António Ramalho Eanes |
A 12 de Novembro uma manifestação convocada pelo sindicato da construção civil cerca os deputados no interior do parlamento e impede-os de sair durante dois dias. A 20, o Governo proclama estar em “greve” por falta de condições para governar. A 24, ocorre em Rio Maior um levantamento de agricultores que cortam a Estrada Nacional nº 1 para norte, desmobilizando ainda nessa noite.
Para pôr fim à situação de impasse entre sectores militares opostos – de um lado a esquerda radical que procura apoio em Otelo, de outro os militares simpatizantes do PCP e de Vasco Gonçalves, de outro ainda os militares alinhados com o "Grupo dos Nove", grupo de oficiais liderados por Melo Antunes – seria necessário que algum deles avançasse. Os militares que apoiam o Grupo dos Nove toma a iniciativa, anunciando a remoção de Otelo da posição de comandante da Região Militar de Lisboa e dando a entender que o COPCON seria eventualmente dissolvido.
A 25 de Novembro de 1975, sectores da esquerda radical (essencialmente pára-quedistas e polícia militar na Região Militar de Lisboa), provocados pelas notícias, levam a cabo uma tentativa de golpe de estado, que no entanto não tem nenhuma liderança clara. O Grupo dos Nove reage pondo em prática um plano militar de resposta, liderado por António Ramalho Eanes. O plano prevê, numa situação limite, a instalação de um governo alternativo no Porto e a hipótese de uma guerra civil (que poderia acabar por envolver interferência estrangeira).
O Presidente da República, Costa Gomes, consegue chamar a Belém os principais comandantes militares, incluindo Otelo, Rosa Coutinho (armada, tido como próximo do PCP), e os líderes do Grupo dos Nove (agora bastantes mais que 9) e concentrar assim em si a autoridade, evitando que outros assumam o comando de facções capazes de mergulhar o país numa guerra civil. O PCP acaba por se abster de apoiar o golpe de esquerda. Os militares revoltosos, sem liderança nem outros apoios, rendem-se sem grandes conflitos.
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