre assuntos estratégicos.
A "era Gorbatchev" logo provocou um novo comportamento político nos países da Europa do Leste. Multiplicaram-se os movimentos democráticos na Hungria e na Tchecoslováquia. Na Polônia, o Solidariedade passou à ofensiva e reconquistou a legalidade. Mas foi na Alemanha, em 1989, que aconteceram as transformações mais expressivas. Aproveitando o clima de abertura, milhares de alemães-orientais começaram a deixar o país, a partir de agosto de 89. As autoridades evitaram um conflito direto com a oposição, para afastar o risco de um banho de sangue como o da Praça da Paz Celestial, ocorrido pouco antes, em 4 de junho, em Pequim, capital da China. No episódio, cerca de dois mil estudantes foram violentamente atacados pelas forças de segurança chinesas durante uma manifestação pela democracia. Na Alemanha Oriental, o dirigente Erick Honecker ainda tentou conter o ímpeto de mudanças no país. Mandou reprimir algumas manifestações mas foi desencorajado por Gorbatchev durante os festejos, em Berlim, do 40° aniversário de fundação da República Democrática Alemã, em outubro de 89.
O fim do muro
"Um governo que não muda com a vida está condenado ao desaparecimento." A partir dessa frase de Gorbatchev, dirigida a estudantes alemães, as forças de oposição da Alemanha Oriental decidiram partir para a ofensiva final contra o governo. Em cinco semanas, o Muro de Berlim viria abaixo, precisamente no dia 9 de novembro de 1989.



"Eu acompanhei pessoalmente a crise dos refugiados, a comemoração do 40° aniversário da RDA e a queda do Muro de Berlim. Às vezes, tenho a impressão de ter participado de um sonho. Lembro-me de milhares de pessoas cruzando o muro naquela noite fria de outono, dos encontros de familiares e casais que durante anos não puderam se encontrar, dos fogos de artifício, das cervejas e champanhes, das conversas, dos risos e dos choros de emoção. Eu tinha a nítida sensação de estar presenciando a própria história. Era óbvio que dali para a frente o socialismo na Europa do Leste havia chegado ao fim."
José Arbex :jornalista
A queda do Muro de Berlim foi festejada pelos governos e pela grande imprensa ocidental. Em poucos meses, todos os regimes socialistas chegavam ao fim na Europa. Na maioria dos casos, de forma pacífica.
A exceção foi a Roménia, que viveu um processo sangrento por causa da resistência do dirigente Nicolai Ceausescu. Nos confrontos de rua estavam, de um lado, a população e setores das Forças Armadas. Do outro lado, a Guarda Nacional, fiel ao dirigente. O saldo foi de cerca de 10 mil mortos. Ceausescu e sua mulher, Helena, acabaram presos e submetidos a um julgamento sumário.

Condenados à morte, foram executados diante das câmeras de TV, no dia 25 de dezembro de 89. Na Jugoslávia, o fim do muro foi o sinal para os nacionalistas desafiarem o governo central.
Em 1991, a Eslovénia e a Croácia foram as primeiras repúblicas a declarar independência. Em 92, foi a vez da Bósnia-Herzegovina. Questões étnicas e conflitos nacionalistas transformaram a região no cenário de uma sangrenta guerra civil. No final de 95, um acordo de paz na Bósnia traria uma certa estabilidade no convívio entre as repúblicas surgidas com o fim da Federação Jugoslava.



Descontentamento e ilusão
O processo que conduziu ao fim do bloco socialista europeu foi marcado pelo descontentamento popular com o modelo vigente naqueles países. Além disso, durante todo o período de Guerra Fria, o ocidente procurou, de todas as formas, passar ao mundo socialista a imagem do capitalismo como a de um sistema quase perfeito, com liberdade e boas condições de vida para todos. Muita gente no bloco socialista acreditava que poderia usufruir apenas do lado bom do capitalismo. Outras pessoas achavam a democracia capitalista um modelo de sistema equilibrado. Em pouco tempo, no entanto, o antigo bloco socialista começou a sentir os problemas do desemprego, do desequilíbrio social e da frustração profissional.
Uma das conclusões que se pode tirar de todo esse processo histórico é que a humanidade ainda está longe do caminho mais adequado para a vida em sociedade. Um sistema em seja possível reunir saúde, educação e trabalho para toda a população do planeta. De qualquer forma, como afirma o cientista político Eric Hobsbawn, a única coisa que se pode afirmar com certeza a respeito disso tudo é que enquanto existir o ser humano, existirá história.

SUBTEMA J.3:A 2ª GUERA MUNDIAL:ONU

ONU
Organização das Nações Unidas (ONU)
A Segunda Guerra Mundial relançou a ideia da criação de um organismo supranacional capaz de arbitrar conflitos, de impedir a resolução de problemas de relacionamento entre estados pelo recurso às armas, de garantir a igualdade entre os estados e de fazer respeitar os direitos humanos. Todos estes objectivos, que eram uma reedição dos propósitos que haviam norteado a criação da Sociedade das Nações após a Primeira Guerra Mundial, estavam consignados numa Carta, aprovada em Outubro de 1945 na Conferência de S. Francisco.Para a implementação dos seus objectivos, a ONU criou organismos especializados diversos, dedicados a desenvolver esforços em áreas específicas, como a FAO (Food and Agriculture Organisation), que se ocupa de problemas da fome e do subdesenvolvimento, a UNESCO e a Organização Mundial de Saúde, que intervêm no campo da ciência, da cultura, da educação e da saúde e outros que se ocupam de questões do trabalho, financeiras e económicas, etc. É grande o prestígio de que estas ramificações da organização desfrutam, particularmente em países do Terceiro Mundo que têm beneficiado de programas educacionais, de promoção económica e social das suas populações ou de campanhas de erradicação de doenças, de educação sanitária ou de combate a epidemias.Na sua vertente política, no entanto, a vida da ONU tem sido atribulada, em razão precisamente dos conflitos que pretendia controlar ou evitar. Desde a sua fundação, registaram-se, de facto, conflitos entre as grandes potências vencedoras da Segunda Guerra Mundial, que dispõem de lugar permanente no Conselho de Segurança, com direito a veto: a ONU foi, neste aspecto, vítima dos confrontos entre os blocos político-militares que se constituíram em torno dos EUA e da URSS, o que levou a que prevalecessem sobre todas as outras questões as preocupações com a segurança internacional. Por outro lado, particularmente na década de 60, a entrada em cena de numerosos países do Terceiro Mundo, muitos deles ex-territórios coloniais recém-chegados à independência, introduziu no seio da ONU problemas relacionados com a desigualdade económica e o direito dos povos à independência e à autodeterminação, com os quais as grandes potências por vezes se preocupavam bem pouco.No âmbito das Nações Unidas, foram empreendidas ao longo de décadas acções com resultados positivos na defesa da paz, como é o caso da interposição de forças militares entre contendores, como sucedeu na dividida Ilha de Chipre ou em Angola. Não quer isto dizer que a ONU tenha eliminado totalmente os conflitos, embora tenha contribuído grandemente para os atenuar e encaminhar para uma solução negociada, no sentido da paz. Nos últimos anos, a organização tem-se visto confrontada com a necessidade de intervir em numerosos conflitos regionais, nem sempre tendo sabido manter uma atitude claramente neutral em relação às forças que se enfrentam em cada situação, o que levanta reservas por parte dos que se consideram lesados.A ONU é neste momento uma organização em crise de credibilidade, aparentemente com muitas dificuldades para acompanhar a alteração profunda da política mundial após o fim da guerra fria e o desmantelamento dos blocos político-militares, mas é sobretudo uma organização em crise financeira, dado que os países membros protelam o pagamento das quotizações a que são obrigados (o maior devedor, ou pelo menos um dos maiores, são os Estados Unidos), sabendo-se que esta atitude de não-cooperação é igualmente resultante da perda de credibilidade que afecta a organização.Apesar da organização enfrentar situações difíceis, todo o esforço e todo o trabalho desenvolvido nos últimos anos para a conservação da paz e dos direitos humanos proporcionaram-lhe o prémio Nobel da Paz em 2001, prémio partilhado com Kofi Annan (secretário-geral da organização de 1997 a 2007) que demonstrou sempre uma grande dedicação ao trabalho desempenhado pela organização. Esta atribuição da Academia das Ciências sueca serve não só para valorizar o desempenho como também para dar a devida importância à maior organização internacional de apelo à paz e estabilidade mundial.A 24 de Outubro, comemora-se o Dia das Nações Unidas.
Como referenciar este artigo:Organização das Nações Unidas (ONU). In Infopédia [Em linha]. Porto: Porto Editora, 2003-2010. [Consult. 2010-02-02].

SUBTEMA J.3.: A 2ª GUERRA MUNDIAL: EISENHOWER: COMANDANTE DOS ALIADOS

Dwight David Eisenhower [1890-1969]
Eisenhower nasceu no Texas. Tendo-se formado na Academia Militar de West Point (1915), ocupou uma série diversificada de cargos antes da Segunda Grande Guerra. Tornou-se comandante-chefe das forças americana e britânica que participaram na invasão do norte de África (Novembro de 1942); comandou a invasão aliada da Sicília (Julho de 1943); e anunciou a rendição da Itália a 8 de Setembro de 1943. Em Dezembro tornou-se comandante da Força Expedicionária Aliada para a invasão da Europa e foi promovido a general do exército (Dezembro de 1944). Depois da guerra serviu como comandante das forças de ocupação americanas na Alemanha, tendo depois voltado para os Estados Unidos para ocupar o cargo de chefe do estado-maior. Foi presidente da universidade de Columbia e vogal dos chefes de estado-maior entre 1949 e 1950. Abandonou o exército em 1952 para se dedicar à campanha para a presidência; foi eleito, e depois reeleito, com uma margem de votos considerável (1956). Apesar de ser um político popular, Eisenhower esteve na presidência durante um período de grandes tensões, quer a nível doméstico quer a nível internacional: por um lado, o movimento de direitos civis encontrava-se em fase de expansão; por outro, a guerra fria dominava a política internacional. Ainda assim, os Estados Unidos experimentaram durante a sua presidência uma época de grande prosperidade e crescimento económico.

01/02/2010

SUBTEMA J.3: A 2ª GUERRA MUNDIAL: CHARLES DE GAULLE: FRANÇA

Charles De Gaulle
(Lille, 1890 - Colombey, 1970)
Charles De Gaulle

Militar e político francês. Desde jovem segue a carreira das armas, e durante grande parte da Primeira Guerra Mundial está prisioneiro dos Alemães. Pouco antes da Segunda Guerra Mundial publica um livro em que defende a necessidade de criar colunas couraçadas móveis. Tomada a França pelos Alemães, foge para a Grã-Bretanha e, opositor ao armistício assinado por Pétain, lança através da BBC um chamamento aos Franceses animando-os a continuar a guerra juntamente com a Grã-Bretanha. Dois anos mais tarde, todos os grupos da resistência interior francesa o reconhecem como chefe. As suas relações com os líderes britânico e norte-americano, Churchill e Roosevelt, são difíceis. Em 1944, recuperada a cidade de Paris, forma o seu primeiro governo e, após a vitória, organiza um referendo que reclama uma nova Constituição. Entre 1958 e 1969 é presidente da República e, neste período, concede a emancipação às colónias africanas. Soluciona o problema da Argélia concedendo-lhe a independência, apesar da oposição dos principais generais franceses. Em desacordo com a política internacional de blocos, pretende converter a França numa grande potência através da criação de um exército dotado de armas nucleares. Os acontecimentos de Maio de 1968 marcam o seu ocaso como político. Derrotadas em referendo as suas propostas de modificação do Senado e de reorganização regional, demite-se do seu cargo presidencial para se retirar para Colombey. Escreve umas Memórias que constituem uma contribuição para a história de notável valor literário.

SUBTEMA J.3: A 2ª GUERRA MUNDIAL: HIROHITO: JAPÃO

Hirohito (裕仁), também conhecido como Imperador Showa ou
 
O Imperador Shōwa (昭和天皇, Shōwa tennō)
,
Imperador Hirohito
O Imperador Hirohito nasceu a 29 de Abril de 1901, também conhecido como o Imperador Showa, foi o 124º Imperador do Japão, tendo reinado desde 1926 até à sua morte, em 1989. O seu reinado foi o mais longo de todos os Imperadores japoneses, e coincidiu com um período em que ocorreram grandes mudanças na sociedade japonesa, principalmente a Segunda Guerra Mundial.
Michinomiya Hirohito nasceu em Tóquio e, enquanto jovem, interessou-se por biologia marinha, assunto sobre o qual escreverá livros mais tarde. Em 1921, ainda Príncipe, visitou a Europa, um acontecimento inédito na monarquia japonesa. Mais tarde, em 1926, tornou-se imperador. Considerado uma divindade viva pelo povo, descendente da Deusa Solar Amaterasu, a Constituição conferia-lhe o poder supremo, sendo ele a figura a quem os militares japoneses deviam obediência absoluta.
Porém, sendo o último Imperador a ser considerado um ser divino e superior aos restantes cidadãos do seu País, por obrigação dos Estados Unidos da América nas resoluções do Pós-Guerra, os actuais Imperadores encontram-se desprovidos de qualquer poder ou significado, tanto a nível internacional como nacional. Hirohito veio a falecer no dia 7 de Janeiro de 1989.

SUBTEMA J.3: A 2ª GUERRA MUNDIAL: FRANKLIN ROOSEVELT: E.U.A

Presidente dos EUA entre 1933 e 1945
Franklin Delano Roosevelt
30/01/1882, em Hyde Park, Nova York
12/04/1945, Warm Springs, Geórgia
Segundo a maioria dos historiadores americanos, o democrata Franklin Delano Roosevelt foi o maior estadista dos Estados Unidos. Ele ajudou os americanos a recuperarem a fé, levando esperança com sua promessa de ação rápida e vigorosa, afirmando em seu discurso de posse: "A única coisa que devemos temer é o medo".
Ao assumir a presidência em 1933, Roosevelt encontrou um país de joelhos. Milhões de pessoas passavam fome, todos os bancos haviam falido, e as perspectivas eram as mais sombrias para a indústria e a agricultura.
Esse quadro desolador foi resultado da crise de superprodução e do crack na Bolsa de Nova York, iniciada em 1929. O liberalismo econômico radical, segundo o qual o Estado não deve regular ou intervir na economia, foi o maior responsável pela crise. Os presidentes republicanos que o precederam não previram os riscos deste liberalismo e nem demonstrarm sensibilidade para com os problemas sociais decorrentes da crise.
Para contorná-la, Roosevelt apelou para a cartilha democrata e, como conseqüência, não só ajudou a tirar o país da crise como também contribuiu para a evolução do capitalismo. Inspirado nas idéias do economista inglês John Maynard Keynes, Roosevelt concebeu o "New Deal" (Novo Trato), um conjunto de medidas econômicas pelas quais o Estado aumentava sua participação na economia, criando uma demanada que, para ser atendida, botava em ação setores da economia antes paralisados pela crise.
O "New Deal" provocou queda no desemprego, aliviando a situação de milhões de famílias. A recuperação da economia era desencadeada por um crescente déficit público, o qual o presidente financiava com aumento de impostos para os mais ricos, num mecanismo de distribuição de renda de ricos para pobres.
Roosevelt nasceu em 1882, no Estado de Nova York. Ele freqüentou a Universidade Harvard e a Faculdade de Direito de Colúmbia, em Nova York. Seguindo o exemplo de seu primo em quinto grau, o ex-presidente Theodore Roosevelt (1901-1908), ele entrou para a política.
Em 1920 ele foi o candidato democrata à vice-presidência. Em 1921, aos 39 anos, ele foi acometido de poliomielite, demonstrando uma coragem indomável. Ele apareceu dramaticamente de muletas para indicar Alfred E. Smith na Convenção Democrata de 1924. Em 1928 ele se tornou governador de Nova York, o "Empire State" (Estado Imperial).
Ele foi eleito presidente em 1932. No início de 1933 havia 13 milhões de desempregados, e quase todos os bancos tinham fechado. Ele apresentou um amplo programa para ajudar as empresas, a agricultura, os desempregados e aqueles que corriam o risco de execução de hipotecas.
Em 1935, o país estava se recuperando, mas empresários e banqueiros se voltaram contra o "New Deal" de Roosevelt. Demonstrando ganância empleno período de crise, eles não gostavam das concessões aos trabalhadores e ficaram horrorizados com déficits no orçamento.
Foi então que Roosevelt respondeu com impostos mais elevados sobre os ricos, controles sobre os bancos e empresas de utilidade pública, um enorme programa de ajuda para os desempregados e um novo programa de reformas: o seguro social.
Roosevelt foi reeleito por elevada margem de votos em 1936, 1940 e 1944. Foi o presidente que governou por mais tempo os EUA. Ele buscou uma legislação que levou a uma revolução na lei constitucional. Depois disso o governo poderia legalmente regular a economia.
Ele também buscou por meio de uma legislação de neutralidade manter os Estados Unidos fora da guerra na Europa, mas ao mesmo tempo adotou uma política de "boa vizinhança" para fortalecer os países ameaçados ou atacados.
Assim, quando a França caiu e a Inglaterra ficou sitiada em 1940, ele começou a enviar para a Grã-Bretanha toda a ajuda possível que não representasse um envolvimento militar direto. Mas os japoneses atacaram Pearl Harbor em 7 de dezembro de 1941, levando Roosevelt a direcionar rapidamente a organização dos recursos e efetivo para a guerra mundial.
Sentindo que a futura paz do mundo dependeria das relações entre os Estados Unidos e a Rússia, o presidente dedicou muita reflexão ao planejamento da Organização das Nações Unidas, por meio da qual, ele esperava, problemas internacionais poderiam ser resolvidos.
À medida que a guerra se aproximava do final, a saúde de Roosevelt deteriorou, e em 12 de abril de 1945, enquanto estava em Warm Springs, Geórgia, ele morreu de hemorragia cerebral.

SUBTEMA J.3: A 2ª GUERRA MUNDIAL: WINSTON CHURCHIL:INGLATERRA

Winston Churchill
Winston Churchill
Primeiro ministro britânico, de 1940 a 1945 e de 1951 a 1955, foi quem dirigiu a Grã-Bretanha durante a Segunda Guerra Mundial.
Nasceu no Palácio de Blenheim, em Woodstock, no Oxfordshire, em 30 de Novembro de 1874;
morreu em Londres em 24 de Janeiro de 1965.
Era filho de Lord Randolph Churchill e da sua mulher americana Jennie Jerome. Após ter acabado o curso na Academia Militar de Sandhurst e ter servido como oficial subalterno, de 1895 a 1899, no regimento de Hussardos n.º 4, foi correspondente de guerra em Cuba, na Índia e na África do Sul. Durante a guerra dos Boers, de quem foi prisioneiro, protagonizou uma fuga que o tornou mundialmente conhecido, e de que relatou as peripécias no seu livro De Londres a Ladysmith. Churchill entrou para a política como Conservador, tendo sido eleito deputado em 1900, mas em 1904 rompeu com o Partido devido à política social dos Conservadores.
Aderiu ao Partido Liberal e em 1906, tendo sido eleito deputado, foi convidado para o Governo, ocupando primeiro o cargo de Sub-Secretário de Estado para as Colónias, mais tarde, em 1908, a pasta de Presidente da Junta de Comércio (Board of Trade).Após as eleições de 1910 foi transferido para o Ministério do Interior, e finalmente foi nomeado, em Outubro de 1911, Primeiro Lorde do Almirantado, onde impôs uma política de reforço e modernização da Marinha de Guerra britânica.
Pediu a demissão em plena Primeira Guerra Mundial, devido ao falhanço da expedição britânica aos Dardanelos, na Turquia, de que tinha sido o principal promotor. Alistou-se no exército, e comandou um batalhão do regimento «Royal Scots Fusiliers» na frente ocidental. Regressou ao Parlamento em 1916, regressando a funções governamentais no último ano de guerra, como ministro das munições.
Após o fim da Primeira Guerra Mundial, Churchill foi-se tornando cada vez mais conservador, continuando a participar activamente na política, como Ministro da Guerra (1919-1921) e Ministro das Colónias (1921-1922) em governos liberais. Em 1924 regressou ao Partido Conservador, sendo nomeado Ministro das Finanças (1924-1929) no governo conservador de Stanley Baldwin. Não participou em nenhum governo, de 1929 a 1939, mas continuou a ser eleito para o Parlamento, onde advertiu incessantemente do perigo que Hitler representava para a Paz.
Em 1939 foi nomeado novamente Primeiro Lorde do Almirantado, e em 1940, no dia em que a Alemanha começou a ofensiva a Ocidente, invadindo a Holanda, a Bélgica, o Luxemburgo e a França, foi nomeado Primeiro Ministro. Fez com que o seu país resistisse às derrotas dessa Primavera de 1940, e ao desaparecimento de todos os seus aliados ocidentais, da Noruega à França, e dirigiu-o durante a Batalha de Inglaterra. Finalmente, aliado à União Soviética, desde o primeiro momento da invasão alemã, em Junho de 1941, e com o apoio e depois a participação activa dos Estados Unidos na guerra, acabou por vencer Hitler.
Mesmo antes do fim da guerra, sofreu uma derrota espectacular nas eleições de 1945, sendo o seu governo substituído pelos trabalhistas de Atlee. Voltou ao poder em 1951, sendo primeiro-ministro até 1955, ano em que pediu a demissão, devido a problemas de saúde.
Foi nomeado Prémio Nobel da Literatura em 1953, pelas sua obra mas sobretudo devido aos 6 volumes da sua obra mais famosa: The Second World War.