24/11/2010

O MUNDO NOS INÍCIOS DO SÉCULO XX

Século XX

16/11/2010

A 1ª GUERRA MUNDIAL:

11/11/2010

I GUERRA MUNDIAL


13/10/2010

Projecto Testes Intermédios 2010-2011:9.º ano:15 de Março de 2011

OBJECTO DE AVALIAÇÃO
O teste intermédio de História tem por referência o Programa de História em vigor e o Currículo
Nacional do Ensino Básico - Competências Essenciais.
O teste intermédio permite avaliar as competências, os conteúdos e os conceitos / noções básicas a
estes associados, no âmbito do Programa da disciplina para o 3.º Ciclo do Ensino Básico.
 As competências enunciadas nos documentos referidos, a partir dos seus três grandes núcleos
estruturantes (Tratamento de Informação / Utilização de Fontes; Compreensão Histórica e
Comunicação em História), foram seleccionadas e formuladas no sentido de serem passíveis de
avaliação em prova escrita de duração limitada.
Relativamente aos conteúdos previstos no Programa do 3.º Ciclo, reordenados nas Competências
Específicas do Currículo Nacional do Ensino Básico, o teste intermédio não integrará itens sobre o
subtema J 3 – A II Guerra Mundial e sobre o tema K – Do segundo após-guerra aos desafios do
nosso tempo, conteúdos obrigatórios do 9.º ano, que provavelmente não estarão abordados à data da realização do teste intermédio.
Também não serão objecto de avaliação os conteúdos do 7.º e do 8.º ano que não constam da presente Informação.
Esta opção não pretende condicionar a gestão do programa pelos professores, nem pressupõe a eliminação de qualquer conteúdo do programa da disciplina, mas apenas delimitar os conteúdos para esta prova específica.
Os conceitos/noções previstos no Programa do 3.º Ciclo só serão avaliados no contexto dos
conteúdos com que se relacionam.

A) COMPETÊNCIAS

TRATAMENTO DE INFORMAÇÃO / UTILIZAÇÃO DE FONTES
· Interpreta documentos de natureza diversa e com mensagens diversificadas;
· Utiliza conceitos históricos a partir da interpretação e da análise de fontes (textos, imagens,
mapas e plantas, tabelas cronológicas, gráficos e quadros).

COMPREENSÃO HISTÓRICA
Temporalidade
· Identifica e caracteriza fases principais da evolução histórica e grandes momentos de ruptura;
· Localiza no tempo eventos e processos e distingue ritmos de evolução.
Espacialidade
· Localiza no espaço diferentes aspectos das sociedades humanas em evolução e interacção;
· Estabelece relações entre a organização do espaço e os condicionalismos físico-naturais.
Contextualização
· Distingue, numa dada realidade, os aspectos de ordem demográfica, económica, social,
política e cultural e estabelece conexões e inter-relações entre eles;
· Interpreta o papel dos indivíduos e dos grupos na dinâmica social;
· Reconhece a simultaneidade de diferentes valores e culturas e o carácter relativo dos valores
culturais em diferentes espaços e tempos históricos;
· Relaciona a história nacional com a história europeia e mundial, abordando a especificidade
do caso português.

COMUNICAÇÃO EM HISTÓRIA
· Produz, em função do solicitado, textos com correcção linguística, aplicando o vocabulário
específico da disciplina.

B) CONTEÚDOS / TEMAS

B – A HERANÇA DO MEDITERRÂNEO ANTIGO
B 1. Os Gregos no século V a.C.
B 2. O mundo romano no apogeu do império
B 3. Origem e difusão do cristianismo
E – EXPANSÃO E MUDANÇA NOS SÉCULOS XV E XVI
E 1. O expansionismo europeu
E 2. Renascimento e Reforma
I – A EUROPA E O MUNDO NO LIMIAR DO SÉC. XX
I 1. Hegemonia e declínio da influência europeia
I 2. Portugal: da 1.ª República à ditadura militar
I 3. Sociedade e cultura num mundo em mudança
J – DA GRANDE DEPRESSÃO À II GUERRA MUNDIAL
J 1. A grande crise do capitalismo nos anos 30 (*)
J 2. Regimes ditatoriais na Europa
(*) Sendo de abordagem sucinta, este subtema poderá ser mobilizado em articulação com J 2.

CARACTERIZAÇÃO DO TESTE
O teste intermédio de História apresenta quatro grupos de itens.
A soma das pontuações dos Grupos I e II, que integram temas dos 7.º e 8.º anos de escolaridade, é de 40 a 50 pontos.
A soma das pontuações dos Grupos III e IV, que integram temas do 9.º ano, é de 50 a 60 pontos.
Todos os grupos podem integrar itens de selecção e itens de construção.
Todos os itens têm por suporte um ou mais documentos.
Serão disponibilizadas duas versões do teste.
Os alunos não respondem no enunciado do teste.
As respostas são registadas em folha própria do estabelecimento de ensino em que é realizado o teste.

MATERIAL
Os alunos apenas podem usar, como material de escrita, caneta ou esferográfica de tinta indelével, azul ou preta.
Não é permitido o uso de corrector.

DURAÇÃO
O teste intermédio tem a duração de 90 minutos, não podendo a sua aplicação ultrapassar este limite de tempo.

02/10/2010

O ESCUDO: MOEDA DA 1ª REPÚBLICA PORTUGUESA

Viva a Republica. Sob a divisa de Alvorada, a primeira moeda comemorativa Republicana só poderia ser alusiva à Proclamação da República em 5 de Outubro de 1910. É uma moeda com dois autores, uma vez que sendo comummente atribuída ao escultor José Simões de Almeida (Sobrinho), na realidade o famoso anverso da alvorada republicana é obra do escultor Francisco dos Santos.
FICHA TÉCNICA. . . . . . . . . . . . . .Metal: Prata / Silver-Peso: 25 gr-Diametro: 37 mm

Ano: 1914-Valor Facial: 1 escudo-Metal: prata 835 º/oo-Acabamento: normal-Diâmetro: 37 mm-Peso: 25 g-Bordo: serrilhado-Eixo: vertical-Tiragem: 1.000.000-Escultor: A/ Francisco dos Santos - R/ José Simões de Almeida (Sobrinho)-Gravador: Alves do Rego-Legislação: Decreto-Lei nº 927 de 3 de Outubro de 1914
A/: à direita do campo, tendo em fundo o Sol nascente sobre a Terra, a figura simbólica da República, de meio corpo à esquerda, envolvida na bandeira nacional e empunhando um facho aceso na mão direita, tendo por baixo a inscrição "5 de Outubro de 1910", em três linhas e, na orla superior, a legenda "República Portuguesa", entre pares de estrelas.
R/: ao centro do campo, o escudo das Armas Nacionaais assente num "fascio" romano de varas e machado, circundado por vergônteas de louro e de carvalho entrelaçadas em baixo por um laço e, na orla inferior, o valor "1 Escudo".
Poucos meses passados sobre a Revolução de 5 de Outubro de 1910 o governo provisório da República decretou a mudança da unidade monetária, que de real passou, em 5 de Maio de 1911, a designar-se por escudo (de ouro), equivalente a mil reais dos anteriores e com um peso legal de 1,8065 gramas (de toque 900 milésimos).Acrescentaremos, apenas como simples curiosidade, que a paridade então estabelecida em relação à libra esterlina foi de uma libra de ouro igual a 4,5 escudos de ouro.Foram também criadas por essa lei de Maio de 1911, as novas moedas da República, de ouro (que nunca chegaram a cunhar-se), de prata e de bronze níquel, que entrariam em circulação desde meados de 1912.Apesar de desde 1911 se ter pensado criar e emitir moedas comemorativas da proclamação da República, seria só em 1914 que viria a concretizar-se essa oportunidade, tendo então o Congresso da República autorizado o governo a cunhar moedas de prata de um escudo, cujo lançamento em circulação se pretendia coincidisse com o dia 5 de Outubro de 1914.Esta primeira moeda comemorativa da República merece uma especial menção sob o ponto de vista artístico, pois que representa um interessante exemplo de “Arte Nova” na escultura numismática nacional, sem dúvida influenciada pela correspondente arte medalhística, que de França entrou em Portugal pela mão de dois dos nossos mais notáveis escultores, João da Silva e José Simões de Almeida (sobrinho).Há uma outra história ainda por contar sobre as gravuras numismáticas que ornamentam essa primeira moeda representativa do escudo republicano, cunhada em substituição das anteriores espécies comemorativas de bronze-níquel previstas no decreto de 1911 e cuja amoedação não proporcionava grande lucro.Em Junho de 1914, nas vésperas da deflagração da Primeira Guerra Mundial e quando as questões da defesa nacional tinham já adquirido significativa importância nas preocupações do Governo e do Parlamento, a proposta de lei orçamental do Ministério das Finanças para o ano económico de 1914/1915 passou a incluir, sob proposta de Afonso Costa, a emissão de uma nova moeda de prata de 1 escudo comemorativa da proclamação da República, cujos lucros de amoedação, calculados em 613.616$00, ficariam reservados para as despesas da defesa nacional. Em simultâneo, e tendo em vista aumentar os lucros da amoedação de prata, o toque das moedas de 1 escudo foi reduzido para 835 º/oo, o que proporcionaria uma economia suplementar de 143.812$ (Lei n.º 220, de 30 de Junho de 1914).Conhecendo-se o tempo necessário para o aprontamento dos cunhos para uma nova moeda, verifica-se que essa cunhagem já vinha sendo preparada com antecedência, pelo menos desde início de 1914, quando Afonso Costa ainda era o titular da pasta das Finanças. A urgência pretendida pelo Governo e a data prevista para o lançamento público, 5 de Outubro, influíram decisivamente na escolha dos modelos para as suas gravuras numismáticas, que tinham de ser diferentes das das moedas de prata da emissão normal.Nessa altura já estavam em poder da Casa da Moeda as fundições em bronze dos modelos aprovados para as moedas de bronze-níquel, peças indispensáveis para a gravação mecânica das matrizes em aço.Por razões que ainda hoje não são conhecidas, a Casa da Moeda abandonou o modelo Pátria do anverso premiado para as moedas comemorativas desse metal, da autoria de Simões de Almeida (Sobrinho), e seleccionou o anverso do modelo alvorada classificado em seundo lugar, da autoria de Francisco dos Santos.Quanto ao reverso, foi seleccionado um outro modelo, também classificado em segundo lugar, mas no concurso para as moedas de ouro, cujo processo de selecção terminara a 5 de Dezembro de 1913. E será precisamente este modelo de reverso não aprovado em 1913 para a moeda de ouro, onde o escudo nacional aparece assente num "fascio" romano e circundado por vergônteas de louro e de carvalho, que será utilizado para compor essa face da nova moeda comemorativa, a primeira a ter uma dupla autoria.As duas primeiras moedas cunhadas a 28 de Agosto de 1914 foam entregues pelo ministro das Finanças ao tesoureiro da Casa da Moeda, para o seu museu numismático, onde ainda hoje se encontram.

BUSTO DA 1ª REPÚBLICA PORTUGUESA

Francisco dos Santos frequentou as aulas de Escultura de Simões de Almeida (tio), na Escola de Belas-Artes de Lisboa, partindo depois para Paris, onde frequentou o atelier de Charles Verlet, e, mais tarde, para Roma.
 Aí, em 1906, executou a estátua Crepúsculo (hoje no Museu do Chiado).
Regressando a Portugal em 1909, participou, no ano seguinte, no concurso da Câmara Municipal de Lisboa para eleição do busto oficial da República portuguesa, do qual saiu vencedor.Em 1913 esculpiu Salomé, considerada a sua obra-prima (também no Museu do Chiado).Em 1915 e 1917 realiza Um Beijo e Nina (no mesmo Museu) e, em 1920, concebe Prometeu (no Jardim Constantino, frente à Assembleia Distrital de Lisboa).Da sua autoria são também a escultura mortuária Poeta para o túmulo de Gomes Leal (Cemitério do Alto de São João, Lisboa) e o Monumento ao Marquês de Pombal (na Praça do mesmo nome, em Lisboa), vencedor no concurso aberto para selecção do melhor projecto.

A representação tradicional da República foi inspirada na figura central de uma pintura panfletária de Eugène Delacroix (1798-1863), “A Liberdade Guiando o Povo” (1830). Neste quadro, o principal pintor do Romantismo francês mostra uma figura feminina com um barrete frígio, representando a Liberdade, destemida e determinada. Os seios descobertos, sem intuitos lascivos, exprimem a ideia de liberdade absoluta, contra os normativos morais vigentes. O barrete frígio, já utilizado na antiguidade pelos habitantes da Frígia (actual Turquia), foi adoptado pelo povo como símbolo revolucionário na tomada da Bastilha (1789) e tornou-se um dos principais símbolos da República Francesa.
A Liberdade imaginada por Delacroix em 1830 foi logo depois representada em busto por diversos escultores, reproduzida e reinterpretada ao longo dos anos e décadas, até ao presente. Manteve o ar decidido, o barrete frígio, cobriu-se o peito e acrescentou-se o ramo de loureiro triunfal ou a foice, simbolizando a abundância.
Na França, a figura que representa a República é conhecida desde sempre por Marianne.
Conhecido por José Simões de Almeida (sobrinho) para se distinguir do seu tio (Mestre escultor José Simões de Almeida), o autor do busto português da República nasceu em Figueiró dos Vinhos em 1880 e faleceu em Lisboa em 1950.
Formou-se em Escultura em 1903, na Academia Real de Belas-Artes (depois Escola de Belas-Artes de Lisboa), onde foi aluno de seu tio e mais tarde professor de desenho e pintura.
Bolseiro da Academia Nacional de Belas Artes, estudou escultura em Paris e Roma.
Após a conquista da Câmara de Lisboa pelos republicanos nas eleições de 1 de Novembro, o novo presidente da Câmara, Anselmo Braamcamp Freire (1849 –1921), encomendou a Simões de Almeida (sobrinho) um busto para a República, que o escultor executou utilizando como modelo a jovem Ilda Pulga.
A República só teve símbolos oficiais em 1911 (e efígies republicanas nas moedas em 1912), razão pela qual esse busto marcou presença em diversos acontecimentos republicanos e cerimónias oficiais logo após o 5 de Outubro de 1910, com destaque para o funeral conjunto de Miguel Bombarda e de Cândido dos Reis (6 de Outubro de 1910), e granjeou a preferência de muitos lideres republicanos. Para o concurso nacional de 1910, Simões de Almeida apresentou uma proposta baseada nesse primeiro busto, com alterações suficientes para cumprir a exigência regulamentar de obras inéditas, mas rapidamente identificada pelo comum dos republicanos e a proposta vencedora do concurso nacional não teve aceitação popular. Encontra-se hoje exposta no Museu da República.

28/09/2010

A 1ª REPÚBLICA PORTUGUESA: CONTEXTUALIZAÇÃO

CONTEXTUALIZAÇÃO
A descrença no regime monárquico português fez-se sentir a partir do último quartel do século XIX.
—A instabilidade económico-social, a propaganda republicana, a difusão das doutrinas socialistas e o descontentamento face à resposta do Governo português ao Ultimato inglês foram as condições que favoreceram a implantação da República.
—A 1ª República procurou melhorar as condições de vida da população portuguesa, promovendo várias reformas. Contudo, a instabilidade governativa e as dificuldades económico-sociais foram de difícil resolução.A degradação do regime republicano conduziu ao golpe militar de 1926, que instaurou o regime de ditadura militar e, posteriormente, ao regime do Estado Novo.

A 1ª REPÚBLICA PORTUGUESA

Governo Provisório da República Portuguesa em 1910

17/09/2010

HINO NACIONAL: A PORTUGUESA: SÍMBOLO NACIONAL

Heróis do mar, nobre povo,
Nação valente, imortal,
Levantai hoje de novo
O esplendor de Portugal!
Entre as brumas da memória,
Ó Pátria sente-se a voz
Dos teus egrégios avós,
Que há-de guiar-te à vitória!

Às armas, às armas!
Sobre a terra, sobre o mar,
Às armas, às armas!
Pela Pátria lutar
Contra os canhões marchar, marchar

As duas estrofes que se seguem foram retiradas do Hino em 16 de Julho de 1957, e já não são cantadas.

Desfralda a invicta Bandeira,
À luz viva do teu céu!
Brade a Europa à terra inteira:
Portugal não pereceu
Beija o solo teu jucundo
O Oceano, a rugir d'amor,
E teu braço vencedor
Deu mundos novos ao Mundo!

Às armas, às armas!
Sobre a terra, sobre o mar,
Às armas, às armas!
Pela Pátria lutar
Contra os canhões marchar, marchar!

Saudai o Sol que desponta
Sobre um ridente porvir;
Seja o eco de uma afronta
O sinal do ressurgir.
Raios dessa aurora forte
São como beijos de mãe,
Que nos guardam, nos sustêm,
Contra as injúrias da sorte.

Às armas, às armas!
Sobre a terra, sobre o mar,
Às armas, às armas!
Pela Pátria lutar
Contra os canhões marchar, marchar!

Henrique Lopes de Mendonça


A Portuguesa
Alfredo Keil (1850-1907), o autor da música do hino nacional português, é uma das mais interessantes figuras de artista do seu tempo, pelo carácter multifacetado da sua actividade como compositor, mas também como pintor, desenhador, coleccionador, poeta, pioneiro da arte da fotografia e, de um modo geral, representante daquele culto da arte típico do mundo ocidental nas últimas décadas do século XIX.
Autor de diversas óperas, música orquestral, canções e peças para piano, Alfredo Keil deve em parte a sua celebridade à marcha patriótica A Portuguesa, reflexo da comoção política, social e cultural que o Ultimato britânico de Janeiro de 1890 veio provocar durante a última fase do regime monárquico. Reagindo ao clima de efervescência colectiva e à retórica do “ressurgimento” da Pátria decadente, Keil terá composto a sua marcha ainda em finais do mesmo mês, solicitando ao poeta, dramaturgo e oficial da armada Henrique Lopes de Mendonça (1856-1931) a feitura dos versos apropriados à circunstância. Num artigo tardio, Lopes de Mendonça viria a relatar a sua versão da génese da peça. Segundo esse testemunho, fora intenção do compositor publicar rapidamente o hino, numa larga tiragem, e distribuí-lo “profusamente” pelo país, para “não deixar arrefecer o entusiasmo do povo” e para que este o aprendesse quanto antes e o adoptasse como “canto de reivindicação nacional”. No mesmo artigo, o escritor dava também conta da tarefa – manifestamente ingrata, reconheça-se – de conceber a letra a partir de uma composição musical pré-existente: “Foi em íntimo acordo com o Keil, quase sempre em sua casa, que eu compus as estrofes, compasso a compasso” – escreve Lopes de Mendonça – “acomodando constantemente o verso não só à contextura musical, mas também às intenções de cada frase, engastando uma sílaba em cada nota que ele arrancava do piano, com o empenho, para nós ambos simpático, de afastar da letra o mais ligeiro vislumbre de sentimento monárquico”. O título terá sido adoptado por sugestão do autor literário, “como susceptível de congregar as aspirações patrióticas de todos os portugueses”. E foi sob esse título que o hino rapidamente adquiriu popularidade por todo o país, divulgado por meio de folhetos, partituras, jornais, adereços e objectos decorativos, sem esquecer o papel desempenhado pelos teatros na sua difusão.
Já em Abril do mesmo ano, os autores faziam questão de sublinhar, em carta distribuída à imprensa, o seu distanciamento relativamente às facções políticas então em confronto pela apropriação do hino: “Perante a vergonha duma afronta [...] desejámos que, sob o influxo dum canto patriótico, um só grito surgisse espontaneamente de lábios portugueses, grito veemente e enérgico que repercutisse lá fora como a afirmação duma nacionalidade vivaz, brado unânime que levantasse os ânimos abatidos [...]. Esse grito era o de: Viva Portugal!”. Fosse qual fosse a intenção original dos seus autores, A Portuguesa tornou-se efectivamente o cântico de predilecção dos estudantes e jovens militares empenhados nas manifestações patrióticas do início da década de 1890, geralmente imbuídas de um espírito de contestação às instituições do Estado, acusadas de subserviência perante os interesses estrangeiros. Terá sido principalmente a partir da revolta portuense de 31 de Janeiro de 1891 que A Portuguesa viu consolidado o seu estatuto de símbolo da mobilização republicana contra uma monarquia desacreditada. De facto, segundo rezam as crónicas, a República viria a ser proclamada a 5 de Outubro de 1910 ao som da Portuguesa, e, previsivelmente, a obra veio a ser adoptada como hino nacional por decreto da Assembleia Nacional Constituinte (19 de Junho de 1911), ao mesmo tempo que era oficialmente instituída a bandeira verde-rubra.
A Portuguesa tem sido diversamente apreciada enquanto realização poetico-musical – sendo certo que, como qualquer composição congénere, o seu valor de ícone patriótico se sobrepõe inevitavelmente a uma “pura” avaliação estética. À primeira vista, ressalta a óbvia afinidade com o modelo “revolucionário” da Marselhesa. A estrutura poetico-musical de ambas as peças é semelhante; não dispondo de um texto específico como ponto de partida, é provável que Keil se tenha servido do hino francês como molde da sua composição. As afinidades não se limitam aliás à estrutura: é notório o paralelismo imagético consubstanciado na inflexão ao modo menor em ponto idêntico de ambas as peças (“Mugir ces féroces soldats...”/“Ó Pátria sente-se a voz...”), vincando o contraste com o belicoso refrão “Aux armes, citoyens!”/“Às armas, às armas!”, que assinala em ambos os casos o regresso triunfal ao modo maior. O refrão, por seu turno, contém uma quase-citação do antigo Hino da Maria da Fonte (cuja popularidade em certos quadrantes, após a implantação da República, o recomendaria como potencial concorrente da Portuguesa à dignidade de hino nacional). Bem característica, de acordo com a intenção de Keil de introduzir na sua composição “umas leves mas significativas reminiscências dos nossos principais hinos e cantos populares”, parece ser a inflexão fadística da secção correspondente à evocação dos antepassados, emergindo de “entre as brumas da memória”. Note-se ainda o curioso tratamento harmónico dado ao verso inicial “Heróis do mar, nobre povo”, que vem conferir uma nota nostálgica (reforçada pela dinâmica piano) à escansão enfática dos versos, e que talvez constitua o momento mais subtil da partitura.
A versão primitiva da Portuguesa apresentava o inconveniente de possuir um âmbito melódico muito extenso (um intervalo de décima terceira entre as notas extremas), tornando-a imprópria para a execução pela voz inculta do cidadão comum. Esse facto, e também a existência de numerosas variantes, levaram à constituição, em Março de 1956, de uma comissão incumbida de estabelecer uma versão oficial do hino nacional. Essa versão (na tonalidade de dó maior, mais facilmente cantável por vozes de tessitura média) difere da original sobretudo na redução do âmbito da melodia e nalguns detalhes de natureza rítmica, aliás pouco significativos e amplamente sancionados pela prática; a mesma veio a ser publicada – infelizmente sem acompanhamento, nem indicações dinâmicas – no Diário do Governo, I Série, de 4 de Setembro de 1957, mantendo-se presentemente em vigor.
Paulo Ferreira de Castro

BANDEIRA NACIONAL: SÍMBOLO NACIONAL


VERDE
“Cor de esperança e do relâmpago, significa uma mudança representativa na vida do país”.
VERMELHO
“Cor combativa e quente, é a cor da conquista e do riso.
Uma cor cantante, ardente, alegre. Lembra o sangue e incita à vitória”.
O ESCUDO
Sobre a esfera armilar, um escudo com as armas nacionais, constituído por uma área interior branca, com cinco escudetes azuis, em homenagem à bravura dos que lutaram pela independência e uma área exterior vermelha, com sete castelos amarelos, que representam a independência nacional.
1 de Dezembro de 1911
Instituição do Dia da Bandeira, primeiro feriado nacional republicano.
30 de Março de 1987
Decreto-Lei n.º 150/87 que actualiza, sintetiza e homogeneíza a diversa legislação dispersa, estabelecendo regras gerais de utilização da bandeira nacional da República Portuguesa.

A 1º República

A revolução foi proclamada por todo o povo antes ainda de decidida a última acção, ou se saber quem alcançaria a vitória; e, desde esse momento, a notícia transmitida para todas as cidades e terras de Portugal, a adesão unânime à República foi verdadeiramente um plebiscito de espontaneidade e entusiasmo, entrando logo a vida portuguesa em normalidade. Mantiveram-se os valores do Estado, o comércio abriu as suas portas, e a República era consagrada com cantares e alegrias, porque se respirava um ar oxigenado e livre.

As Constituintes de 1911 e os seus Deputados. Obra compilada por um antigo oficial da Secretaria do Parlamento, Lisboa, Livraria Ferreira, 1911, p.381.

10/08/2010

HISTÓRIA AO VIVO

O QUE É A HISTÓRIA AO VIVO?
"História ao Vivo é uma técnica de recriação do passado, que tem por objectivo proporcionar tanto a crianças como a adultos uma oportunidade de contactar de uma forma lúdica e concreta com alguns aspectos da vida quotidiana. Geralmente pouco conhecidos, porque mal contemplados nos programas, mesmo nos mais actuais. Esta técnica faz principalmente apelo a três entidades fundamentais para o sucesso de qualquer acção: a escola, o museu ou o monumento e a comunidade.
Antes do mais, tem que se escolher um tema histórico adaptado ao local que se deseja fazer reviver; em seguida encontrar a época mais adequada aos objectivos pedagógicos a atingir, não esquecendo a viabilidade do projecto.
Entendemos que um projecto de "História ao Vivo" é uma técnica eminentemente pedagógica, que ensina e responsabiliza as crianças, os professores e a comunidade, criando-lhes o gosto pelo passado, pela investigação e preservação desse mesmo passado, que é da responsabilidade de todos."
Paula Bárcia, Grupo de Trabalho do Ministério da Educação para a Comemoração dos Descobrimentos Portugueses.

06/08/2010

HISTÓRIA LOCAL OU REGIONAL

Para uma história do meio local ou regional
1. Introdução
O professor deverá sugerir e motivar os alunos para o estudo da história local, propondo-lhes trabalhos específicos para a descoberta da sua localidade ou região. Normalmente, os alunos ficam bastante entusiasmados com a ideia de ficarem a conhecer o passado da sua aldeia, vila, cidade ou região.2. Algumas sugestões para a realização deste trabalho:Os trabalhos poderão ser realizados em grupo ou individualmente. Esta pode ser uma actividade interdisciplinar que assim sendo tornar-se-á mais rica. O trabalho pode ter continuidade para o ano lectivo seguinte, com a mesma turma, ou com outra que virá enriquecer o que os outros já haviam começado. Por isso, o que se pretende pode não ser um trabalho acabado. Se possível, arranjar na Escola um local próprio onde se reúna os materiais que se refiram à localidade/região: postais, plantas, mapas, desenhos, fotografias, livros, gravações auditivas ou visuais, trabalhos escritos, maquetas, inquéritos, jornais, etc. Aí, seria o arquivo da história local/regional. 3. Algumas possíveis etapas para a realização do trabalho
Planificação do trabalho para a disciplina de História ou História e Geografia de Portugal, ou de um trabalho interdisciplinar, discriminando as várias actividades a realizar por cada disciplina envolvida no projecto.
A turma procede à pesquisa de materiais com a orientação do(s) professor(es): monografias, documentos escritos, cartas topográficas, imagens, inquéritos, jornais, mapas, plantas, fotografias, etc.
Organização de um arquivo do Meio Local/Regional, de modo a facilitar a consulta daquilo que este contém.
Exploração dos materiais encontrados e realização dos trabalhos: trabalhos escritos, maquetas, desenhos, mapas, vídeos, inquéritos, entrevistas, gráficos.
Possíveis visitas de estudo a locais desse meio local/regional: por exemplo a ruínas romanas, estações arqueológicas, monumentos, fábricas, arquivos históricos, bibliotecas, fazer percursos históricos de uma campanha militar, da visita de um monarca à região, de peregrinações, etc.
No final do ano lectivo, a turma pode realizar uma exposição na Escola, aberta à comunidade envolvente, com todos os trabalhos feitos sobre o Meio Local/Regional.
No ano lectivo seguinte, deve ser dado ao projecto continuidade.

INQUÉRITO

O Inquérito
O inquérito é uma técnica de recolha de dados ou informações de um grupo de pessoas e através dele podem-se realizar quadros estatísticos, mapas, gráficos, os quais são as conclusões desse inquérito. Para isso, temos de elaborar uma ficha de tratamento de dados do inquérito, para resumir e analisar as informações de uma forma mais organizada.O inquérito deve conter as seguintes partes:
Apresentação - deve ser agradável de modo a cativar as pessoas que o vão responder.
Introdução - deve conter a finalidade do inquérito.
Desenvolvimento - ser breve; não conter perguntas desnecessárias, nem cujas respostas sejam muito extensas; deve ser claro.

ENTREVISTA

A Entrevista
A entrevista é uma técnica de recolha de informações que dá a oportunidade aos alunos de entrarem em contacto directo com as opiniões e problemas, por exemplo, do seu meio local. Esta técnica de recolha de dados a partir de um questionário, permite conseguir de uma forma mais ou menos rápida, informações de um grupo de pessoas, e depois realizar quadros estatísticos. Assim, o questionário é a base da entrevista.
1. Fases da entrevista
1.ª Fase - Preparação:
Definir os objectivos da entrevista;
Escolher o entrevistado e contactá-lo. Terá de ser uma pessoa que conheça bem as informações que queremos escolher;
Elaborar o questionário da entrevista.
2.ª Fase - Execução
Conversa com o entrevistado num clima de empatia, esclarecendo o entrevistado das finalidades da entrevista;
Realizar a entrevista propriamente dita, com base no questionário elaborado previamente;
Registo das respostas.
3.ª Fase - Avaliação
Analisar e organizar as informações recolhidas;
Avaliar da eficácia ou não da técnica utilizada;
Elaborar conclusões.
2. Características do questionário: este deve obedecer a uma sequência, de forma a conseguirmos mais rapidamente e com mais correcção, as informações que pretendemos.
Claro e objectivo;
Cada pergunta deve conter uma só ideia;
Deve obedecer a uma determinada sequência: ir do geral para o particular;
Grupos de questões correspondentes aos vários aspectos do tema que se está a tratar;
Uma questão, pelo menos, para o entrevistado manifestar a sua opinião sobre o tema.

ROTEIROS HISTÓRICOS

Elaboração de Roteiros Históricos
Uma estratégia motivadora para o ensino da História é a elaboração de roteiros históricos sobre determinadas localidades. O facto de os alunos terem, normalmente, um desejo de compreender melhor a sua comunidade, as realidades concretas da sua região, faz desta estratégia uma estratégia motivadora. Através desta estratégia, que é uma forma criativa de ensinar História, parte-se do concreto para a descoberta do desconhecido da sua localidade. Este tipo de trabalho desenvolve o espírito de investigação e o gosto pela preservação do património, contrariando o desenraizamento cultural.Pelo trabalho de pesquisa da turma recolhem-se informações de uma localidade, que devem posteriormente ser organizadas.Partes do roteiro histórico:
texto informativo em que descreve brevemente a história da localidade, determinados acontecimentos, etc. Esse texto deve ser curto e sugestivo, de modo a despertar curiosidade e interesse de quem consulta o roteiro. Este texto pode ser acompanhado de fotografias, postais, imagens, etc.
tendo por base uma determinada planta, apresentação de itinerários para visitantes dessa localidade, traçados em papel vegetal e com a respectiva legenda do itinerário. Dar um título a esse itinerário.
destacar no itinerário determinadas ruas, praças, monumentos, edifícios, estátuas, etc que foram importantes num época ou ligados a um episódio histórico. Para a ilustração desses aspectos podem-se utilizar textos, postais, fotografias, etc.

A TOPONÍMIA

A Toponímia e o Estudo da História
"O estudo da toponímia permite localizar as actividades quotidianas boa parte das populações urbanas e compreender a evolução e o dinamismo económico das vilas e cidades. Com efeito, nas povoações antigas, a designação das ruas relacionava-se com as actividades económicas, sociais ou políticas e traduzia as formas comuns como os homens utilizavam e afeiçoavam os espaços.
Muitos dos topónimos tradicionais chegaram à actualidade ou, pelo menos, ao princípio do século, pelo que a sua localização em mapas, plantas ou gravuras antigas fornece informações sobre a evolução da vida urbana. As actividades artesanais dominantes davam o nome às respectivas artérias: rua dos sapateiros, das ferrarias, das tanoarias, dos ourives, dos pasteleiros, da alfaiataria, da forja, dos caldeireiros, dos oleiros, dos carpinteiros, etc., são topónimos frequentes a indicarem a distribuição dos principais ofícios urbanos. O comércio de maior importância é localizável, igualmente, através de designações toponímicas: rua dos mercadores, dos tendeiros, do açougueiro do pau, praça do peixe, indicam os espaços das trocas urbanas e ajudam a reconstituir a função comercial das povoações.Por outro lado, a importância de certos edifícios traduziu-se também na nomeação das ruas: da cadeia, do paço, da alfândega, do convento.
Ao mesmo tempo que algumas pessoas ou instituições relacionadas com a fé e as práticas religiosas mereceram consagração toponímica: é o caso, por exemplo, das ruas do cabido, dos clérigos, dos cónegos, etc. A problemática do abastecimento de água está também, geralmente, presente em topónimos como rua da fonte, do chafariz, ou do poço, enquanto a persistência de designações como rossio, campo, ou terreiro, conduz à compreensão do desenvolvimento das povoações, uma vez que, em tempos passados, estes espaços situavam-se invariavelmente nas periferias dos núcleos urbanos. A sua integração, hoje, na malha urbana das vilas e cidades permite determinar as direcções de crescimento das mesmas.Também nas periferias se situavam, tradicionalmente, as actividades menos limpas e mais incómodas para os moradores, como as olarias, o tratamento dos couros, os celeiros, os currais, e os moinhos e atafonas, pelo que os topónimos subsistentes conduzem à compreensão de alguns aspectos da evolução urbana.
O estudo da toponímia permite, pois, o reencontro com as cidades e vilas antigas, com paisagens e espaços desaparecidos e com as actividades que caracterizavam o quotidiano das populações, fornecendo igualmente elementos para a compreensão das linhas gerais da evolução económica e social das localidades.
"Fonte: MANIQUE, António Pedro; PROENÇA, Maria Cândida – Didáctica da História,Texto Editora

DRAMATIZAÇÃO EM HISTÓRIA

Como fazer uma Dramatização em História
A dramatização pode ser de dois tipos:
representações individuais ou de um número reduzido de alunos;
representações colectivas em que todos os alunos da turma participam.
A dramatização tem como base:
um tema, ou
um texto, que pode ser improvisado ou já previamente elaborado.
A representação cénica obedece a técnicas de dramatização. A sua realização obedece a diferentes etapas:
1ª ETAPA - Preparação da Representação
O texto da dramatização
O texto pode ser de três tipos diferentes:
um texto que já esteja previamente elaborado, podendo sofrer alguns cortes ou acrescentos;
elaboração de um texto dramático pelos alunos a partir de conhecimentos já estudados. Para isso, deve ter em conta os seguintes momentos:
definição dos momentos que considera mais representativos da acção;
personagens - sua caracterização física e psicológica (é um dos aspectos mais importantes para a dramatização ter sucesso; se necessário podem mesmo exagerar as características para que elas sejam bem visíveis quando forem representadas, com a utilização, por exemplo, de adereços);
finalmente, a criação do texto.
adaptação de um texto narrativo a um texto dramático. Esta tem de ter em conta os seguintes aspectos:
definição da existência ou não de um narrador;
distinção de personagens principais e secundárias;
transformação do discurso indirecto em discurso directo.
Distribuição de papéis.
Escolha e preparação de adereços para as personagens e para o espaço cénico.
Organização do espaço onde vai ser feita a representação cénica. Este aspecto deve ser bem pensado, pois tem influência na maneira como se vai sentir a representação.
2ª ETAPA - Execução da dramatização
O ambiente de actores e observadores deve estar calmo e ordenado.
3ª ETAPA - Discussão sobre a dramatização
Avaliação do trabalho realizado, pela troca de opiniões entre os participantes, por exemplo, se foi fácil ou não representarem determinada personagem.
Os observadores devem fazer uma crítica construtiva do trabalho.

FILME HISTÓRICO

O Filme Histórico
A utilização do filme histórico na aula pode ser um meio de motivar os alunos para um determinado assunto, ou uma forma de consolidar determinados conhecimentos já aprendidos na aula. O filme histórico pode ser um ponto de partida para trabalhos de pesquisa dos alunos, por exemplo, fazendo uma pesquisa de outros filmes sobre o mesmo assunto , ou sobre outras matérias do programa.No entanto, a utilização do filme histórico na aula pressupõe um trabalho de análise do mesmo.Fases que se devem ter em conta na análise de um filme histórico:
1 - elaboração da ficha técnica do filme: título, realizador, ano de produção, actores;
2 - localização da acção no espaço e no tempo;
3 - identificação das personagens como figuras históricas;
4 - descrição do contexto: os meios de transporte, vestuário, mobiliário, arquitectura, linguagem, etc;
5 - resumo do filme, salientando os factos históricos, e sendo secundários os aspectos de pura ficção;
6 - comentário crítico ao filme: seus contributos para a aprendizagem do tema e eventuais erros ou imprecisões que o filme contenha.Também pode organizar debates subordinados ao tema que o filme retrata, interligando matéria programática e a fonte histórica que é o filme.

VIDEO

O Vídeo
A utilização de vídeo na sala de aula é uma estratégia activa e motivadora, permitindo uma melhor compreensão dos conteúdos. No entanto, o vídeo não substitui as explicações do professor, o qual deve ter o cuidado de salientar os factos do filme que não correspondem à verdade histórica. Através da visualização de um vídeo o aluno consegue visionar o retrato de uma época desde os aspectos culturais e religiosos, ao viver do dia-a-dia das populações, aos problemas económico-sociais e à realidade política.Alguns passos importantes para esta estratégia:
esta estratégia é geralmente utilizada como motivadora e introdutória de um conteúdo ou como forma de consolidar conhecimentos;
em primeiro lugar, o professor deve definir os objectivos;
seleccionar os aspectos mais sugestivos do filme, para os salientar e explicar à turma;
construir uma ficha de observação e análise do filme, a qual deve ser respondida às perguntas de resposta curta, durante a observação do vídeo e as respostas de análise após a conclusão do vídeo;
correcção e análise conjunta das respostas da ficha de observação do vídeo;
debate sobre o tema tratado, apontando virtudes e defeitos do vídeo apresentado.

DEBATE

Como realizar um debate?
Para a realização de um debate aplique as seguintes etapas:
1ª ETAPA
escolher o tema;
preparar e distribuir a documentação necessária a todos os participantes;
nomear um moderador e um secretário.
2ª ETAPA
realização do debate;
prestar esclarecimentos e motivar todos os intervenientes;
estabelecer regras de intervenção, nomeadamente, a ordem de participação e duração das intervenções, Durante o debate, a discussão deve ser ordenada e de acordo com as normas previamente estabelecidas.
3ª ETAPA
Conclusão do debate;
resumo das conclusões.
Ao moderador compete:
apresentar o tema que se vai debater e os participantes;
introduzir o tema e dar início ao debate;
dar a palavra a todos os participantes e intervir sempre que necessário:
ser imparcial e apresentar a conclusão final.
Ao secretário compete:
controlar a ordem das intervenções e o tempo;
registar as principais opiniões e conclusões,
redigir uma acta, se necessário

TRABALHO DE PROJECTO

O Trabalho de Projecto
O trabalho de projecto é uma metodologia de grupo, assente numa planificação rigorosa, para desenvolvimento de um trabalho de investigação, acerca de um tema ou problema de interesse para o grupo e em relação directa com a realidade social em que o problema surge.Este tipo de trabalho contribui para o desenvolvimento da autonomia intelectual e socialização dos alunos bem como das suas capacidades criativas.1. Algumas especificidades do Trabalho de ProjectoO trabalho de projecto deve ter em conta algumas especificidades na sua metodologia:
antes de se iniciar um trabalho de projecto, os alunos devem ter alguma experiência de realização de pequenos trabalhos dirigidos, que lhes tenham possibilitado a aquisição de uma certa metodologia de pesquisa;
a escolha do tema do trabalho, a sua organização e apresentação final deve ser feita com inteira liberdade, embora de acordo com os objectivos gerais do programa e recursos do meio. A espontaneidade e a liberdade de acção dos alunos é essencial nesta metodologia de trabalho, embora com o cumprimento das exigências metodológicas, previamente fixadas (objectivos, planificação e calendarização das tarefas, divisão de tarefas, aceitação do papel coadjuvante do professor);
os alunos poderão organizar-se em grupos para pesquisarem diferentes aspectos do tema escolhido pela turma ou constituir equipas encarregadas de executar tarefas específicas requeridas pelo projecto comum;
ao professor compete, no entanto, toda a coordenação do trabalho, harmonizando capacidades, disposições e interesses individuais. O professor negocia com os alunos, não lhes retirando a liberdade de acção, mas colocando-se ao seu dispor como facilitador de recursos e cooperante na resolução de problemas;
os problemas formulados devem ser em forma de perguntas;
as condições fundamentais para o desenvolvimento do trabalho são a capacidade de colaboração, de investigação e da avaliação do problema que deve ser contínua.
2. Etapas do Trabalho de Projecto
2.1. Planificação:
Identificação da área do problema e de problemas parcelares, descrevendo-os pormenorizadamente e verificando todos os seus condicionalismos.
Identificação dos meios de resolução do problema e das limitações existentes, apontando possíveis soluções.
A escolha do problema deve apontar para um problema significativo, importante e genérico.
Definem-se objectivos.
Elaboração do plano do projecto, que deve ser flexível: processo de trabalho, recursos, divisão de tarefas, recolha, selecção e tratamento das fontes, forma de apresentação do trabalho, calendarização. 2.2. Processo - desenvolvimento do projecto:
Trabalho de campo/investigação.
Tratamento dos dados.
Discussão das situações e problemas parcelares.
Avaliação pontual contínua, respondendo a questões como:
como estamos a trabalhar?;
qual é o espírito de trabalho no grupo?;
estamos a alcançar os objectivos pretendidos e a seguir a nossa planificação?;
quais são as nossas principais dificuldades?;
podemos melhorar o nosso trabalho?;
temos necessidade de mudar a nossa forma de trabalho?
A avaliação não deve ser feita apenas no fim do trabalho, mas de forma permanente.
Análise crítica das conclusões e síntese final.
Apresentação dos trabalhos, com a colocação das seguintes questões:
houve uma boa identificação e formulação do problema?;
houve uma boa recolha e selecção de material?;
houve uma boa interpretação do material recolhido?;
o problema foi posto de forma evidente na apresentação do trabalho?;
quais foram as novas perguntas ou problemas que o trabalho originou? Os trabalhos podem ser apresentados através de cartazes, dramatizações, acetatos, vídeos, programas de computador, etc.2.3. Resultado- Avaliação global: a análise das avaliações servirão de base a novos projectos.O grupo deve apresentar um relatório com:
planificação do trabalho;
percurso efectuado;
dados recolhidos, seu tratamento e conclusões;
avaliação conjunta do trabalho e da participação de cada elemento do grupo no trabalho. O grupo deve elaborar um texto-síntese do trabalho para distribuir a toda a turma.Finalmente, o professor salienta os principais aspectos tratados no trabalho.A auto e hetero-avaliação informal dos trabalhos é complementada por uma avaliação formal, através do preenchimento de fichas. Neste momento analisam-se os aspectos positivos e negativos; uma apreciação pessoal do trabalho de cada aluno.O trabalho poderão ser dados a conhecer à escola e à comunidade, através de exposição, debate, visita-guiada.

VISITA DE ESTUDO

Visita de Estudo
Algumas sugestões didácticas para a realização de visita de estudo:
1 - Para uma visita de estudo obter sucesso é necessário ter em conta alguns princípios gerais. Esses princípios devem ser adaptados às características específicas de diferentes aspectos:
a turma;
grau de ensino;
nível etário dos alunos.
2 - Uma visita de estudo pode ter diversas funções:
motivação da turma para uma determinada matéria;
conclusão ou síntese final de um estudo;
estudo de um assunto através da observação dos elementos durante a visita de estudo.
3 - A visita de estudo deve passar por três etapas:
- Preparação da visita de estudo:
escolha do local a visitar;
data da realização da visita;
meios de transporte;
autorizações do Conselho Directivo da escola e dos encarregados de educação;
informação ao delegado de grupo da disciplina;
definição de objectivos desde o domínio cognitivo aos das capacidades e competências, valores e atitudes;
fornecimento de informação sobre o assunto aos alunos através de textos ou folhetos impressos sobre o local a visitar ou uma aula audio-visual que servirá de motivação para a visita de estudo;
tentar a multidisciplinariedade, se possível;
também, se possível, integrar esta actividade no estudo de um determinado tema do programa.
- Realização da visita de estudo. Esta pode ser de dois tipos:
visita guiada - incide no processo de transmissão de saber. O professor ou o funcionário da instituição que visitámos é o guia da visita. Este tipo de visita deve ser feita com um número reduzido de alunos e ter uma duração curta. As explicações devem ser breves para os alunos poderem tirar notas sobre o assunto.
visita de descoberta - incide na actividade de descoberta do aluno, através de um método de estudo dirigido. Há uma actuação conjunta entre professor e alunos. Os alunos aprendem a observar e pensar sobre o que estão a estudar, guiados por um conjunto de questões que vão tentar dar-lhes resposta pela sua descoberta. No entanto, há, previamente, uma preparação da visita, pois o aluno não vai à descoberta sem qualquer esquema de apoio para o seu trabalho. Deve haver uma ficha de registo ou guia de observação para o aluno registar os dados.
- Avaliação da visita de estudo
Na aula seguinte à realização da visita, os alunos apresentam um relatório ou um trabalho ilustrado que apresente em síntese as suas conclusões.
De seguida, deve haver uma reflexão conjunta entre professor e alunos sobre a visita, discutindo:
os conhecimentos adquiridos;
os aspectos positivos ou negativos da visita.

ANÁLISE DE GRÁFICOS

Análise de Gráficos
1. Os gráficos são muito utilizados na aula de História, sobretudo para a análise dos seguintes aspectos:
aspectos económicos (produções, preços, etc)
aspectos demográficos (taxa de mortalidade, taxa de natalidade, esperança de vida, etc)
aspectos climáticos (temperatura, pluviosidade, etc)
2. Vantagens da utilização de gráficos na aula de História
resumir muita informação em pouco espaço;
representar variações quantitativas ou qualitativas de um determinado elemento, as relações numéricas entre determinados fénomenos;
facilitar a compreensão e análise de fénomenos, por vezes, complexos de explicar;
permitir lançar algumas questões para provocar o debate na turma.
3. Tipos de gráficos
gráfico circular ou sectogramas - num círculo que representa 100% distinguem-se sectores, em que cada um deles representa uma das partes do elemento observado, uma proporção de cada parte em relação ao todo.
gráfico de barras - representações gráficas de rectângulos paralelos cuja altura ou comprimento representa a intensidade do elemento registado. É um gráfico de fácil observação e permite uma rápida comparação entre as quantidades.
gráfico linear ou de pontos, poligonais - representa a evolução de uma quantidade através de uma linha quebrada. Permite verificar a tendência de um elemento registado (o seu aumento ou diminuição).
4. Elementos que um gráfico deve conter
título - dá a indicação do conteúdo do gráfico;
período cronológico a que se referem os dados do gráfico, no eixo das abcissas para um gráfico linear ou de pontos;
no caso de ser um gráfico de barras ou um gráfico linear ou de pontos, no eixo das ordenadas podem ser representadas diferentes variáveis (por exemplo, a população), tendo de indicar a respectiva unidade (centenas, milhares, milhões, etc).

JORNAIS

Fontes Históricas - os Jornais
A criatividade deve estar presente no ensino da História. A utilização de alguns tipos de fontes históricas podem servir de motivação para uma aula de História ou um trabalho de pesquisa de História.Em primeiro lugar, há que alertar os alunos para uma leitura do periódico com um espírito crítico, já que a descrição dos acontecimentos na notícia jornalística nem sempre é feita de forma isenta e imparcial. Portanto, devem mesmo comparar a mesma notícia em diferentes jornais, para se aperceberem de perspectivas diferentes sobre o mesmo assunto.Os temas de pesquisa podem ser variadíssimos desde aspectos culturais e desportivos até à política internacional, nacional ou regional, descobertas técnicas e científicas, etc.Sugerimos algumas etapas de análise e pesquisa de uma notícia:
escolher um tema;
seleccionar de dois ou mais jornais;
leitura das notícias relacionadas com o tema escolhido, seleccionando as partes mais importantes: assinalando os títulos dos artigos e respectivos jornais, bem como a sua data;
resumir as notícias indicando o local da ocorrência dos acontecimentos; personalidades ou instituições intervenientes no acontecimento; descrição do acontecimento e os problemas que levanta;
descobrir diferentes perspectivas sobre o mesmo assunto (aqui entra o tal espírito crítico);
debater os resultados da pesquisa e análise das notícias.

BANDA DESENHADA:BD

A Banda Desenhada
A banda desenhada pode ser um meio de motivação da pedagogia da nossa actualidade, facilitando a passagem o concreto ao abstracto e despertando o interesse e a compreensão de diferentes matérias.Muitos livros de banda desenhada para além de distrair, também possibilitam aprender História, pois muitas vezes contêm reconstituições históricas de ambientes, construções, vestuários, objectos, costumes, etc. A banda desenhada não é um documento histórico, mas pode permitir-nos conhecer o passado pelas reconstituições feitas em muitos desses livros. É o caso das Aventuras de Astérix.Para uma melhor exploração de uma B. D. na aula, os alunos devem-na questionar. Eis aqui algumas das questões que poderemos aplicar à B. D.:
Qual é o título da história?
Qual é o nome do autor da B. D.?
Onde se passa a acção?
Quando se passa a acção?
Quais as personagens? São figuras históricas ou imaginárias?
Quais são as reconstituições históricas que a história faz (vestuário, objectos, ambientes, construções, costumes, etc)?
Como era o vestuário das personagens?
Quais são as principais construções reconstituídas na história?
Consegues descreve alguns dos costumes apresentados na história?
As reconstituições históricas estão bem feitas?
A história narrada foi um acontecimento histórico?
Que título podes atribuir à história?

TRABALHO DE HISTÓRIA

Como orientar um trabalho de história
1. Etapas do trabalho de História
1.1 – Escolha ou indicação do tema aos alunos: o professor pode indicar um tema geral, a partir do qual os alunos poderão escolher um determinado assunto mais concreto ou específico; ou o professor leva previamente estipulado um assunto a ser tratado por todos os alunos ou um conjunto de assuntos a serem distribuídos por diferentes grupos de trabalho.
1.2 – Elaboração do plano de trabalho: o plano de trabalho deve ser delineado em função do tempo disponível para a pesquisa e execução do trabalho. O plano de trabalho constitui uma linha condutora da pesquisa e execução do trabalho, o qual deve ser sempre adaptado e aperfeiçoado à medida que os alunos forem desenvolvendo a sua acção.
1.3 – Pesquisa de informação: pesquisa de bibliografia em casa, na Biblioteca da Escola ou na Biblioteca Municipal. O professor poderá eventualmente fornecer algumas obras. O trabalho é enriquecido pela diversificação da pesquisa.O professor deve ensinar como fazer o registo das referências bibliográficas, segundo o seguinte modelo:Autor, Título, nº de edição, local de edição, editor, ano de edição. Cota.
1.4 – Organização de fichas de leitura: o aluno deve elaborar um resumo das ideias principais da obra ou capítulo que leu. Poderá também retirar citações mais relevantas da obra consultada. Na ficha de leitura deve constar o número das páginas de onde foram retiradas as citações.
1.5 – Elaboração do trabalho escrito:
O trabalho escrito deve ter a seguinte estrutura:
Introdução: deve conter o resumo das ideias-chave do trabalho, bem como os objectivos do mesmo e as suas dificuldades de execução. Normalmente, não deve exceder uma página.
Desenvolvimento: é o corpo do trabalho, que pode ser acompanhado de imagens, cronologias, mapas, gráficos, documentos escritos.
Conclusão: aqui deve-se realçar os principais resultados, as conclusões sobre o assunto estudado.
Bibliografia: Autor, título, local de edição, editora, ano da publicação.
Os autores surgem ordenados alfabeticamente por apelidos.Índice: aqui encontram-se os títulos de cada conteúdo desde a introdução à bibliografia, com a respectiva indicação do número da página para uma rápida localização dos conteúdos.
Finalmente, procede-se à escolha do Título do TrabalhoÉ ainda importante lembrar aos alunos que os seus trabalhos devem ter uma boa apresentação e devem construir frases curtas e concisas seus textos.

VISIONAMENTO DE UM DOCUMENTÁRIO OU FILME HISTÓRICO

Como realizar o visionamento de um documentário ou filme histórico?
Ao visionar um documentário ou filme histórico siga as seguintes orientações:
1ª ETAPA
Ver o filme até ao fim.
2ª ETAPA
Elaborar a ficha técnica: título; data; realizador, duração e actores principais.
3ª ETAPA
Prestar atenção ao seu conteúdo e registar as informações de carácter histórico. Registar a época e o local onde se desenrola a acção; as personagens históricas e as personagens imaginárias; os grupos sociais representados e em destaque; ambientes e cenários; vestuário usado; costumes e resumo da história.
4ª ETAPA
Comparar o que foi visto com as informações do professor, manual, enciclopédias…
5ª ETAPA
Registar a apreciação quanto ao rigor histórico do filme e significado dos factos retratados.

16/07/2010

MÉTODOS PEDAGÓGICOS

Métodos Pedagógicos
A palavra método significa caminho ou processo racional para atingir um dado fim. Agir com um dado método supõe uma prévia análise dos objectivos que se pretendem atingir, as situações a enfrentar, assim como dos recursos e o tempo disponíveis, e por último das várias alternativas possíveis. Trata-se pois, de uma acção planeada, baseada num quadro de procedimentos sistematizados e previamente conhecidos.
Em pedagogia, entende-se por métodos os diferentes modos de proporcionar uma dada aprendizagem e que foram sendo individualizados pelos pedagogos ou a investigação científica.
O método não diz respeito aos vários saberes que são transmitidos, mas sim, ao modo como se realiza a sua transmissão. Podemos definir um método pedagógico como:
Uma forma específica de organização dos conhecimentos, tendo com conta os objectivos da programa de formação, as características dos formandos e os recursos disponíveis.

1. Tipologia dos Métodos Pedagógicos
Estamos longe de uma classificação universal dos métodos pedagógicos. Roger Mucchielli, por exemplo, propos uma classificação dos métodos baseada num "contínuum" desde os completamente "passivos" aos mais "activos". Pierre Goguelin agrupou-os em três grandes grupos: Métodos Afirmativos (expositivos e demonstrativos), Métodos Interrogativos e Métodos Activos. Actualmente esta classificação tende a ser feita em função do recurso pedagógico que é particularmente valorizado.
1.1. Métodos Verbais
A transmissão oral dos saberes, continua a ser a mais clássica, mas também a mais moderna foram de comunicação pedagógica. A sua enorme diversidade decorre obviamente das própria multiplicidade de formas a que podemos recorrer para expôr ou interrogar os alunos sobre um dado tema.
1.2.Métodos Intuitivos
Trata-se de mostrar algo a alguém de forma a que possa intuir, apreender ou perceber o que se pretende transmitir.
1.3.Métodos Activos
Um dos primeiros grandes teóricos deste tipo de métodos foi Pestalozzi(1746-1827). Influenciado pelas ideias de Rosseau defendeu que a educação deveria "preparar os homens para certos desempenhos na sociedade". A educação devia apresentar-se como um desenvolvimento natural, espontâneo e harmónico das disposições humanas mais originais, na sua triplice dimensão: a vida intelectual, moral e artística e técnica. No final do século XIX, foram finalmente consagradas as bases filosóficas da pedagogia contemporânea. William James (1842-1910), concebeu a educação como "um processo vivo que permite ao homem reagir adequadamente face às mais diferentes circunstâncias". John Dewey (1859-1952), concebeu a educação baseada na acção. A sua pedagogia activa assenta nos seguintes princípios:
1. O aluno só aprende bem quando o faz por observação, reflexão e experimentação (auto-formação);
2. O ensino dever ser adaptado à natureza própria de cada aluno (ensino-diferenciado);
3. Deve desenvolver, não apenas a sua formação intelectual, mas também as suas aptidões manuais, assim como a sua energia criadora (educação integral);
4. A matéria de ensino deve ser organizada de uma forma que produza uma efeito global na formação do aluno (ensino global);
5. O ensino deve contribuir para a socialização do aluno, por meio de trabalhos em grupo, respeitando e fortalecendo sempre a individualidade dos alunos. A educação é vida e educar é preparar para a vida (ensino socializado).
Ao longo do século XX a pedagogia activa, conheceu inúmeros avanços téoricos e práticos, influenciando todos os outros métodos de ensino.
Estes métodos tem vindo a impôr-se devido a cinco razões essenciais: a)A crescente importância dada às vivências individuais; b) O aumento da motivação ligada a actividades que envolvem directamente o formando; c) A necessidade incrementar os hábitos de trabalho em grupo, para o aperfeiçoamento das relações humanas; d) A mudança do papel do formador, este deixou de ser visto como o detentor do saber, para ser encarado como um facilitador e animador; f) A evolução dos métodos de controlo, que passaram de um sistema de autoritário, para outros baseados no auto-controlo, auto-avaliação dos individuos e do grupo.

II. Escolha dos Métodos Pedagógicos
Na escolha de um método pedagógico, o formador deverá ter em conta quatro factores essenciais:
- As características dos formandos;
- As características do saber;
- O condicionamento e os recursos inerentes à situação de formação.
- O seu estilo pessoal.
A escolha do método, como escreve Lucília Ramos, é tudo menos inocente. Esta escolha pode determinar a "selecção" em termos de resultados finais. Não nos podemos esquecer que num grupo de formandos existe uma enorme diversidade de estilos e de ritmos de aprendizagem, e através da escolha e da aplicação correcta dos métodos os formador faz a gestão destas diferenças. Assim, se nenhuma escola é inocente, à partida qualquer escolha implica o sucesso ou o insucesso de alguns formandos.

Tratado de Roma

Em 25 de Março de 1957 é assinado, pela Bélgica, Holanda, Luxemburgo, França, Itália e Alemanha, o Tratado de Roma, que instituía a Comunidade Económica Europeia (CEE) e a Comunidade Europeia da Energia Atómica (EURATOM), a primeira visando integrar a economia dos países membros com o estabelecimento da união aduaneira e de um mercado comum, e a segunda com o objectivo de fomentar a cooperação no desenvolvimento e utilização da energia nuclear e elevação do nível de vida dos países membros.A assinatura deste tratado é o culminar de um processo que surge após a Segunda Guerra Mundial, que deixou a Europa destruída económica e politicamente submetida às duas superpotências: Estados Unidos e União Soviética. Surge então a ideia de os países europeus conseguirem uma integração económica e política. Após várias tentativas e fracassos, é assinado em 1951, em Paris, o tratado que cria a CECA - Comunidade Económica Europeia de Carvão e de Aço e que tinha por objectivo a integração das indústrias do carvão e do aço dos países europeus ocidentais. Os seus inspiradores são Robert Schuman, ministro francês dos Negócios Estrangeiros, e Jean Monnet, também o seu primeiro presidente. Este é o primeiro passo concreto com vista à integração europeia, pois, pela primeira vez, havia transferência dos direitos de soberania de alguns estados para uma instituição europeia. Após mais algumas tentativas de alargamento da sua acção, surge, em 1957, o Tratado de Roma. Com ele visava-se uma união económica de facto, pois aspirava-se a uma política comum para os produtos agrícolas, para os transportes e para todos os sectores económicos importantes, regras comuns quanto à concorrência, com a coordenação da política económica dos estados membros. Pretendia-se, enfim, "uma união cada vez mais estreita entre os povos europeus (...) mediante uma acção comum, o progresso económico e social dos seus países, eliminando as barreiras que dividem a Europa" (Preâmbulo do Tratado de Roma).Os anos seguintes à assinatura do Tratado são de sucesso, com enormes progressos económicos e expectativas numa maior cooperação noutros sectores. Mas o processo vai ter também as suas dificuldades. Apesar de tudo, os êxitos são maiores e atraem a Dinamarca, Reino Unido e Irlanda, que fazem a sua adesão em 1973; forma-se a Comunidade dos Nove. E em 1981 mais um membro, a Grécia. Em 1986 entram Portugal e Espanha. Finalmente, em 1995, aderem Finlândia, Suécia e Áustria. E fala-se já em mais alargamentos, inclusive a Leste.A livre circulação dos produtos industriais, dos produtos agrícolas e de pessoas foi evoluindo nos seus processos e nas suas políticas, de acordo com as crises da economia mundial e das implicações das novas adesões. A Comunidade Europeia é o maior mercado do Mundo. Caminha-se agora para a criação da moeda única, o euro .O Tratado de Roma de 1957 foi complementado e actualizado com outros tratados como o Acto Único Europeu , de 1986, e o Tratado de Maastricht, de 1991.O Acto Único Europeu, que é a primeira revisão do Tratado de Roma, altera as regras de relacionamento dos Estados membros e alarga os objectivos e campos de actuação da Comunidade, visando a União Europeia. Entrou em vigor em 1987 e com ele pretende-se a adopção de políticas comuns, a criação de mercado comum com livre circulação de mercadorias, pessoas, serviços e capitais, além do reforço da coesão económica e social entre todos os estados membros e a redução das diferenças económicas e sociais existentes. Pretende-se também a cooperação na área da investigação e tecnologia, a criação de um Sistema Monetário Europeu e uma política comum do Ambiente.O Tratado de Maastricht ou Tratado da União Europeia representa um avanço no processo de integração no âmbito político e social, com a implementação de uma cidadania europeia, o alargamento das competências da CE, com uma política externa e de segurança comuns, e cooperação no âmbito da justiça e dos assuntos internos.

Parlamento Europeu

O Parlamento Europeu é uma instituição que representa "os povos dos Estados reunidos na unidade europeia", como o declarado no Tratado de Roma de 1957. Pertencente à União Europeia, é composto por 624 deputados representantes dos vinte e cinco países-membros. A representatividade é assegurada pela proporcionalidade, tendo em conta a população de cada país. Portugal, por exemplo, tem 24 deputados, enquanto a Alemanha tem 99. Os deputados são eleitos por sufrágio universal para um mandato de cinco anos. Encontram-se geralmente organizados em grupos parlamentares, embora existam também os deputados "não inscritos", que não pertencem a nenhum grupo político. Os grupos políticos constituem-se a partir de mais de 100 partidos políticos nacionais. O maior grupo é actualmente o Partido Popular Europeu.O Parlamento Europeu é a única instituição comunitária que reúne e delibera em público. As suas resoluções, pareceres e debates são publicados no Jornal Oficial das Comunidades Europeias. Todas as suas actividades, assim como as dos seus órgãos, são dirigidas pelo Presidente, que representa o Parlamento Europeu em todas as suas relações externas e que preside às sessões plenárias, às reuniões da Mesa e à Conferência dos Presidentes. A Mesa constitui o órgão de direcção regulamentar da instituição, competente em matéria de orçamento do Parlamento, de questões administrativas, de pessoal e de organização, e é composta pelo Presidente, por catorze vice-presidentes e por cinco questores com funções consultivas directamente relacionadas com os deputados. A Conferência dos Presidentes, por sua vez, inclui o Presidente do Parlamento assim como os presidentes dos diferentes grupos políticos, tendo como principais funções, enquanto órgão de direcção política do parlamento, fixar as competências e o número de membros das comissões e das delegações parlamentares, decidir a repartição dos lugares no hemiciclo e elaborar o calendário e a ordem do dia das sessões plenárias.O Parlamento Europeu dispõe de três locais de trabalho que correspondem às três cidades onde as instituições europeias se instalaram após a sua criação: a sede fica em Estrasburgo, onde se realizam as sessões plenárias uma vez por mês; para facilitar os contactos com a Comissão Europeia e com o Conselho da União Europeia, algumas das reuniões das comissões parlamentares decorrem em Bruxelas; e o Secretariado-Geral encontra-se no Luxemburgo.O Parlamento Europeu exerce três poderes fundamentais: o orçamental, o legislativo e o de controlo de executivo, que têm vindo a crescer ao longo dos anos. Para além de desempenhar um papel impulsionador de inúmeras iniciativas comunitárias, partilha com o Conselho as competências de âmbito orçamental: vota o orçamento anual e controla a sua execução. O Parlamento e o Conselho partilham ainda o poder legislativo de acordo com um processo triangular. Com base numa proposta da Comissão, o Parlamento e o Conselho dividem entre si a legislação europeia. Os domínios aos quais é aplicado este procedimento são o mercado interno, a política social, a coesão económica e social, a investigação, as redes transeuropeias, o ambiente, a protecção do consumidor, a educação, a cultura e a saúde. O Parlamento Europeu é também um órgão de controlo, pois ratifica a nomeação da Comissão e pode destitui-la por maioria de dois terços. Cabe-lhe fiscalizar a boa execução das políticas europeias. Pode ainda criar comissões de inquérito e examinar petições dos cidadãos. Com o Tratado de Maastricht, o Parlamento passou a poder nomear um Provedor de Justiça encarregado de receber as queixas relativas ao funcionamento administrativo da União.Vinculado à protecção dos direitos do Homem, quer no âmbito da União Europeia, quer no contexto internacional, o Parlamento Europeu criou, em 1988, o Prémio Sakharov, que atribui anualmente a uma ou diversas personalidades que se tenham distinguido na luta a favor dos direitos humanos. Foram já notabilizados com este prémio personalidades como, por exemplo, Nelson Mandela (1988), Alexander Dubcek (1989), Aung San Suu Kyi (1990), Ibrahim Rugova (1998), Xanana Gusmão (1999) e Kofi Annan (2003).

Comissão Europeia

Instituição da União Europeia, politicamente independente, guardiã dos tratados e com o direito exclusivo de iniciativa no domínio legislativo. A Comissão pode instaurar processos contra os estados-membros por infracção e, se necessário, recorrer ao Tribunal de Justiça. Pode ainda aplicar sanções pecuniárias a particulares. É também um órgão executivo da União Europeia. Gere as dotações orçamentais que se encontram agrupadas em grandes fundos: entre outros, o Fundo Europeu de Orientação e Garantia Agrícola (FEOGA), o Fundo Social Europeu (FSE), o Fundo Europeu de Desenvolvimento Regional (FEDER) e o Fundo de Coesão. Os membros da Comissão (presidente e comissários) actuam com total independência perante os Governos dos países de onde provêm e perante o Conselho da União Europeia. Só o Parlamento Europeu pode votar uma moção de censura à Comissão. Após a adesão de dez novos países à UE, em Maio de 2004, passaram a ser 25 os comissários que constituem a Comissão e que anteriormente desempenharam, nos seus países de origem, cargos políticos, muitas vezes a nível ministerial. Os grandes países (Alemanha, Itália, França, Espanha e Reino Unido) têm dois comissários e os restantes têm um, como é o caso de Portugal. Apesar de cada comissário ter funções específicas, trata-se de um órgão colegial (ou de equipa).De cinco em cinco anos, no prazo de seis meses após as eleições para o Parlamento Europeu, é nomeada uma nova Comissão: o Presidente é escolhido, por comum acordo, pelos governos dos Estados Membros da União Europeia; o novo Presidente escolhe, após discussão com os respectivos governos, os restantes Membros da Comissão; e, finalmente, o Parlamento analisa e emite o seu parecer sobre a nova Comissão que, a ser aprovada, assumirá funções plenas no início do ano seguinte.A Comissão tem sede em Bruxelas, mas também está representada no Luxemburgo e em todos os países da União Europeia, para além de possuir delegações em muitas capitais do mundo. Trata-se de uma organização burocrática onde trabalham cerca de 24 000 funcionários, entre os quais técnicos, tradutores, intérpretes e pessoal administrativo, oriundos de todos os países da UE.

Conselho da União Europeia

O Conselho da União Europeia é composto por representantes dos vinte cinco estados-membros ao nível ministerial, que tomam decisões em nome dos respectivos Governos. Difere do Conselho Europeu, que conta com a presença dos chefes de Estado e tem a seu cargo a definição das orientações políticas gerais da UE.A composição do Conselho da União Europeia pode variar de acordo com a natureza dos assuntos tratados. Por exemplo, os problemas agrícolas são apreciados pelos ministros da Agricultura dos diversos países.A presidência do Conselho é exercida rotativamente, por um período de seis meses, por cada um dos estados-membros. A sua sede fica em Bruxelas, apesar de algumas sessões se realizarem no Luxemburgo.O Conselho assegura a realização dos objectivos fixados pelo Tratado de Maastricht, o qual definiu as competências do organismo em torno de três grandes domínios: actividades comunitárias, política externa e de segurança comum, justiça e assuntos internos. Cabe ao Conselho efectuar a coordenação das políticas económicas dos estados-membros e tomar, mediante proposta da Comissão Europeia, as principais decisões relativas às políticas comuns. Assegura também a aplicação dessas políticas. O Conselho é assistido por um comité de representantes permanentes (Coreper), constituído por embaixadores de cada estado-membro na União Europeia. A votação no Conselho pode ser feita por maioria simples, por maioria qualificada e por unanimidade, consoante as matérias em causa. Nos domínios da política externa e de segurança comum (PESC), da justiça e dos assuntos internos, prevalece a regra da unanimidade.

Conselho Europeu

Instituição da União Europeia que tem um papel primordial na definição das grandes linhas políticas. Criado em 1974, o Conselho reúne os chefes de Estado e de Governo dos estados-membros e o presidente da Comissão Europeia, os quais são assistidos pelos ministros dos Negócios Estrangeiros e por um membro da Comissão. A presidência do Conselho é exercida rotativamente pelos estados-membros, por um período de seis meses. O Acto Único Europeu e o Tratado de Maastricht consagraram ao Conselho um papel central na definição das orientações políticas gerais da União.

Tratado de Maastricht

Tratado da União Europeia, assinado em Fevereiro de 1992, que entrou em vigor a 1 de Novembro de 1993. É o documento que define as linhas-mestras da política e das instituições europeias, estabelecendo a cidadania europeia e identificando como objectivos a união económica e monetária, a política externa e a política de segurança comuns. Este Tratado da União Europeia foi assinado pelos chefes de Estado e de Governo representados no Conselho Europeu de Maastricht (Holanda), em 9 e 10 de Dezembro de 1991. Após o processo de ratificação nos doze países que então compunham a Comunidade Europeia (Portugal ratificou o tratado na Assembleia da República), entrou em vigor a 1 de Novembro de 1993.Foram várias as razões que conduziram os estados-membros a uma união mais estreita. O europessimismo do início dos anos 80 deu lugar a uma nova esperança com o relançamento da dinâmica europeia a partir de 1985. O então presidente da Comissão Europeia, Jacques Delors, apresentou o Livro Branco através do qual a Comunidade decidiu levar a efeito, até 1 de Janeiro de 1993, a construção do grande mercado interno.A queda do Muro de Berlim, seguida da reunificação alemã a 3 de Outubro de 1990, e a democratização dos antigos países do Bloco de Leste, alteraram profundamente o cenário político na Europa. Os estados-membros da Comunidade Europeia resolveram então empenhar-se num processo de aprofundamento da sua união, mediante a negociação de um novo tratado.O Tratado instituiu a União Europeia e a cidadania europeia. Trata-se de um ambicioso programa para os estados-membros: cumprir os critérios propostos em Maastricht para chegar em 1999 à união económica e monetária, implementar novas políticas comuns e realizar a união política que inclui a política externa e de segurança comum (PESC). O Tratado da União Europeia preparou o caminho para a entrada de novos estados-membros (Áustria, Finlândia e Suécia).Os compromissos assumidos em Maastricht reforçaram a ligação entre as instituições e os mecanismos comunitários, por um lado, e as políticas de cooperação diplomática por outro. Uma das grandes novidades do Tratado é que o Parlamento Europeu exerce de forma plena o direito de co-decisão.A assinatura deste tratado representou para a União um marco fundamental no processo de integração das nações. Mas este não foi um tratado pacífico. Motivou fortes discussões. Em França, por exemplo, a sua aprovação foi submetida a referendo e passou por muito pouco, enquanto o Reino Unido e a Dinamarca exigiram condições especiais. Têm, assim, o direito de integrarem a moeda única e de participarem na política externa e de defesa comum (PESC) num momento à sua escolha.O Tratado da União Europeia está a ser revisto para adaptar as estruturas dos 15 a novas situações, como seja a preparação para um novo alargamento, desta vez a leste. A reforma incide sobre o reforço da democracia e da transparência, visando aumentar a participação dos cidadãos no processo de integração. Ao mesmo tempo, a cooperação nos domínios da justiça e dos assuntos internos deverá ser dotada de meios mais eficazes.

09/07/2010

COMO FAZER UM TRABALHO DE PROJECTO: BIBLIOTECA ESCOLAR

Biblioteca Escolar / Centro de Recursos Educativos
Como Fazer Um Trabalho De Projecto?
GUIÃO DE AVALIAÇÃO DE PÁGINAS ELECTRÓNICAS
Se usares páginas electrónicas não sugeridas pelos teus professores, deves procurar saber se elas são fiáveis e adequadas para o teu trabalho.
Procura resposta para as questões que se seguem:
QUEM é responsável pela página? Tem autor? Quais são as suas credenciais? O “autor” é uma associação ou organização?
QUE tipo de página é? .edu= educação / .net=redes ou serviços / .org=organização / .mil=militar / .gov=governo / .com=comercial
QUANDO é que a página foi criada ou actualizada? Atenção: A indicação automatizada da data não significa actualização da informação.
ONDE se pode encontrar mais informação? Há outro contacto além da indicação de correio electrónico? Há documentação sobre factos, declarações ou informação secundária? Há ligação com outras páginas relacionadas?
PORQUÊ é que a página foi criada? A ideia é vender? Convencer? Defender uma lista? Informar? Porque há publicidade? É relacionada com a página?

DICAS PARA PESQUISAR:
· Usa todas as palavras que definem o tema, por ordem de relevância, recorrendo a sinónimos;
· De um modo geral, os motores não distinguem maiúsculas de minúsculas, nem os acentos, nem consideram palavras com menos de 3 caracteres;
· Para procurar uma dada expressão usa “…” (ex. “Jardim Zoológico de Lisboa”). Se usares o sinal + entre palavras ou se não usarmos nenhum sinal, o resultado poderá incluir conceitos em que as palavras não se relacionem directamente;
· O sinal – reduz o âmbito da pesquisa (ex. livros + arte – pintura à dá-nos sites sobre arte, excluindo a pintura);
· Em vez dos sinais + e – podemos usar os operadores lógicos AND e NOT. O operador OR é útil para pesquisar em várias línguas (ex. livro OR book);
· É possível escolher a origem do site (ex. Palavra-chave site:pt) e o formato: palavra-chave filetype:formato (.pdf, .mp3, .doc, .jpg, etc.);
· Verifica se a fonte é credível (universidades, investigadores, sites oficiais).

MOTORES DE BUSCA E AFINS:
Google – http://www.google.pt/ (para pesquisas globais)
SAPO – http://www.sapo.pt/
YAHOO – http://www.yahoo.com/
MSN search – search.msn.com
ASKJEEVES – http://www.ask.com/ (em linguagem natural)
LYCOS – http://www.lycos.com/
DOGPILE – http://www.dogpile.com/ (dos mais poderosos meta-motores de pesquisa)
KARTOO – http://www.kartoo.com/ (resultados sobre mapas)
Quando encontrares um site que te pareça adequado, preenche os itens em baixo apresentados:
@ Site visitado: ______________________________
@ Descrição do site:___________________________
@ Por que é que escolheram este site?______________
@ Como se encontra estruturado o site (organização, links)?_
@ Quais são os pontos fortes e fracos do site?__________
@ Em que medida a consulta deste tipo contribuiu para ampliares os teus conhecimentos._
Não te esqueças de consultar os favoritos da página da biblioteca.

08/07/2010

COMO FAZER UM TRABALHO DE PROJECTO: BIBLIOTECA ESCOLAR

Biblioteca Escolar / Centro de Recursos Educativos
Como Fazer Um Trabalho De Projecto?
PLANIFICAR
1ª parte
O que pretendo?
Tenho de produzir um trabalho sobre o tema __________
O título é ___________________________________
O público-alvo é ____________________________________
Tenho _____________ aulas e _____________ dias para completar o trabalho.
2ª parte
O que já sei?
Utiliza este espaço para registar as ideias que já tens sobre o tema.
________________________________________________________________
3ª parte
O que preciso de saber / procurar?
Agora que já trabalhaste o que sabias sobre o tema, é altura de decidir aquilo que realmente necessitas de pesquisar. O que precisas de descobrir? Este é um passo importante, pois colocar as questões certas é determinante para escolher as melhores fontes de informação. Elabora algumas perguntas adequadas.
1. Quem? _______________
2. O quê? ______________
3. Onde? _______________
4. Quando? _____________
5. Porquê? _____________
6. Como? _______________
7. Outras: _____________

Uma forma de melhorares a tua pesquisa é pensar em algumas palavras-chave que possas procurar no índice de um livro ou num motor de pesquisa. Esta é uma boa altura para o fazeres.______________

4ª parte
Como posso organizar as minhas ideias?

Agora pensa como podes agrupar as tuas ideias por assuntos. Omite os desnecessários e regista outros que te ocorram durante o trabalho. Identifica os tópicos principais que desejas tratar no texto final.

O esquema a seguir pode ajudar-te nesta tarefa de organização. Coloca o grande tema no círculo central e os tópicos nos pequenos círculos que o rodeiam. Adiciona tantos quantos achares necessários ou constrói um esquema diferente se entenderes que é mais adequado.

COMO FAZER UM TRABALHO DE PROJECTO: BIBLIOTECA ESCOLAR

Biblioteca Escolar / Centro de Recursos Educativos
Como Fazer Um Trabalho De Projecto?
USAR A INFORMAÇÃO
Independentemente de recolheres a informação em livros, pessoas, revistas ou computador, deves ser capaz de:
 Usar as palavras-chave;
 Verificar o conteúdo das páginas, índices, títulos dos capítulos, figuras e quadros.

Se o fizeres, é mais fácil verificar se o livro/artigo/website/… te interessa ou não.
Enquanto lês as partes relevantes do texto que estás a pesquisar, deves lembrar-te das questões que definiste no início … O texto responde às tuas questões? Se não, deixa…
Se continuas a interrogar-te…regressa às perguntas e palavras-chave.
Dá a ti próprio um tempo limite…trabalha depressa e com eficácia. Não te permitas divagações e evita o excesso de informação.
Escolhe o método mais apropriado para registar a informação necessária ao teu trabalho.
• Usa um bloco de notas
• Utiliza o processador de texto (mas nunca as funções Copy/Paste)
• Constrói um gráfico
• Preenche uma grelha
• Grava uma cassete
• Faz um registo vídeo ou usa uma máquina digital
• Ilustra os conceitos

O mais importante no registo da informação é Não Copiar! Lê o texto, pensa no que acabaste de ler e regista apenas, nas tuas próprias palavras:
 o que constituir novidade para ti;
 o que for útil para o teu objectivo;
 algo que possas transmitir a outras pessoas.

Por outras palavras, regista ideias, não frases…não mais do que dez palavras por quadro ou entrada.
Quando acabares de recolher a informação revê o plano de trabalho original e pensa:
Respondeste a todas as questões colocadas? ___________
Tens informação suficiente para terminar o trabalho? _
Existem lapsos na informação obtida? Se sim, como pensas conseguir o que precisas? __
Pensas que já és capaz de fazer o trabalho? Se não, o que ainda necessitas para completá-lo? ______________________________________

COMO FAZER UM TRABALHO DE PROJECTO: BIBLIOTECA ESCOLAR

Biblioteca Escolar / Centro de Recursos Educativo
Como Fazer Um Trabalho De Projecto?
REDIGIR O TRABALHO E PREPARAR APRESENTAÇÃO
Logo que te sintas preparado para redigir o trabalho, é necessário pensar e planificar a apresentação:

 Na introdução, começo com _____________________

 O corpo principal do meu texto inclui os seguintes aspectos (menos ou mais de 5, conforme necessitares):
1. ______________________________________________
2. ______________________________________________
3. ______________________________________________
4. ______________________________________________
5. ______________________________________________
 Vou ilustrar o trabalho com ___________________
 Vou concluir com ______________________________

Como posso mostrar os resultados, tendo em conta o meu público-alvo?
• Texto escrito;
• Apresentação oral;
• Apresentação multimédia;
• Representação: dramatização de textos / … _____
• Outros: _______________________________________

Independentemente da forma de apresentação, deves sempre incluir uma BIBLIOGRAFIA das fontes utilizadas. Sabes como fazer uma bibliografia? Repara nos exemplos que se seguem:
Monografia: ECO, Umberto _ A Biblioteca. Lisboa, Difel, 1983
ECO, Umberto _ A Biblioteca. Lisboa, Difel, p. 23. ( citação )
Sitografia: www.anafre.pt Acesso em 23 de Outubro de 2007
Imprensa:: Título. lugar da edição :nome do editor, data de edição
AUTO-AVALIAÇÃO:
Depois de terminares o trabalho, é útil reflectir sobre o que fizeste. Esta reflexão vai ajudar-te a melhorar as tuas competências e vai tornar mais fácil a realização do próximo trabalho. Pensa:
O que mais gostaste neste trabalho? ________________
Que tipo de problemas encontraste na tua pesquisa? _
Que farias de diferente na próxima vez? ____________
O que te deu realmente prazer? _____________________

COMO FAZER UM TRABALHO DE PROJECTO: BIBLIOTECA ESCOLAR

Biblioteca Escolar / Centro de Recursos Educativos
Como Fazer Um Trabalho De Projecto?

LOCALIZAR AS FONTES MAIS ADEQUADAS

Quais as fontes prováveis para encontrar o que necessitas?

• Pessoas (amigos, família, comunidade, organizações empresariais). Precisas de consultar uma lista para encontrar o endereço ou um número de telefone?
• Bibliotecas (escolar, municipal, pública). Tens tempo para te deslocar? Considera utilizar o catálogo da biblioteca escolar, enciclopédias, revistas e jornais, atlas, livros de ficção e não ficção, CD-ROMs, Internet, vídeos…
• Na sala de aula (livros de textos, caderno diário, orientações/sínteses dadas pelo professor, trabalhos…)
• Em casa (livros, jornais, revistas, televisão, rádio, …)


Que tipo de informação podes obter em cada uma?

• Factos ________________________________
• Opiniões ______________________________
• Quadros _______________________________
• Mapas ________________________________
• Entrevistas ___________________________


Que fontes deves tentar primeiro?

• Pessoas: ______________________________
• Organizações: _________________________
• Bibliotecas: __________________________
• Sala de aula: _________________________
• Outras fontes: ________________________


Se usares páginas electrónicas, deves procurar saber se elas são fiáveis para o teu projecto. Podes usar apenas as páginas avaliadas e propostas pelos teus professores ou utilizar o guião de avaliação de páginas electrónicas.


Deves comparar a variedade de fontes antes de decidir quais as mais adequadas para o teu trabalho. Pensa:

A fonte é adequada ao teu nível? __________________
A informação está actualizada? ____________________
Encontras alguma referência ao autor? _____________
Encontras facilmente informações sobre o tema? ____
Há mapas, quadros, figuras, gráficos, etc? ________
A informação encontrada responde ás tuas questões?_


IMPORTANTE!
Faz uma lista das fontes que escolheste (autor, título, editor, data de publicação, páginas a consultar). Vais precisar desta informação para fazeres a bibliografia no final do teu trabalho.
___________________________________________________

16/06/2010

MOEDAS

Moeda 1 escudo Prata - 1910 (1914)
Primeira moeda cunhada durante a 1.ª República Portuguesa (1910 - 1926). É uma moeda de um escudo em prata com data de 1910, contudo, esta moeda só foi cunhada em 1914. É uma moeda Comemorativa do 5 de Outubro de 1910, data da Implantação da República. No seio da numismática é considerada como uma das mais belas moedas portuguesas.



SUBTEMA I.2: PORTUGAL: DA 1ª REPÚBLICA À DITADURA MILITAR. ICONOGRAFIA REPUBLICANA


07/06/2010

CADERNO DE ACTIVIDADES: PALAVRAS CRUZADAS

Hegemonia da Europa
Hegemonia da Europa(2)
Rev.Russa
Crise anos 30
Crise anos 30(2)
Ditadura
Ditadura 2
Salazarismo
Salazarismo (2)
Guerra Fria
Sociedade e Cultura

CADERNO DE ACTIVIDADES: SUBTEMA J:Da grande depressão à 2ª Guerra Mundial

As dificuldades económicas dos anos 30
Entre a ditadura e a democracia
A 2ª Guerra Mundial

CADERNO DE ACTIVIDADES: SUBTEMA I:A Europa e o mundo no limiar do século XX

Hegemonia e declínio da influência europeia
A 1ª Guerra Mundial
A Revolução Soviética
Portugal: da 1ª República à ditadura militar
Sociedade e cultura num mundo em mudança

06/06/2010

ARISTIDES SOUSA MENDES: MUSEU E BIOGRAFIA

O MUSEU VIRTUAL ARISTIDES SOUSA MENDES
O MVASM nasceu da iniciativa particular de três mulheres com o intuito de “contar” a história do Cônsul de Bordéus, mas também como uma forma de homenagear todo e qualquer cidadão anónimo que através das suas acções, com riscos e prejuízos e sem quaisquer benefícios pessoais, salvou vidas humanas.
Aristides Sousa Mendes http://mvasm.sapo.pt/
Assim foi compilado num único local uma enorme quantidade de documentos, filmes da época, fotografias, mapas e testemunhos reais escritos e orais, não só sobre a vida de Aristides Sousa Mendes, o Processo de que foi alvo e posterior reabilitação mas também sobre alguns aspectos da II Guerra Mundial, nomeadamente, sobre a estadia dos refugiados em Portugal durante aqueles terríveis anos bem como sobre a sua influência na sociedade portuguesa daquela época.
O Museu está organizado de forma simples, acessível e interactiva, despertando no visitante grande interesse e enorme emoção.
Inclui duas partes que apesar de distintas se complementam entre si.
Exposição Virtual:
Aqui, utilizando o audiovisual e de forma interactiva, o visitante pode percorrer três “corredores”, que nos contam alguns aspectos da II Guerra:
O corredor da Guerra,
O corredor da Fuga,
O corredor da Liberdade.
Base do Conhecimento:
Organizada em diversas áreas, permite ao visitante aprofundar, de forma rápida, o que viu na Exposição virtual.
Aristides de Sousa Mendes nasceu em Cabanas de Viriato em 1885, no seio de uma família aristocrata. Licenciou-se em Direito na Universidade de Coimbra, tendo seguido a carreira diplomática.
Homem de bem, sempre foi um diplomata exemplar, cumpridor das regras e das ordens dos seus superiores. Recebeu várias condecorações durante a sua carreira diplomática.
Em 1940, com 55 anos e pai de 12 filhos era Cônsul de Portugal em Bordéus.
Naqueles anos vivia-se na Europa os horrores da II Guerra Mundial: Hitler e os seus exércitos nazis avançavam rapidamente. A França invadida estava prestes a cair sob o domínio alemão. Milhares e milhares de pessoas de todas as nacionalidades, mas sobretudo Judeus, fugiam da guerra e das perseguições nazis em direcção ao Sul.
Salazar tinha conseguido manter a neutralidade de Portugal, através de jogos políticos e tinha ordenado aos Cônsules de Portugal que não concedessem vistos a: "estrangeiros de nacionalidade indefinida, contestada ou em litígio; os apátridas; os judeus, quer tenham sido expulsos do seu país de origem ou do país de onde são cidadãos".
Mas, Portugal era visto por muitos refugiados como “uma tábua de salvação”, para aí permanecerem ou como a “porta de passagem” para os Estados Unidos. Assim, nos Jardins do Consulado de Portugal em Bordéus os refugiados amontoavam‑se tentando conseguir um visto que os levaria para longe daquele inferno, rumo a uma nova vida.
Aristides, então Cônsul em Bordéus, não hesita em desobedecer às ordens de Salazar, pois a sua consciência e o seu humanismo a isso o impeliram e declara que concederá vistos a todos os que assim o pedirem.
Entre 17 e 19 de Junho de 1940, em apenas 2 dias, ele próprio, ajudado pelos filhos emite cerca de 30 mil vistos, dos quais 10 mil a judeus.
Salazar reage de imediato contra Sousa Mendes, mas mesmo assim Aristides desloca-se a Bayonne e Hendaye para conceder mais vistos.
Salazar demite-o, enviando alguns funcionários para o escoltarem até Portugal, mas desafiando tudo e todos Aristides lidera uma coluna de carros de refugiados em direcção à fronteira espanhola, continuando durante esta viagem a conceder vistos a todos os refugiados que com ele se cruzavam.
Chegado a Portugal teve que enfrentar a fúria de Salazar que o demite de imediato, reforma-o sem direito a qualquer indemnização, interdita-o de exercer advocacia e proíbe os seus filhos de frequentarem a Universidade.
A sua vida é assim totalmente destruída.
Mas, mesmo assim Aristides de Sousa Mendes continua a ajudar os refugiados que alberga na sua casa de Cabanas de Viriato, vendendo todo o recheio da sua casa, para os poder alimentar.
Na miséria, sobrevive graças à ajuda da Comunidade Israelita de Lisboa, que também facultou a ida dos seus filhos para os Estados Unidos.
Viúvo, sem os filhos e na maior das misérias morre em Lisboa em Abril de 1954.
Considerado e admirado como um Herói por muitos, nomeadamente em Israel, em Portugal foi só em 1988 que a sua memória foi reabilitada tendo-lhe sido atribuída a Cruz de Mérito a título póstumo.
Em nome da Memória de Aristides de Sousa Mendes e de todos os “Justos” anónimos ou não, que salvaram uma vida que fosse, obrigada a todos os que aqui vieram e leram este post.
Aquele que salva uma vida, salva a humanidade inteira.
Talmud