10/08/2010

HISTÓRIA AO VIVO

O QUE É A HISTÓRIA AO VIVO?
"História ao Vivo é uma técnica de recriação do passado, que tem por objectivo proporcionar tanto a crianças como a adultos uma oportunidade de contactar de uma forma lúdica e concreta com alguns aspectos da vida quotidiana. Geralmente pouco conhecidos, porque mal contemplados nos programas, mesmo nos mais actuais. Esta técnica faz principalmente apelo a três entidades fundamentais para o sucesso de qualquer acção: a escola, o museu ou o monumento e a comunidade.
Antes do mais, tem que se escolher um tema histórico adaptado ao local que se deseja fazer reviver; em seguida encontrar a época mais adequada aos objectivos pedagógicos a atingir, não esquecendo a viabilidade do projecto.
Entendemos que um projecto de "História ao Vivo" é uma técnica eminentemente pedagógica, que ensina e responsabiliza as crianças, os professores e a comunidade, criando-lhes o gosto pelo passado, pela investigação e preservação desse mesmo passado, que é da responsabilidade de todos."
Paula Bárcia, Grupo de Trabalho do Ministério da Educação para a Comemoração dos Descobrimentos Portugueses.

06/08/2010

HISTÓRIA LOCAL OU REGIONAL

Para uma história do meio local ou regional
1. Introdução
O professor deverá sugerir e motivar os alunos para o estudo da história local, propondo-lhes trabalhos específicos para a descoberta da sua localidade ou região. Normalmente, os alunos ficam bastante entusiasmados com a ideia de ficarem a conhecer o passado da sua aldeia, vila, cidade ou região.2. Algumas sugestões para a realização deste trabalho:Os trabalhos poderão ser realizados em grupo ou individualmente. Esta pode ser uma actividade interdisciplinar que assim sendo tornar-se-á mais rica. O trabalho pode ter continuidade para o ano lectivo seguinte, com a mesma turma, ou com outra que virá enriquecer o que os outros já haviam começado. Por isso, o que se pretende pode não ser um trabalho acabado. Se possível, arranjar na Escola um local próprio onde se reúna os materiais que se refiram à localidade/região: postais, plantas, mapas, desenhos, fotografias, livros, gravações auditivas ou visuais, trabalhos escritos, maquetas, inquéritos, jornais, etc. Aí, seria o arquivo da história local/regional. 3. Algumas possíveis etapas para a realização do trabalho
Planificação do trabalho para a disciplina de História ou História e Geografia de Portugal, ou de um trabalho interdisciplinar, discriminando as várias actividades a realizar por cada disciplina envolvida no projecto.
A turma procede à pesquisa de materiais com a orientação do(s) professor(es): monografias, documentos escritos, cartas topográficas, imagens, inquéritos, jornais, mapas, plantas, fotografias, etc.
Organização de um arquivo do Meio Local/Regional, de modo a facilitar a consulta daquilo que este contém.
Exploração dos materiais encontrados e realização dos trabalhos: trabalhos escritos, maquetas, desenhos, mapas, vídeos, inquéritos, entrevistas, gráficos.
Possíveis visitas de estudo a locais desse meio local/regional: por exemplo a ruínas romanas, estações arqueológicas, monumentos, fábricas, arquivos históricos, bibliotecas, fazer percursos históricos de uma campanha militar, da visita de um monarca à região, de peregrinações, etc.
No final do ano lectivo, a turma pode realizar uma exposição na Escola, aberta à comunidade envolvente, com todos os trabalhos feitos sobre o Meio Local/Regional.
No ano lectivo seguinte, deve ser dado ao projecto continuidade.

INQUÉRITO

O Inquérito
O inquérito é uma técnica de recolha de dados ou informações de um grupo de pessoas e através dele podem-se realizar quadros estatísticos, mapas, gráficos, os quais são as conclusões desse inquérito. Para isso, temos de elaborar uma ficha de tratamento de dados do inquérito, para resumir e analisar as informações de uma forma mais organizada.O inquérito deve conter as seguintes partes:
Apresentação - deve ser agradável de modo a cativar as pessoas que o vão responder.
Introdução - deve conter a finalidade do inquérito.
Desenvolvimento - ser breve; não conter perguntas desnecessárias, nem cujas respostas sejam muito extensas; deve ser claro.

ENTREVISTA

A Entrevista
A entrevista é uma técnica de recolha de informações que dá a oportunidade aos alunos de entrarem em contacto directo com as opiniões e problemas, por exemplo, do seu meio local. Esta técnica de recolha de dados a partir de um questionário, permite conseguir de uma forma mais ou menos rápida, informações de um grupo de pessoas, e depois realizar quadros estatísticos. Assim, o questionário é a base da entrevista.
1. Fases da entrevista
1.ª Fase - Preparação:
Definir os objectivos da entrevista;
Escolher o entrevistado e contactá-lo. Terá de ser uma pessoa que conheça bem as informações que queremos escolher;
Elaborar o questionário da entrevista.
2.ª Fase - Execução
Conversa com o entrevistado num clima de empatia, esclarecendo o entrevistado das finalidades da entrevista;
Realizar a entrevista propriamente dita, com base no questionário elaborado previamente;
Registo das respostas.
3.ª Fase - Avaliação
Analisar e organizar as informações recolhidas;
Avaliar da eficácia ou não da técnica utilizada;
Elaborar conclusões.
2. Características do questionário: este deve obedecer a uma sequência, de forma a conseguirmos mais rapidamente e com mais correcção, as informações que pretendemos.
Claro e objectivo;
Cada pergunta deve conter uma só ideia;
Deve obedecer a uma determinada sequência: ir do geral para o particular;
Grupos de questões correspondentes aos vários aspectos do tema que se está a tratar;
Uma questão, pelo menos, para o entrevistado manifestar a sua opinião sobre o tema.

ROTEIROS HISTÓRICOS

Elaboração de Roteiros Históricos
Uma estratégia motivadora para o ensino da História é a elaboração de roteiros históricos sobre determinadas localidades. O facto de os alunos terem, normalmente, um desejo de compreender melhor a sua comunidade, as realidades concretas da sua região, faz desta estratégia uma estratégia motivadora. Através desta estratégia, que é uma forma criativa de ensinar História, parte-se do concreto para a descoberta do desconhecido da sua localidade. Este tipo de trabalho desenvolve o espírito de investigação e o gosto pela preservação do património, contrariando o desenraizamento cultural.Pelo trabalho de pesquisa da turma recolhem-se informações de uma localidade, que devem posteriormente ser organizadas.Partes do roteiro histórico:
texto informativo em que descreve brevemente a história da localidade, determinados acontecimentos, etc. Esse texto deve ser curto e sugestivo, de modo a despertar curiosidade e interesse de quem consulta o roteiro. Este texto pode ser acompanhado de fotografias, postais, imagens, etc.
tendo por base uma determinada planta, apresentação de itinerários para visitantes dessa localidade, traçados em papel vegetal e com a respectiva legenda do itinerário. Dar um título a esse itinerário.
destacar no itinerário determinadas ruas, praças, monumentos, edifícios, estátuas, etc que foram importantes num época ou ligados a um episódio histórico. Para a ilustração desses aspectos podem-se utilizar textos, postais, fotografias, etc.

A TOPONÍMIA

A Toponímia e o Estudo da História
"O estudo da toponímia permite localizar as actividades quotidianas boa parte das populações urbanas e compreender a evolução e o dinamismo económico das vilas e cidades. Com efeito, nas povoações antigas, a designação das ruas relacionava-se com as actividades económicas, sociais ou políticas e traduzia as formas comuns como os homens utilizavam e afeiçoavam os espaços.
Muitos dos topónimos tradicionais chegaram à actualidade ou, pelo menos, ao princípio do século, pelo que a sua localização em mapas, plantas ou gravuras antigas fornece informações sobre a evolução da vida urbana. As actividades artesanais dominantes davam o nome às respectivas artérias: rua dos sapateiros, das ferrarias, das tanoarias, dos ourives, dos pasteleiros, da alfaiataria, da forja, dos caldeireiros, dos oleiros, dos carpinteiros, etc., são topónimos frequentes a indicarem a distribuição dos principais ofícios urbanos. O comércio de maior importância é localizável, igualmente, através de designações toponímicas: rua dos mercadores, dos tendeiros, do açougueiro do pau, praça do peixe, indicam os espaços das trocas urbanas e ajudam a reconstituir a função comercial das povoações.Por outro lado, a importância de certos edifícios traduziu-se também na nomeação das ruas: da cadeia, do paço, da alfândega, do convento.
Ao mesmo tempo que algumas pessoas ou instituições relacionadas com a fé e as práticas religiosas mereceram consagração toponímica: é o caso, por exemplo, das ruas do cabido, dos clérigos, dos cónegos, etc. A problemática do abastecimento de água está também, geralmente, presente em topónimos como rua da fonte, do chafariz, ou do poço, enquanto a persistência de designações como rossio, campo, ou terreiro, conduz à compreensão do desenvolvimento das povoações, uma vez que, em tempos passados, estes espaços situavam-se invariavelmente nas periferias dos núcleos urbanos. A sua integração, hoje, na malha urbana das vilas e cidades permite determinar as direcções de crescimento das mesmas.Também nas periferias se situavam, tradicionalmente, as actividades menos limpas e mais incómodas para os moradores, como as olarias, o tratamento dos couros, os celeiros, os currais, e os moinhos e atafonas, pelo que os topónimos subsistentes conduzem à compreensão de alguns aspectos da evolução urbana.
O estudo da toponímia permite, pois, o reencontro com as cidades e vilas antigas, com paisagens e espaços desaparecidos e com as actividades que caracterizavam o quotidiano das populações, fornecendo igualmente elementos para a compreensão das linhas gerais da evolução económica e social das localidades.
"Fonte: MANIQUE, António Pedro; PROENÇA, Maria Cândida – Didáctica da História,Texto Editora

DRAMATIZAÇÃO EM HISTÓRIA

Como fazer uma Dramatização em História
A dramatização pode ser de dois tipos:
representações individuais ou de um número reduzido de alunos;
representações colectivas em que todos os alunos da turma participam.
A dramatização tem como base:
um tema, ou
um texto, que pode ser improvisado ou já previamente elaborado.
A representação cénica obedece a técnicas de dramatização. A sua realização obedece a diferentes etapas:
1ª ETAPA - Preparação da Representação
O texto da dramatização
O texto pode ser de três tipos diferentes:
um texto que já esteja previamente elaborado, podendo sofrer alguns cortes ou acrescentos;
elaboração de um texto dramático pelos alunos a partir de conhecimentos já estudados. Para isso, deve ter em conta os seguintes momentos:
definição dos momentos que considera mais representativos da acção;
personagens - sua caracterização física e psicológica (é um dos aspectos mais importantes para a dramatização ter sucesso; se necessário podem mesmo exagerar as características para que elas sejam bem visíveis quando forem representadas, com a utilização, por exemplo, de adereços);
finalmente, a criação do texto.
adaptação de um texto narrativo a um texto dramático. Esta tem de ter em conta os seguintes aspectos:
definição da existência ou não de um narrador;
distinção de personagens principais e secundárias;
transformação do discurso indirecto em discurso directo.
Distribuição de papéis.
Escolha e preparação de adereços para as personagens e para o espaço cénico.
Organização do espaço onde vai ser feita a representação cénica. Este aspecto deve ser bem pensado, pois tem influência na maneira como se vai sentir a representação.
2ª ETAPA - Execução da dramatização
O ambiente de actores e observadores deve estar calmo e ordenado.
3ª ETAPA - Discussão sobre a dramatização
Avaliação do trabalho realizado, pela troca de opiniões entre os participantes, por exemplo, se foi fácil ou não representarem determinada personagem.
Os observadores devem fazer uma crítica construtiva do trabalho.

FILME HISTÓRICO

O Filme Histórico
A utilização do filme histórico na aula pode ser um meio de motivar os alunos para um determinado assunto, ou uma forma de consolidar determinados conhecimentos já aprendidos na aula. O filme histórico pode ser um ponto de partida para trabalhos de pesquisa dos alunos, por exemplo, fazendo uma pesquisa de outros filmes sobre o mesmo assunto , ou sobre outras matérias do programa.No entanto, a utilização do filme histórico na aula pressupõe um trabalho de análise do mesmo.Fases que se devem ter em conta na análise de um filme histórico:
1 - elaboração da ficha técnica do filme: título, realizador, ano de produção, actores;
2 - localização da acção no espaço e no tempo;
3 - identificação das personagens como figuras históricas;
4 - descrição do contexto: os meios de transporte, vestuário, mobiliário, arquitectura, linguagem, etc;
5 - resumo do filme, salientando os factos históricos, e sendo secundários os aspectos de pura ficção;
6 - comentário crítico ao filme: seus contributos para a aprendizagem do tema e eventuais erros ou imprecisões que o filme contenha.Também pode organizar debates subordinados ao tema que o filme retrata, interligando matéria programática e a fonte histórica que é o filme.

VIDEO

O Vídeo
A utilização de vídeo na sala de aula é uma estratégia activa e motivadora, permitindo uma melhor compreensão dos conteúdos. No entanto, o vídeo não substitui as explicações do professor, o qual deve ter o cuidado de salientar os factos do filme que não correspondem à verdade histórica. Através da visualização de um vídeo o aluno consegue visionar o retrato de uma época desde os aspectos culturais e religiosos, ao viver do dia-a-dia das populações, aos problemas económico-sociais e à realidade política.Alguns passos importantes para esta estratégia:
esta estratégia é geralmente utilizada como motivadora e introdutória de um conteúdo ou como forma de consolidar conhecimentos;
em primeiro lugar, o professor deve definir os objectivos;
seleccionar os aspectos mais sugestivos do filme, para os salientar e explicar à turma;
construir uma ficha de observação e análise do filme, a qual deve ser respondida às perguntas de resposta curta, durante a observação do vídeo e as respostas de análise após a conclusão do vídeo;
correcção e análise conjunta das respostas da ficha de observação do vídeo;
debate sobre o tema tratado, apontando virtudes e defeitos do vídeo apresentado.

DEBATE

Como realizar um debate?
Para a realização de um debate aplique as seguintes etapas:
1ª ETAPA
escolher o tema;
preparar e distribuir a documentação necessária a todos os participantes;
nomear um moderador e um secretário.
2ª ETAPA
realização do debate;
prestar esclarecimentos e motivar todos os intervenientes;
estabelecer regras de intervenção, nomeadamente, a ordem de participação e duração das intervenções, Durante o debate, a discussão deve ser ordenada e de acordo com as normas previamente estabelecidas.
3ª ETAPA
Conclusão do debate;
resumo das conclusões.
Ao moderador compete:
apresentar o tema que se vai debater e os participantes;
introduzir o tema e dar início ao debate;
dar a palavra a todos os participantes e intervir sempre que necessário:
ser imparcial e apresentar a conclusão final.
Ao secretário compete:
controlar a ordem das intervenções e o tempo;
registar as principais opiniões e conclusões,
redigir uma acta, se necessário

TRABALHO DE PROJECTO

O Trabalho de Projecto
O trabalho de projecto é uma metodologia de grupo, assente numa planificação rigorosa, para desenvolvimento de um trabalho de investigação, acerca de um tema ou problema de interesse para o grupo e em relação directa com a realidade social em que o problema surge.Este tipo de trabalho contribui para o desenvolvimento da autonomia intelectual e socialização dos alunos bem como das suas capacidades criativas.1. Algumas especificidades do Trabalho de ProjectoO trabalho de projecto deve ter em conta algumas especificidades na sua metodologia:
antes de se iniciar um trabalho de projecto, os alunos devem ter alguma experiência de realização de pequenos trabalhos dirigidos, que lhes tenham possibilitado a aquisição de uma certa metodologia de pesquisa;
a escolha do tema do trabalho, a sua organização e apresentação final deve ser feita com inteira liberdade, embora de acordo com os objectivos gerais do programa e recursos do meio. A espontaneidade e a liberdade de acção dos alunos é essencial nesta metodologia de trabalho, embora com o cumprimento das exigências metodológicas, previamente fixadas (objectivos, planificação e calendarização das tarefas, divisão de tarefas, aceitação do papel coadjuvante do professor);
os alunos poderão organizar-se em grupos para pesquisarem diferentes aspectos do tema escolhido pela turma ou constituir equipas encarregadas de executar tarefas específicas requeridas pelo projecto comum;
ao professor compete, no entanto, toda a coordenação do trabalho, harmonizando capacidades, disposições e interesses individuais. O professor negocia com os alunos, não lhes retirando a liberdade de acção, mas colocando-se ao seu dispor como facilitador de recursos e cooperante na resolução de problemas;
os problemas formulados devem ser em forma de perguntas;
as condições fundamentais para o desenvolvimento do trabalho são a capacidade de colaboração, de investigação e da avaliação do problema que deve ser contínua.
2. Etapas do Trabalho de Projecto
2.1. Planificação:
Identificação da área do problema e de problemas parcelares, descrevendo-os pormenorizadamente e verificando todos os seus condicionalismos.
Identificação dos meios de resolução do problema e das limitações existentes, apontando possíveis soluções.
A escolha do problema deve apontar para um problema significativo, importante e genérico.
Definem-se objectivos.
Elaboração do plano do projecto, que deve ser flexível: processo de trabalho, recursos, divisão de tarefas, recolha, selecção e tratamento das fontes, forma de apresentação do trabalho, calendarização. 2.2. Processo - desenvolvimento do projecto:
Trabalho de campo/investigação.
Tratamento dos dados.
Discussão das situações e problemas parcelares.
Avaliação pontual contínua, respondendo a questões como:
como estamos a trabalhar?;
qual é o espírito de trabalho no grupo?;
estamos a alcançar os objectivos pretendidos e a seguir a nossa planificação?;
quais são as nossas principais dificuldades?;
podemos melhorar o nosso trabalho?;
temos necessidade de mudar a nossa forma de trabalho?
A avaliação não deve ser feita apenas no fim do trabalho, mas de forma permanente.
Análise crítica das conclusões e síntese final.
Apresentação dos trabalhos, com a colocação das seguintes questões:
houve uma boa identificação e formulação do problema?;
houve uma boa recolha e selecção de material?;
houve uma boa interpretação do material recolhido?;
o problema foi posto de forma evidente na apresentação do trabalho?;
quais foram as novas perguntas ou problemas que o trabalho originou? Os trabalhos podem ser apresentados através de cartazes, dramatizações, acetatos, vídeos, programas de computador, etc.2.3. Resultado- Avaliação global: a análise das avaliações servirão de base a novos projectos.O grupo deve apresentar um relatório com:
planificação do trabalho;
percurso efectuado;
dados recolhidos, seu tratamento e conclusões;
avaliação conjunta do trabalho e da participação de cada elemento do grupo no trabalho. O grupo deve elaborar um texto-síntese do trabalho para distribuir a toda a turma.Finalmente, o professor salienta os principais aspectos tratados no trabalho.A auto e hetero-avaliação informal dos trabalhos é complementada por uma avaliação formal, através do preenchimento de fichas. Neste momento analisam-se os aspectos positivos e negativos; uma apreciação pessoal do trabalho de cada aluno.O trabalho poderão ser dados a conhecer à escola e à comunidade, através de exposição, debate, visita-guiada.

VISITA DE ESTUDO

Visita de Estudo
Algumas sugestões didácticas para a realização de visita de estudo:
1 - Para uma visita de estudo obter sucesso é necessário ter em conta alguns princípios gerais. Esses princípios devem ser adaptados às características específicas de diferentes aspectos:
a turma;
grau de ensino;
nível etário dos alunos.
2 - Uma visita de estudo pode ter diversas funções:
motivação da turma para uma determinada matéria;
conclusão ou síntese final de um estudo;
estudo de um assunto através da observação dos elementos durante a visita de estudo.
3 - A visita de estudo deve passar por três etapas:
- Preparação da visita de estudo:
escolha do local a visitar;
data da realização da visita;
meios de transporte;
autorizações do Conselho Directivo da escola e dos encarregados de educação;
informação ao delegado de grupo da disciplina;
definição de objectivos desde o domínio cognitivo aos das capacidades e competências, valores e atitudes;
fornecimento de informação sobre o assunto aos alunos através de textos ou folhetos impressos sobre o local a visitar ou uma aula audio-visual que servirá de motivação para a visita de estudo;
tentar a multidisciplinariedade, se possível;
também, se possível, integrar esta actividade no estudo de um determinado tema do programa.
- Realização da visita de estudo. Esta pode ser de dois tipos:
visita guiada - incide no processo de transmissão de saber. O professor ou o funcionário da instituição que visitámos é o guia da visita. Este tipo de visita deve ser feita com um número reduzido de alunos e ter uma duração curta. As explicações devem ser breves para os alunos poderem tirar notas sobre o assunto.
visita de descoberta - incide na actividade de descoberta do aluno, através de um método de estudo dirigido. Há uma actuação conjunta entre professor e alunos. Os alunos aprendem a observar e pensar sobre o que estão a estudar, guiados por um conjunto de questões que vão tentar dar-lhes resposta pela sua descoberta. No entanto, há, previamente, uma preparação da visita, pois o aluno não vai à descoberta sem qualquer esquema de apoio para o seu trabalho. Deve haver uma ficha de registo ou guia de observação para o aluno registar os dados.
- Avaliação da visita de estudo
Na aula seguinte à realização da visita, os alunos apresentam um relatório ou um trabalho ilustrado que apresente em síntese as suas conclusões.
De seguida, deve haver uma reflexão conjunta entre professor e alunos sobre a visita, discutindo:
os conhecimentos adquiridos;
os aspectos positivos ou negativos da visita.

ANÁLISE DE GRÁFICOS

Análise de Gráficos
1. Os gráficos são muito utilizados na aula de História, sobretudo para a análise dos seguintes aspectos:
aspectos económicos (produções, preços, etc)
aspectos demográficos (taxa de mortalidade, taxa de natalidade, esperança de vida, etc)
aspectos climáticos (temperatura, pluviosidade, etc)
2. Vantagens da utilização de gráficos na aula de História
resumir muita informação em pouco espaço;
representar variações quantitativas ou qualitativas de um determinado elemento, as relações numéricas entre determinados fénomenos;
facilitar a compreensão e análise de fénomenos, por vezes, complexos de explicar;
permitir lançar algumas questões para provocar o debate na turma.
3. Tipos de gráficos
gráfico circular ou sectogramas - num círculo que representa 100% distinguem-se sectores, em que cada um deles representa uma das partes do elemento observado, uma proporção de cada parte em relação ao todo.
gráfico de barras - representações gráficas de rectângulos paralelos cuja altura ou comprimento representa a intensidade do elemento registado. É um gráfico de fácil observação e permite uma rápida comparação entre as quantidades.
gráfico linear ou de pontos, poligonais - representa a evolução de uma quantidade através de uma linha quebrada. Permite verificar a tendência de um elemento registado (o seu aumento ou diminuição).
4. Elementos que um gráfico deve conter
título - dá a indicação do conteúdo do gráfico;
período cronológico a que se referem os dados do gráfico, no eixo das abcissas para um gráfico linear ou de pontos;
no caso de ser um gráfico de barras ou um gráfico linear ou de pontos, no eixo das ordenadas podem ser representadas diferentes variáveis (por exemplo, a população), tendo de indicar a respectiva unidade (centenas, milhares, milhões, etc).

JORNAIS

Fontes Históricas - os Jornais
A criatividade deve estar presente no ensino da História. A utilização de alguns tipos de fontes históricas podem servir de motivação para uma aula de História ou um trabalho de pesquisa de História.Em primeiro lugar, há que alertar os alunos para uma leitura do periódico com um espírito crítico, já que a descrição dos acontecimentos na notícia jornalística nem sempre é feita de forma isenta e imparcial. Portanto, devem mesmo comparar a mesma notícia em diferentes jornais, para se aperceberem de perspectivas diferentes sobre o mesmo assunto.Os temas de pesquisa podem ser variadíssimos desde aspectos culturais e desportivos até à política internacional, nacional ou regional, descobertas técnicas e científicas, etc.Sugerimos algumas etapas de análise e pesquisa de uma notícia:
escolher um tema;
seleccionar de dois ou mais jornais;
leitura das notícias relacionadas com o tema escolhido, seleccionando as partes mais importantes: assinalando os títulos dos artigos e respectivos jornais, bem como a sua data;
resumir as notícias indicando o local da ocorrência dos acontecimentos; personalidades ou instituições intervenientes no acontecimento; descrição do acontecimento e os problemas que levanta;
descobrir diferentes perspectivas sobre o mesmo assunto (aqui entra o tal espírito crítico);
debater os resultados da pesquisa e análise das notícias.

BANDA DESENHADA:BD

A Banda Desenhada
A banda desenhada pode ser um meio de motivação da pedagogia da nossa actualidade, facilitando a passagem o concreto ao abstracto e despertando o interesse e a compreensão de diferentes matérias.Muitos livros de banda desenhada para além de distrair, também possibilitam aprender História, pois muitas vezes contêm reconstituições históricas de ambientes, construções, vestuários, objectos, costumes, etc. A banda desenhada não é um documento histórico, mas pode permitir-nos conhecer o passado pelas reconstituições feitas em muitos desses livros. É o caso das Aventuras de Astérix.Para uma melhor exploração de uma B. D. na aula, os alunos devem-na questionar. Eis aqui algumas das questões que poderemos aplicar à B. D.:
Qual é o título da história?
Qual é o nome do autor da B. D.?
Onde se passa a acção?
Quando se passa a acção?
Quais as personagens? São figuras históricas ou imaginárias?
Quais são as reconstituições históricas que a história faz (vestuário, objectos, ambientes, construções, costumes, etc)?
Como era o vestuário das personagens?
Quais são as principais construções reconstituídas na história?
Consegues descreve alguns dos costumes apresentados na história?
As reconstituições históricas estão bem feitas?
A história narrada foi um acontecimento histórico?
Que título podes atribuir à história?

TRABALHO DE HISTÓRIA

Como orientar um trabalho de história
1. Etapas do trabalho de História
1.1 – Escolha ou indicação do tema aos alunos: o professor pode indicar um tema geral, a partir do qual os alunos poderão escolher um determinado assunto mais concreto ou específico; ou o professor leva previamente estipulado um assunto a ser tratado por todos os alunos ou um conjunto de assuntos a serem distribuídos por diferentes grupos de trabalho.
1.2 – Elaboração do plano de trabalho: o plano de trabalho deve ser delineado em função do tempo disponível para a pesquisa e execução do trabalho. O plano de trabalho constitui uma linha condutora da pesquisa e execução do trabalho, o qual deve ser sempre adaptado e aperfeiçoado à medida que os alunos forem desenvolvendo a sua acção.
1.3 – Pesquisa de informação: pesquisa de bibliografia em casa, na Biblioteca da Escola ou na Biblioteca Municipal. O professor poderá eventualmente fornecer algumas obras. O trabalho é enriquecido pela diversificação da pesquisa.O professor deve ensinar como fazer o registo das referências bibliográficas, segundo o seguinte modelo:Autor, Título, nº de edição, local de edição, editor, ano de edição. Cota.
1.4 – Organização de fichas de leitura: o aluno deve elaborar um resumo das ideias principais da obra ou capítulo que leu. Poderá também retirar citações mais relevantas da obra consultada. Na ficha de leitura deve constar o número das páginas de onde foram retiradas as citações.
1.5 – Elaboração do trabalho escrito:
O trabalho escrito deve ter a seguinte estrutura:
Introdução: deve conter o resumo das ideias-chave do trabalho, bem como os objectivos do mesmo e as suas dificuldades de execução. Normalmente, não deve exceder uma página.
Desenvolvimento: é o corpo do trabalho, que pode ser acompanhado de imagens, cronologias, mapas, gráficos, documentos escritos.
Conclusão: aqui deve-se realçar os principais resultados, as conclusões sobre o assunto estudado.
Bibliografia: Autor, título, local de edição, editora, ano da publicação.
Os autores surgem ordenados alfabeticamente por apelidos.Índice: aqui encontram-se os títulos de cada conteúdo desde a introdução à bibliografia, com a respectiva indicação do número da página para uma rápida localização dos conteúdos.
Finalmente, procede-se à escolha do Título do TrabalhoÉ ainda importante lembrar aos alunos que os seus trabalhos devem ter uma boa apresentação e devem construir frases curtas e concisas seus textos.

VISIONAMENTO DE UM DOCUMENTÁRIO OU FILME HISTÓRICO

Como realizar o visionamento de um documentário ou filme histórico?
Ao visionar um documentário ou filme histórico siga as seguintes orientações:
1ª ETAPA
Ver o filme até ao fim.
2ª ETAPA
Elaborar a ficha técnica: título; data; realizador, duração e actores principais.
3ª ETAPA
Prestar atenção ao seu conteúdo e registar as informações de carácter histórico. Registar a época e o local onde se desenrola a acção; as personagens históricas e as personagens imaginárias; os grupos sociais representados e em destaque; ambientes e cenários; vestuário usado; costumes e resumo da história.
4ª ETAPA
Comparar o que foi visto com as informações do professor, manual, enciclopédias…
5ª ETAPA
Registar a apreciação quanto ao rigor histórico do filme e significado dos factos retratados.