Ano: 1914-Valor Facial: 1 escudo-Metal: prata 835 º/oo-Acabamento: normal-Diâmetro: 37 mm-Peso: 25 g-Bordo: serrilhado-Eixo: vertical-Tiragem: 1.000.000-Escultor: A/ Francisco dos Santos - R/ José Simões de Almeida (Sobrinho)-Gravador: Alves do Rego-Legislação: Decreto-Lei nº 927 de 3 de Outubro de 1914
02/10/2010
O ESCUDO: MOEDA DA 1ª REPÚBLICA PORTUGUESA
Viva a Republica. Sob a divisa de Alvorada, a primeira moeda comemorativa Republicana só poderia ser alusiva à Proclamação da República em 5 de Outubro de 1910. É uma moeda com dois autores, uma vez que sendo comummente atribuída ao escultor José Simões de Almeida (Sobrinho), na realidade o famoso anverso da alvorada republicana é obra do escultor Francisco dos Santos.
Ano: 1914-Valor Facial: 1 escudo-Metal: prata 835 º/oo-Acabamento: normal-Diâmetro: 37 mm-Peso: 25 g-Bordo: serrilhado-Eixo: vertical-Tiragem: 1.000.000-Escultor: A/ Francisco dos Santos - R/ José Simões de Almeida (Sobrinho)-Gravador: Alves do Rego-Legislação: Decreto-Lei nº 927 de 3 de Outubro de 1914
FICHA TÉCNICA. . . . . . . . . . . . . .Metal: Prata / Silver-Peso: 25 gr-Diametro: 37 mm
Ano: 1914-Valor Facial: 1 escudo-Metal: prata 835 º/oo-Acabamento: normal-Diâmetro: 37 mm-Peso: 25 g-Bordo: serrilhado-Eixo: vertical-Tiragem: 1.000.000-Escultor: A/ Francisco dos Santos - R/ José Simões de Almeida (Sobrinho)-Gravador: Alves do Rego-Legislação: Decreto-Lei nº 927 de 3 de Outubro de 1914
A/: à direita do campo, tendo em fundo o Sol nascente sobre a Terra, a figura simbólica da República, de meio corpo à esquerda, envolvida na bandeira nacional e empunhando um facho aceso na mão direita, tendo por baixo a inscrição "5 de Outubro de 1910", em três linhas e, na orla superior, a legenda "República Portuguesa", entre pares de estrelas.
R/: ao centro do campo, o escudo das Armas Nacionaais assente num "fascio" romano de varas e machado, circundado por vergônteas de louro e de carvalho entrelaçadas em baixo por um laço e, na orla inferior, o valor "1 Escudo".
Poucos meses passados sobre a Revolução de 5 de Outubro de 1910 o governo provisório da República decretou a mudança da unidade monetária, que de real passou, em 5 de Maio de 1911, a designar-se por escudo (de ouro), equivalente a mil reais dos anteriores e com um peso legal de 1,8065 gramas (de toque 900 milésimos).Acrescentaremos, apenas como simples curiosidade, que a paridade então estabelecida em relação à libra esterlina foi de uma libra de ouro igual a 4,5 escudos de ouro.Foram também criadas por essa lei de Maio de 1911, as novas moedas da República, de ouro (que nunca chegaram a cunhar-se), de prata e de bronze níquel, que entrariam em circulação desde meados de 1912.Apesar de desde 1911 se ter pensado criar e emitir moedas comemorativas da proclamação da República, seria só em 1914 que viria a concretizar-se essa oportunidade, tendo então o Congresso da República autorizado o governo a cunhar moedas de prata de um escudo, cujo lançamento em circulação se pretendia coincidisse com o dia 5 de Outubro de 1914.Esta primeira moeda comemorativa da República merece uma especial menção sob o ponto de vista artístico, pois que representa um interessante exemplo de “Arte Nova” na escultura numismática nacional, sem dúvida influenciada pela correspondente arte medalhística, que de França entrou em Portugal pela mão de dois dos nossos mais notáveis escultores, João da Silva e José Simões de Almeida (sobrinho).Há uma outra história ainda por contar sobre as gravuras numismáticas que ornamentam essa primeira moeda representativa do escudo republicano, cunhada em substituição das anteriores espécies comemorativas de bronze-níquel previstas no decreto de 1911 e cuja amoedação não proporcionava grande lucro.Em Junho de 1914, nas vésperas da deflagração da Primeira Guerra Mundial e quando as questões da defesa nacional tinham já adquirido significativa importância nas preocupações do Governo e do Parlamento, a proposta de lei orçamental do Ministério das Finanças para o ano económico de 1914/1915 passou a incluir, sob proposta de Afonso Costa, a emissão de uma nova moeda de prata de 1 escudo comemorativa da proclamação da República, cujos lucros de amoedação, calculados em 613.616$00, ficariam reservados para as despesas da defesa nacional. Em simultâneo, e tendo em vista aumentar os lucros da amoedação de prata, o toque das moedas de 1 escudo foi reduzido para 835 º/oo, o que proporcionaria uma economia suplementar de 143.812$ (Lei n.º 220, de 30 de Junho de 1914).Conhecendo-se o tempo necessário para o aprontamento dos cunhos para uma nova moeda, verifica-se que essa cunhagem já vinha sendo preparada com antecedência, pelo menos desde início de 1914, quando Afonso Costa ainda era o titular da pasta das Finanças. A urgência pretendida pelo Governo e a data prevista para o lançamento público, 5 de Outubro, influíram decisivamente na escolha dos modelos para as suas gravuras numismáticas, que tinham de ser diferentes das das moedas de prata da emissão normal.Nessa altura já estavam em poder da Casa da Moeda as fundições em bronze dos modelos aprovados para as moedas de bronze-níquel, peças indispensáveis para a gravação mecânica das matrizes em aço.Por razões que ainda hoje não são conhecidas, a Casa da Moeda abandonou o modelo Pátria do anverso premiado para as moedas comemorativas desse metal, da autoria de Simões de Almeida (Sobrinho), e seleccionou o anverso do modelo alvorada classificado em seundo lugar, da autoria de Francisco dos Santos.Quanto ao reverso, foi seleccionado um outro modelo, também classificado em segundo lugar, mas no concurso para as moedas de ouro, cujo processo de selecção terminara a 5 de Dezembro de 1913. E será precisamente este modelo de reverso não aprovado em 1913 para a moeda de ouro, onde o escudo nacional aparece assente num "fascio" romano e circundado por vergônteas de louro e de carvalho, que será utilizado para compor essa face da nova moeda comemorativa, a primeira a ter uma dupla autoria.As duas primeiras moedas cunhadas a 28 de Agosto de 1914 foam entregues pelo ministro das Finanças ao tesoureiro da Casa da Moeda, para o seu museu numismático, onde ainda hoje se encontram.
Publicada por joão nunes à(s) 3:04:00 da tarde
Etiquetas: ESCUDO, SUBTEMA I.2: PORTUGAL: DA 1ª REPÚBLICA À DITADURA MILITAR.
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